CRÍTICA | “Forçadas de barra” não estragam o bom entretenimento de ‘Um Lugar Silencioso’

Giselle Costa Rosa

Tido por muitos como o filme de terror do ano, Um Lugar Silencioso (A Quiet Place), que teve sua estreia mundial na 25ª edição do SXSW Film Festival, tensiona desde o início quem assiste. A frase If they can’t hear you, they can’t hunt you” (na tradução livre: se eles não podem te ouvir, não podem te machucar) resume o que se deve fazer para não ser arrebatado implacavelmente por seres sobrenaturais cegas, porém dotadas de uma audição apuradíssima.

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Manter-se quieto por muito tempo,só mesmo sendo um budista praticando “mauna” – o famigerado voto de silêncio. Assim fica fácil constatar que poucos humanos sobreviveram num cenário onde o som de uma gargalhada ou de um brinquedo movido à pilha pode atrair em segundos seres alienígenas que matam sem piedade.

O pai de família Lee, vivido por John Krasinski (conhecido por atuar na série “The Office”), dirige e ainda assina com Bryan Woods e Scott Beck o roteiro do longa. Evelyn Abbott vive a mãe Emily Blunt. Juntos, eles têm a tarefa árdua de preservar seus três filhos vivos, quietos e, por conseguinte, em segurança. Missão quase impossível quando se tem filho pequeno.

O TERROR vai te pegar!

A premissa do filme é interessante, mas não se sustenta de forma eficiente no roteiro – que tem alguns buracos. Não precisa estar muito atento para saber o que vai ajudar a família a enfrentar as criaturas mortais que dominam o planeta. Na ordem em que o silêncio deve imperar, sons são utilizados (de forma exacerbada) em momentos chave para provocar aquele sustinho gostoso no espectador. O certo é que os ingredientes de um bom thriller de terror estão lá: sangue, morte, correria, pânico, gritos, pessoas ofegantes, olhos arregalados e sustos – dentro e fora da tela – aliás, algo nada difícil de ocorrer assistindo Um Lugar Silencioso. Ponto para o diretor. Pequenas ‘forçadas de barra’ na história, coisas que não seriam muito plausíveis numa situação apocalíptica como a vivida pelos personagens, acarretam em um pequeno desapontamento. Nada que estrague o entretenimento.

Vale destacar o  ator mirim Noah Jupe, que, com apenas dois anos de carreira, atua com segurança e muita veracidade na pele de um dos filho do casal. Krasinski e Abbott emprestam aos seus personagens a emoção necessária que nos faz sentir como deve ser pais numa situação crítica dessas.

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Definitivamente, Um Lugar Silencioso é um filme para se tomar susto em família que traz um final charmoso, mostrando mulheres fortes e igualmente arrebatadoras. Páreo duro para as criaturas assassinas.

::: TRAILER

::: FOTOS

::: FICHA TÉCNICA

Título original: A Quiet Place
Direção: John Krasinski
Roteiro: John Krasinski, Bryan Woods, Scott Beck
Elenco: Emily Blunt, John Krasinski, Millicent Simmonds
Distribuição: Paramount Pictures
Origem: EUA
Ano de produção: 2017
Gênero: Suspense
Duração: 90 min.
Classificação: 14 anos

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
NAN