Crítica de Filme | Maze Runner: Prova de Fogo
Bruno Cavalcante
O filme Maze Runner – Prova de Fogo, dirigido por Wes Ball é tido por quem assiste seus filmes como extremamente astuto naquilo que faz, não mede esforços para levar ao público suas ideias . De teor interessante, ele pode trazer uma sensação de êxtase em alguns momentos.
O tema central desta produção foca no que está acima de nós, como a sobrevivência.
O filme parece ter impactado demais ambos os críticos e também o povo por ai afora, sendo que um dos críticos, ficou com uma opinião, onde a nota ficou abaixo do esperado, afinal, o longa pode também não agradar a todos, já que muitos críticos tem mencionado que seu antecessor foi muito melhor. Confira nossa crítica por Cadu Barros e Bruno Cavalcante.
Por Cadu Barros
“Maze Runner – Prova de Fogo”, a segunda parte da trilogia baseada nos livros de James Dashner, troca o clima claustrofóbico do filme anterior por uma correria incessante, transformando-se em uma espécie de roadmovie sci-fi. Assim, privilegia-se a ação e é deixado de lado o desenvolvimento dos velhos e (vários) novos personagens.
O diretor Wes Ball, que já havia comandado o ótimo “Maze Runner – Correr ou Morrer”, derrapa feio com muitas cenas de ação confusas e mal elaboradas, mas acerta nos planos aéreos que exploram a devastação provocada pelo virus que exterminou a maior parte da humanidade.
O roteiro deixa bastante a desejar, com diálogos expositivos e personagens mal desenvolvidos. Na verdade, há uma certa desorganização na estrutura dele, já que diversas caras novas são inseridas ao longo de toda a obra, chegando ao cúmulo de uma personagem importante ser apresentada (e logo depois descartada) apenas no terceiro ato.
O elenco continua à base de jovens talentosos e carismáticos, como o protagonista Dylan O’Brien e a brasileira Kaya Scodelario; e agora possui o reforço de diversos veteranos competentes. Mas os maiores atrativos da película são mesmo os efeitos visuais realistas e a fotografia de encher os olhos durante a travessia dos sobreviventes pelos restos da cidade, que virou um grande deserto. O 3D é absolutamente dispensável, e por isso, em tempos de crise, sugiro que você assista ao filme em sessões sem esse recurso.
Portanto, “Maze Runner – Prova de Fogo” não chega aos pés do original, mas ainda assim é um bom programa de fim de semana. Um filme divertido, mais longo que o necessário, e cheio de perguntas a serem respondidas na última parte da trilogia. Mas isso é assunto para 2017.
Por Bruno Cavalcante
A frase “O labirinto Era Apenas o Começo”, de longe, parece até uma daquelas propagandas forçadas para se vender um filme. No entanto, depois de assistir a Maze Runner: Prova de Fogo, descobri que às vezes elas podem ser muito verdadeiras.
Para quem não sabe, a franquia Maze Runner é uma adaptação de uma trilogia literária escrita pelo norte-americano James Dashner, que já vendeu milhões de livros desde seu lançamento, em 2009. Com o sucesso da publicação, a Fox apostou na idéia e resolveu adaptar a primeira trama para as telonas. Foi então que no ano de 2014 surgiu o longa “Maze Runner: Correr ou Morrer”, que além de uma bilheteria de mais de 300 milhões de dólares, conseguiu ótimas críticas no geral, sendo considerado uma das melhores adaptações literárias dos últimos tempos.
Depois de fazer tanto sucesso com o primeiro filme, a saga não podia decepcionar neste segundo. E assim foi. Maze Runner: Prova de Fogo traz uma trama repleta de suspense e muita ação no maior estilo “salve-se quem puder!”. Mais uma vez, acredito que o universo do livro tenha sido muito bem explorado.
A história acontece logo depois de Thomas (Dylan O’Brien) e seu amigos terem fugido do labirinto e posteriormente da Clareira, sendo resgatados por um grupo de soldados armados. Logo em seguida, os jovens são alocados em uma base de segurança comandada por Janson (Aidan Gillen), que lhes proporcionam abrigo e uma promessa de uma vida melhor. No entanto, para Thomas e o misterioso Aris (Jacob Lofland), um dos primeiros sobreviventes a chegar no local, o lugar não parece ser tão confiável assim. Aos poucos, ambos começam a descobrir que o perigo pode ser muito maior do que eles imaginavam.
