Crítica de Filme | Boneco do Mal
Gabriel Meira
Nos últimos anos a indústria Hollywoodiana vem sendo muito criticada quando o tema é criatividade, porém o motivo dos produtores realizarem inúmeros filmes semelhantes não é pela falta de inventividade, mas simplesmente por entenderem que o cinema é um produto, onde a forma mais simples é a que tem mais chances de render um lucro mais significativo.
Chucky, o “boneco assassino”, como ficou conhecido no Brasil, não foi o primeiro vilão em forma de boneco do cinema, mas causou uma tendência na época, esta que tentou ser retomada em alguns filmes como “Gritos Mortais” (2007), e a própria saga do boneco ” A Maldição de Chucky” (2013). No entanto, somente em 2014 com “Annabelle”, em seu largo sucesso de bilheteria devido a seu antecessor “Invocação do Mal”, que esta tendência foi retomada e Boneco do Mal (“The Boy” no original) tenta conseguir seu público através do sucesso que “Annabelle” conseguiu.
Greta (Laura Cohen) é uma mulher de meia idade que sai dos Estados Unidos para se esconder de seu ex namorado após perder o bebê por sua causa, e consegue um emprego como babá na Inglaterra, porém o menino é apenas um boneco. O longa poderia manter um suspense inicial que traria um clima diferente do que é visto para todo o filme, caso a tradução nacional não entregasse o caráter do boneco.
O gênero de terror é responsável pela maior parte dos rendimentos das pequenas produtoras, onde se pode gastar pouco com a produção e concentrar seus gastos com a divulgação do filme e com o cachê de um ou mais atores de destaque no momento da produção, desta vez Laura Cohen, a Maggie de The Walking Dead, tenta aproximar seus fãs as telas de cinema para assistir o boneco do mal, a mesma não consegue diferenciar Maggie de Greta, levando grande parte da construção da personagem da série para a do filme.
Falar sobre O Boneco do Mal seria o mesmo que falar de “Annabelle” ou qualquer filme onde um boneco se torna o centro da criação do clima de suspense, mudando somente a sinopse, utilizando de toda a base comum, trilha entrando em momentos em que o espectador percebe segundos antes do mesmo, sustos repentinos, a mulher fragilizada acolhida pelo homem que a ajuda naquele clima de tensão, e desta forma, vamos vendo o mesmo filme, com nomes diferentes, e acontecimentos em ordens distintas, mas que não lembraremos daqui a algum tempo, mas se trata de uma indústria e indústria só sobrevive com dinheiro, mas já está na hora dos produtores do gênero entenderem , que é possível fazer um filme com identidade própria e lotando as salas de cinema, pois desta forma, estão assumindo sua incapacidade de unir os dois.
FICHA TÉCNICA