CRÍTICA | ‘Orange is the New Black’ (6ª temporada)

Everton Duarte

Havia uma grande expectativa, por parte dos fãs, para a sexta temporada de Orange is the New Black, pois o último episódio da quinta temporada terminou de uma maneira forte, com um grande clima de tensão, emoções à flor da pele e muitas dúvidas sobre qual seria o desfecho da rebelião.

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Agora em sua ‘nova’ casa, a detenção de segurança máxima de Litchfield, a trama desta temporada é quase que completamente levada pelas consequências dos atos cometidos por todos durante a rebelião. No primeiro episódio temos a presença das principais protagonistas, que são reapresentadas pelo ponto de vista teatral de Suzanne, a boa e velha ‘Crazy Eyes’. Esse episódio serve de conexão entre as duas temporadas, mas, infelizmente, ele não consegue resgatar o clímax alcançado no fim da temporada anterior.  Ainda assim, muitas dúvidas e tensões ainda pairam no ar.

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Mas nem só de velhos rostos esse sexto ano vive. Outro fator importante está na adição de novos personagens à série. Diga-se de passagem, as antigas detentas da segurança máxima desempenham um bom somatório à história, pois o passado de parte dessas novas antagonistas está diretamente ligado à Frieda. Além disso, os flashbacks ainda fazem parte da narrativa, fazendo com que o espectador continue interessado nas motivações das antigas detentas. Embora esse seja um artifício necessário para o entendimento da história, isso faz com que o tom de mais do mesmo dite o ritmo dessa temporada.

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Tasty e Red também passam por maus bocados, assim como todas as ‘novatas’ têm problemas para se adaptarem às novas regras da detenção máxima. Ainda que algumas sofram menos que outras, todas elas têm seus desafios e demônios para enfrentarem. Além de conflitos internos para lidar com as consequências e arrependimentos de suas escolhas, elas precisam também sobreviver aos guardas e as demais presas.

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O ponto de vista das detentas não foi o único a ser explorado. Vale lembrar que outros personagens sofreram na temporada anterior, assim como alguns guardas e o ex-diretor, Joe Caputo. No caso de Caputo, o seriado se aprofundou na sua consciência e mostrou um posicionamento importante para um dos momentos cruciais desse sexto ano. Por parte dos guardas, que foram envolvidos durante a rebelião, é importante frisar que nem todos foram abusivos, e alguns deles também sofrem ao lidar com as memórias e consequências sofridas aqui.

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De fato, o que ainda me impressiona em OITNB é a forma com que as mensagens importantes sobre a falta de valor humano são demonstradas. Nessa temporada, os abusos físicos, psicológicos e as agressões continuam de forma mais intensa – e angustiante, em algumas vezes. Se você achava a postura de Desi Piscatella abusiva, lembre-se que veio recrutado da segurança máxima. De fato, neste sexto ano, os guardas brincam com a vida de todas as detentas, esquecendo-se completamente que estão ali para auxiliarem na recuperação e readequação dessas mulheres para retornarem a suas vidas em sociedade.

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A sexta temporada de Orange is the New Black traz ótimos momentos de humor e uma boa narrativa em relação ao preconceito e racismo. Infelizmente, a trama é a menos inovadora quando comparada aos anos anteriores. Para o espectador mais atento, os furos de roteiro irão incomodar bastante, além da falta de presença de diversos personagens. Ainda assim, em seu desfecho, OITNB deixa boas pontas soltas para a sétima e, possivelmente, última temporada.

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::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Orange is the New Black
Temporada:
Criação: Jenji Kohan
Elenco: Taylor Schilling, Kate Mulgrew, Laura Prepon
Gêneros: Comédia, Drama
Ano: 2018
Classificação indicativa: 18 anos

Everton Duarte

Paulista, jornalista em desenvolvimento, amante do mundo geek, co-fundador e editor-chefe do Ultraverso. Busco sempre o melhor em tudo o que me proponho a fazer.
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