Devo admitir que a história não é lá muito original, sendo bastante previsível do começo ao fim. Talvez isso se dê pelo fato de que já estamos familiarizados demais com adaptações juvenis desse tipo, que desde Harry Potter já fazem milhões de fãs ao redor do mundo. Se não temos um roteiro inovador, o jeito seria mesmo apostar em uma direção eficiente, capaz de driblar as adversidades do caminho.
Para se diferenciar de outras franquias bem parecidas como Jogos Vorazes e Divergente, a adaptação de T.S. Nowlin e a direção de Wes Ball, transformaram este longa em uma espécie de thriller apocalíptico, repleto de suspense, ação e até um pouco de terror. Se toda aquela história de complô governamental em busca de seus próprios interesses parece batido, a inserção de sequências eletrizantes dignas do excelente Extermínio (2002) de Danny Boyle ou Guerra Mundial Z (2013), surgiu como uma carta na manga efetiva para esta película.
A tensão da trama era estabelecida a cada cena. Apoiada por uma trilha sonora bem eficiente, que enfatizava toda aquela atmosfera de perigo, Thomas, Teresa (Kaya Scodelario), Minho (Ki Hong Lee) e companhia, precisavam lidar com um novo adversário a todo instante. Além de fugir da CRUEL, os jovens tinham de enfrentar zumbis, tempestades violentas, ambientes completamente hostis, mercenários, entre outras coisas. E a cada fase tudo isso se intensificava ainda mais. Era tanta adrenalina que eu não conseguia tirar os olhos da tela.
Falando um pouco sobre o elenco, o personagem de Dylan O’Brien segue sendo o corajoso líder do grupo desde o início. Seu Thomas passa por todos os clichês de protagonistas do gênero, tendo de ser bondoso ao extremo, amigo, caridoso, racional e bastante perspicaz a todo instante. Na verdade, o que o diferencia de outros como Katniss Everdeen de “Jogos Vorazes” ou a Tris de “Divergente” é a sua autoconfiança, que lhe permite fazer o que for sem titubear ou ter medo do que vier pela frente.
Já outros como Kaya Scodelario, Ki Hong Lee e Rosa Salazar também estiveram muito bem em seus papéis, colaborando muito para o bom andamento do filme. Todos enfatizaram o lado humano de seus personagens, transportando para cada um deles seus interesses pessoais e mais profundos. Existia ali uma personalidade latente dentro de cada um deles, que era construída gradativamente. Já Aidan Gillen também esteve muito bem como o sarcástico Janson. Suas expressões caricatas serviram para compor de maneira bem significativa toda a plenitude de seu personagem.
Não podemos negar o cunho separatista da trama, que passa pelos clichês do cinema em sempre destacar aquele que pareça ser mais comercial e americano, do menos vendável ou considerado “inferior”. Personagens negros, asiáticos, indianos geralmente são sempre os primeiros a sumirem, ou não possuem um destaque adequado dentro da história.
No mais, devo admitir que fiquei animado com o rumo que Maze Runner está tomando, se tornando um pouco mais adulto, repleto de mistérios ocultos, terror, suspense, ganância até mesmo com menções às drogas e outros assuntos proibidos. Se no terceiro filme a coisa se manter, certamente teremos mais uma ótima película para assistir.
FICHA TÉCNICA:
Título original: Maze Runner: The Scorch Trials
Gênero: Aventura, Ficção, Ação
Direção: Wes Ball
Roteiro: T.S. Nowlin (cinema), James Dashner (livro)
Elenco: Dylan O’Brien, Aidan Gillen, Jacob Lofland, Kaya Scodelario, Ki Hong Lee, Rosa
Salazar, Thomas Brodie-Sangster, Patricia Clarkson, Lili Taylor, Barry Pepper, Nathalie Emmanuel, Alan Tudyk, Katherine McNamara, Keith Jardine e Giancarlo Esposito
Produção: Marty Bowen, Eddie Gamarra, Wyck Godfrey, Ellen Goldsmith-Vein, Joe Hartwick Jr. e Lee Stollman
País: Estados Unidos
Estreia: 17/09/2015 (Brasil)
Distribuição: Fox