CRÍTICA | ‘Titãs’ (1ª temporada)
Pedro Marco
A expansão dos universos de herói segue constante e, desta vez, a Distinta Concorrente decidiu sair na frente com a febre dos serviços de streamings. Com promessas de séries e filmes originais, além de loja virtual, fórum e um acervo exclusivo de HQs, o DC Universe é a mais nova aposta ousada dos irmãos Warner para tentar competir com o exército de Kevin Feige. Para iniciar este serviço, a categoria jovem da editora das lendas decidiu se reunir.
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Titãs talvez seja o maior mix paradoxal de segurança e ousadia que poderíamos ter nas telinhas agora. Se por um lado o grupo é um grande sucesso recorrente (seja nas HQs, na animação de 2003 ou na nova roupagem mais infantil que acabou de ganhar seu primeira longa metragem), por outro, a decisão de trazer uma abordagem completamente diferente em cada uma das encarnações poderia tanto agradar públicos diversos, quanto confundir os mais desatentos.
Após sofrer uma tragédia em sua própria casa, Rachel Roth (Teagan Croft) acaba fugindo para Detroit, onde o detetive Dick Grayson (Brenton Thwaites) leva sua vida dupla como o ex-garoto prodígio, Robin. Auxiliados por uma mulher misteriosa e perdida, e um garoto com curiosas habilidades metamórficas, os quatro irão se unir para sobreviver, encontrar respostas e salvar alguns inocentes no caminho.
Utilizando de paletas vermelhas, roxo, amarelo e verde, o grupo de quatro heróis irá se reunir contra uma organização secreta, numa série sombria e… espera! Será que já vimos isto antes? Após os precisos 11 episódios, acaba sendo fácil detectar o quão o seriado demonstra um amadurecimento da DC e suas influências do universo de heróis urbanos da Netflix. Detalhes como o total aproveitamento da alta censura e a ausência de vergonha em abraçar o visual quadrinesco são apenas a ponta do iceberg do que torna Titãs uma porta de esperança para o que teremos pela frente.
Uma história constante, ao contrário das tramas episódicas do Arrowverse, acaba tornando a trama gostosa de maratonar, e ainda mais intrigados por uma clara sequência. A sutileza nas participações dos heróis de alto escalão e uma cidade realmente podre, traz tristes ares do que “Gotham” poderia ter sido.
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Mas claro que nem tudo são flores. Titãs sofre com algumas quebras de ritmo em episódios fillers (apesar de boa qualidade, ao contrário de alguns… Sim, estou olhando pra você, Karen Page) e a ausência do grupo atuando junto por mais de dois episódios. Há ainda a falta de peso do Mutano (Ryan Potter) para a trama central e um Jason Todd (Curran Walters) com a personalidade do Damian, tiram um pouco da qualidade, mas sem estragar a boa experiência.
Apesar de algumas polêmicas adaptações, Titãs conseguiu se livrar bem de algumas limitações financeiras, comuns às séries de TV. A cor de pele de estelar e mutano, e mesmo uma preferência de animal em suas transformações, conseguiram ser bem justificadas ao ponto de convencer um público novato de que sempre foi assim.
Com uma trilha rock and roll, e um elenco promissor e desconhecido, a estreia do DC Universe segue a boa maré de “Aquaman” e mostra que realmente há esperanças para os dcnautas. Amém.
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Direção: Greg Walker (II), Akiva Goldsman, Greg Berlanti
Criação: Steve Lightfoot
Elenco: Brenton Thwaites, Anna Diop, Teagan Croft, Ryan Potter, Alan Ritchson, Minka Kelly, Curran Walters, Conor Leslie
Distribuição: Netflix / DC Universe
Data de estreia: sex, 11/01/19
País: Estados Unidos
Gênero: Ação, Aventura, Hq’s
Ano de produção: 2018
Classificação: 16 anos