Parque dos Sonhos projeto social

CRÍTICA | ‘O Parque dos Sonhos’

Karinna Adad

Na nova animação da Nickelodeon com a Paramount, O Parque dos Sonhos (Wonder Park), somos apresentados a um sentimento que acomete crianças e adultos: o medo, em especial, o medo de perder alguém que amamos. June é uma menina que, junto com a mãe, constrói um parque dos sonhos no qual tudo o que se deseja pode virar realidade. O parque, no entanto, só existe na imaginação de June, que, estimulada pela mãe, cria um parque de diversões como nunca antes visto, com brinquedos fantásticos e animais falantes recepcionando e divertindo os visitantes.

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Tudo começa a se transformar quando a menina para de acreditar no parque e desiste de continuar brincando com ele. A notícia de que sua mãe está bastante doente e precisa ficar um tempo fora para se recuperar faz com que June seja tomada pelo medo de que sua progenitora não volte para casa. Nesse momento, percebemos que o medo do adeus atinge a criança da mesma maneira que a um adulto. Tomada por esse sentimento, a garota começa a rejeitar os convites dos amigos para brincar, a se responsabilizar pelas tarefas domésticas e a se preocupar excessivamente com a saúde do pai e assim, antes social, brincalhona e criativa, passa a se isolar em casa e se afastar dos colegas.

Após uma tentativa quase frustrada do pai de colocar June no ônibus escolar a fim de que ela vá a um acampamento provido pela escola, a menina resolve retornar para a residência no meio do caminho, mas na volta descobre, dentro da floresta, o seu parque dos sonhos. Um urso, uma javalina, um porco-espinho e dois castores falantes servem para comprovar que o parque criado por June é real. Porém, a situação dele está ameaçada desde que a escuridão passou a destruí-lo. Com o passar do tempo, a jovem descobre que ela é a responsável por essa ameaça.

Foto: Paramount Pictures / Divulgação

Desde que June deixou de brincar com o parque e foi tomada pelo medo e pela melancolia, um redemoinho escuro começou a pairar sobre o parque dos sonhos sugando todos os brinquedos do local. Contudo, com a esperança renovada, a habilidade, a criatividade e ajuda de um companheiro macaco, a garota consegue afastar a escuridão e trazer de volta o sonho e a alegria ao lugar.

O Parque dos Sonhos é um filme que, ao metaforizar a escuridão com o medo da perda, fala de uma melancolia sentida por uma criança que abandona não apenas os amigos, mas o que ela mais gosta de fazer: sonhar. Felizmente, June descobre que voltar a acreditar e ter esperança ajuda a afastar os pensamentos negativos, os receios e os temores e, de quebra, ensina a lidar com a possível perda de sua mãe.

Com uma protagonista cativante, animais hilários e uma história bem encadeada, o filme contribui com uma lição que serve não apenas para as crianças, mas para os adultos, tornando o longa uma diversão apropriada para qualquer idade. No final das contas, ninguém está preparado para a escuridão que surgem um momentos de maior fragilidade e poder aprender com uma criança como superá-la é um bom alento.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Wonder Park
Direção: David Feiss
Elenco de vozes originais: Mila Kunis, Jennifer Garner, Matthew Broderick, John Oliver
Elenco de vozes em português: Lucas Veloso, Rafael Infante
Distribuição: Paramount Pictures
Data de estreia: qui, 14/03/19
País: Estados Unidos
Gênero: animação
Ano de produção: 2018
Duração: 90 minutos
Classificação: Livre

Karinna Adad

Tranquila, mas multitarefada. Sou daquele tipo de pessoa que sempre está fazendo alguma coisa e descobrindo outras tantas pelo caminho. Topo qualquer parada desde que tenha prazer nela e uma das que por mais tempo vem me enchendo de alegria é a escrita. E como boa leitora consigo escrever sobre quase qualquer coisa, por mais que, como uma cientista social em formação, não consiga deixar de fazer agir meu raio problematizador nos meus textos.
NAN