CRÍTICA #1 | ‘Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar’ tem trama previsível, mas consegue se manter no posto de uma boa sequência
Everton Duarte
Jack Sparrow está de volta, ou melhor, Capitão Jack Sparrow. Após um hiato de longos seis anos na espera de uma continuação, a Disney nos presenteia com Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales).
De certo houve muitos altos e baixos nessa longa trajetória de Piratas do Caribe, com bons filmes produzidos e outros nem tanto. Eu (assim como muitas pessoas) estava bem receoso pelo clima de incerteza que pairava no ar após vários problemas na produção da sequência, e posso começar citando que a tradução do título foi alterada pela Disney Brasil. O longa originalmente se chamaria Piratas do Caribe: Os Mortos Não Contam Histórias. Entretanto, 2017 parece ser o Ano do Rato para os estúdios Disney, que vem emplacando boas produções, como “Moana”, “A Bela e a Fera”, sem contar os filmes da Marvel que, por consequência, rendem ótimos números para os cofres do Tio Patinhas. Mas sem mais delongas, vamos falar sobre a turma de Piratas que mais agitam os mares do cinema.
A trama dessa continuação não foge aos padrões dos filmes anteriores. O universo dos piratas está novamente ameaçado por um vilão, temos uma mocinha linda e destemida, um pseudo-herói que está à procura de Jack para ajuda-lo e, claro, que o Capitão está novamente metendo os pés pelas mãos em seus planos. Bem clichê, não? Pois bem. Mesmo com essa premissa usada outrora, o roteiro e boas atuações aliados a bons efeitos visuais e uma trilha sonora impactante, são de fato os bons elementos que conseguem resgatar o espirito dos primeiros longas.
A parcela que cabe ao roteiro é um dos pontos negativos, pois como eu citei acima, tudo segue de uma forma linear e sem muitas surpresas. É fácil prever qual o destino de cada personagem e isso ocorre do início ao fim do longa. Se A Vingança de Salazar estreasse hoje no cinema como o primeiro título da franquia, com certeza a Disney sofreria com a sua bilheteria, pois a única novidade é a explicação da origem de Jack e seu contraditor, o Capitão Salazar. De fato, a trama do longa flerta com o mais do mesmo – pequeno spoiler – e as breves participações de Will Turner (Orlando Bloom) até justificam a presença de Henry (Brenton Thwaites) no longa, mas a presença de Elizabeth Swann (Keira Knightley) é justificada apenas para o gancho da cena pós-créditos. E vai aqui uma dica: permaneça sentado pois a cena é bem lá no final de todos os créditos.
Mas nem tudo é tão ruim quanto parece. Capitão Salazar é daqueles vilões que impõe respeito, que o fazem ficar na torcida pela sua derrota, mas diferente de outros malfeitores do cinema atual, ele tem bons motivos que justificam toda a sua “vilanidade”. E já que estou falando de vilões e suas motivações, Capitão Barbossa (Geoffrey Rush) e Carina (Kaya Scodelario) também estão do lado positivo da balança e a ligação entre esses dois personagens também será bem explicada.
A sensação de resgate do universo de Piratas do Caribe tem seu cerne apoiado em seu protagonista. O capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) está tão vibrante e cômico quanto os primeiros títulos de sua saga, então espere por bons momentos de risos nas situações mais malucas e inusitadas em que ele se mete. Mas, de fato, a construção desse universo também deve ser creditada à direção do longa. Ressalto isso como um ponto positivo e, apesar de ocorrerem pequenas falhas de continuidade, todas as cenas de ação são muito bem executadas e alinhadas ao humor característico de Jack, se tornando assim memoráveis por diversas vezes.
Os responsáveis por ‘tocar esse barco’ são os diretores Joachim Rønning e Espen Sandberg, que conseguem junto com toda a sua Staff passar a grandiloquência do oceano nas sequências de batalhas que são travadas no mar, principalmente nos momentos derradeiros do longa. E levando em conta que trilha sonora e efeitos visuais dificilmente são questionáveis numa produção da Disney, é notável que tudo foi produzido com muita qualidade visando saciar a expectativa dos fãs de Piratas do Caribe.
Em suma, Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar não é o melhor filme da cruzada do capitão Jack Sparrow, mas ainda assim é uma boa sequência que se perdurará ao longo dos anos. E mesmo com muito orçamento e poucas inovações, a Disney sempre traz filmes de qualidade que valem a pena serem conferidos na tela do cinema.
Aprecie sem moderação!
TRAILER:
FOTOS:
FICHA TÉCNICA:
Título original: Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales
Direção: Joachim Rønning e Espen Sandberg
Elenco: Johnny Depp , Kaya Scodelario , Brenton Thwaites , Javier Bardem , Geoffrey Rush
Distribuição: DISNEY / BUENA VISTA
Data de estreia: qui, 25/05/17
País: Estados Unidos
Gênero: Aventura, Fantasia, Ação
Ano de produção: 2017
Classificação: 13 anos