Deep Purple Turning to Crime crítica do álbum

‘Turning To Crime’, novo álbum do Deep Purple, é audacioso, divertido e emocionante

Jhone Silva

Quando o lendário Deep Purple resolve gravar um álbum com versões cover, não é um crime, mas uma homenagem às raízes do rock’n’roll. Ao lançar um álbum do tipo, pode-se despertar a ideia de uma banda sem criatividade própria ou com algum outro motivo para lançar este tipo de projeto no mercado.

Acho que podemos excluir essa alternativa quando veteranos como o Deep Purple decidiram por apresentar Turning To Crime. Este álbum se parece mais com os pioneiros do rock clássico apreciando e celebrando suas influências musicais e raízes ao fazer covers de músicas que são parcialmente conhecidas, enquanto outras são pérolas que merecem brilhar.

O quinteto começa o álbum com “7 and 7 is”, uma canção escrita por Arthur Lee em 1966. O Deep Purple revelou a canção anteriormente como um single. E o que era uma delícia antes do lançamento do álbum, agora atua como uma ótima abertura otimista para o LP.

Um álbum contagiante

Depois de um grande começo, os ouvintes serão infectados por “Rockin’ Pneumonia And The Boogie Woogie Flu”, de Huey Smith, interpretado pela banda de forma esplêndida. E não há cura e vacinação. Você apenas é infectado por groove e energia. O piano de Don Airey recebe muitos holofotes, assim como o tecladista aproveita o espaço dado ao demonstrar sua grande paixão pelo rock’n’roll.

Você deve estar familiarizado com a próxima música. “Oh Well” vem originalmente do Fleetwood Mac, escrito em 1969 quando a banda estava mais envolvida com blues e rock psicodélico. O Deep Purple, outra lenda, interpreta essa música em Turning To Crime com muita paixão. A saber, o Fleetwood Mac nos primeiros dias era mais rock clássico progressivo do que o gigante do rock que se tornou durante os anos 70 e 80. Então, a interpretação do Deep Purple é uma homenagem a esse tempo.

A fera do rock’n’roll será desencadeada com “Jenny Take a Ride!”, antes de “Watching the River Flow”, de Bob Dylan florescer neste álbum. Com “Let the Good Times Roll”, a jornada leva os ouvintes ainda mais longe no tempo. Uma música conhecida de Ray Charles é brilhantemente revitalizada pela clássica banda.

Viagem musical

Via “Dixie Chicken”, do Little Feat, o ouvinte pode embarcar em uma viagem musical com parada em Londres. Por outro lado, “Shapes of Things”, dos Yardbirds, mostra o rock’n’roll feito na Europa durante os anos 60, enquanto a música country encontra um lugar na lista de faixas através de “The Battle of New Orleans”. A música baseada em um violino é uma escolha inesperada e audaciosa, que não se espera estar em um álbum do Deep Purple, mas é o que acontece em Turning To Crime.

O aspecto infernal do rock’n’roll é abordado por “Lucifer”, originalmente escrito pelo Bob Seger System e, de repente, estamos no início dos anos 70. A pequena e detalhada questão que permanece é porque essa música desaparece em vez de ter um final sólido. “White Room”, do Cream, é certamente a música com o maior valor de reconhecimento. Assim, a versão em Turning To Crime espalha alegria e empolgação através do Deep Purple.

Homenagens

Enfim, “Caught in the Act” é uma boa maneira de terminar um álbum com versões cover. Afinal, é um medley, impulsionado por músicas de Freddie King, Booker T, The Allman Brothers Band, Led Zeppelin e The Spencer Davis Group. Com Bob Ezrin no comando, o disco vem com um som excelente que transporta a energia do rock’n’roll, da história para o tempo presente.

De certa forma, Turning To Crime, do Deep Purple, lembra Ian Gillan & The Javelins, pelo menos no que diz respeito à abordagem. Desta vez, no entanto, é a lendária banda que cuida dos sucessos de outras lendas.

Por isso, o que você recebe aqui é mais uma homenagem ao (hard) rock do que um álbum normal do Deep Purple e talvez seja exatamente esse fato que torna Turning To Crime um disco divertido e emocionante. Isso porque a banda encontra o ponto ideal entre as versões originais e seu próprio som. Uma arte em si.

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Ouça o álbum Turning to Crime, do Deep Purple

Jhone Silva

Um jovem paulistano que aproveita a boemia da maior cidade brasileira, embora prefira ficar trancado em seu quarto lendo, assistindo, escutando e jogando e fazendo arte. Mas sempre com uma qualidade duvidável, é claro.
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