CRÍTICA | Animação ‘Minha Vida de Abobrinha’ pode te surpreender
Demétrius Carvalho
Melancólico e esperançoso, a animação Minha Vida de Abobrinha (Ma Vie de Courgette), que estreia em circuito nacional no próximo dia 12, pode te surpreender.
Icare vive com sua mãe alcoólatra e convive com a solidão e o descaso em um pequeno quartinho no sótão de sua casa, onde procura encontrar alegria em seus lápis de cores, um monte de lata de cerveja e de sua pipa com o desenho de seu distante pai. O inseguro garoto de nove anos acaba causando um acidente na residência, levando sua mãe ao óbito. Abobrinha, como costumava ser chamado por ela, se apresenta ao policial, que tenta redirecionar a vida do pequeno menino. De repente, o jovem se vê em um orfanato com crianças sem família, assim como ele.
O retraído Abobrinha vai então ter alguns momentos felizes, mesmo diante de sua nova realidade. Seus pensamentos tristes são diluídos, seja brincando na neve, curtindo uma festa promovida pelo orfanato, um amor juvenil que lhe surge, assim como a oportunidade de ser adotado e, claro, de fazer novos amigos.
O longa franco-suíço consegue de forma equilibrada levantar um tema tão delicado em uma improvável animação em “stop-motion”. A trilha sonora é basicamente instrumental (salvo momentos como a festa) e complementa perfeitamente com as cores e climas propostos pelo diretor Claude Barras. Pena que, por ora, para os cinemas brasileiros, teremos apenas legendado e com o áudio original em francês.
Vale a dica para levar algum filho, parente ou adolescente próximo que esteja passando por problemas. Entre outras coisas, Minha Vida de Abobrinha mostra que, às vezes, a ajuda e o consolo vem de onde menos se espera e que se pode haver esperanças mesmo que as dores do passado ali estejam.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
Título original: Ma vie de Courgette
Direção: Claude Barras
Distribuição: California Filmes
Data de estreia: qui, 16/02/17
País: França, Suíça
Gênero: animação
Ano de produção: 2016
Duração: 70 minutos
Classificação: 10 anos