Daddy Yankee e a insuportável leveza de ser
Cadu Costa
Há três semanas aproximadamente, o cantor Daddy Yankee anunciou sua despedida da música após uma carreira de quase 30 anos. Sua postagem no Instagram teve mais de 19 milhões de visualizações e seu nome ficou foi parar no topo das redes sociais nos EUA e em vários países da América Latina.
Logo foi anunciada também uma turnê de despedida, “La Última Vuelta World Tour”, a começar em 10 de agosto. E Daddy Yankee veio também com o lançamento do disco ‘Legendaddy’ composto de 19 faixas com as participações de nomes como Bad Bunny, Nile Rodgers, Becky G, Pitbull entre outros.
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Nada é tão ruim que não possa piorar
Muitas palmas para ele. Porque é realmente incrível conseguir fazer sucesso com algo tão ruim. Daddy Yankee vai naquele linha insuportável de ser um dos reis do reggaeton, um dos ritmos musicais mais comercialmente horrorosos já produzidos pelo homo sapiens.
Em ‘Legendaddy’, tudo soa como mais do mesmo e o mais impressionante é como conseguem fazer 19 faixas completamente iguais em tudo. Não se sabe onde começa a primeira e termina a décima. Tudo é tão chato que soa como um martírio escutar seu 54 minutos de puro lixo.
“Miojão do paizão”
Ah, mas e a produção? Óbvio que é boa, bem feita, bem gravada, bem comercializada. Mas é exatamente isso: comércio. Como fast food, como miojo, como qualquer coisa descartável. Vai fazer sucesso? Claro que vai. O que não quer dizer que isso é bom. Anitta vem sendo a número 1 do mundo com uma música que é uma grande m$#%@, mas ela é o nome do momento e por isso vamos todos respeitar e enaltecer o feito.
Daddy Yankee vai na mesma linha, tem seu público fiel, suas batidas bem trabalhadas e suas dançarinas bonitas. Tem até uma faixa escutável como “Remix” mas é pouco demais para alguém que tem tantos anos de estrada. Que ele enfim honre a aposentadoria e dê a nós todos um pouco de descanso.