HOME| Filmes

Desencantada crítica do filme do Disney Plus 2022

‘Desencantada’ é inferior ao original, mas diverte

Bruno Oliveira

“Encantada” foi lançado em 2007 e, de imediato, se tornou um grande sucesso. Colocar histórias de princesa de animações e passar para o live-action, junto com todos os clichés possíveis do gênero, incluindo números musicais, foi simplesmente genial. Brincar com todos esses elementos já conhecidos trazendo-os para a vida real foi extremamente divertido e, com isso, angariou vários fãs. Quinze anos depois, a continuação Desencantada (Disenchanted), enfim, surge para nós, prometendo ser tão divertido quanto o original.

Sinopse

Quinze anos se passaram desde o “felizes para sempre” e, agora, Giselle (Amy Adams) vive uma vida monótona dentro de Nova York ao lado de seu Príncipe Encantado Robert (Patrick Dempsey), sua enteada Morgan (Gabriella Baldacchino) e sua filha recém-nascida. A família se muda para o subúrbio e, apesar de achar que tudo vai ficar bem, as coisas começam a piorar. Por isso, Giselle faz um pedido para que sua vida se torne um verdadeiro conto de fadas. O problema é que muita magia é usada e, além de afetar a própria mulher, o feitiço pode ameaçar a existência da Terra e da fantástica Andalasia.

Divertido, mesmo sendo inferior

A primeira pergunta que todos devem estar se fazendo é se esse é melhor que o primeiro. De imediato, digo que não é. Desencantada fica abaixo do original, mas ainda assim tem bastante espaço para diversão. O que mais pega nele é justamente a falta de originalidade. A verdade é que a obra pioneira trouxe exatamente tudo o que precisávamos e, aqui, o filme apenas sustenta tudo o que vimos anteriormente. Sua longa duração (121 minutos) pode vir a prejudicar o público mais ansioso.

Outro fato que o faz perder pontos é o pouco uso dos atores coadjuvantes, principalmente se falarmos de Patrick Dempsey (“Grey’s Anatomy”). Se no longa anterior ele era protagonista, aqui não passa de um coadjuvante bobão que acabou completamente de fora da história principal. O pouco uso de Edward (James Marsden), para mim o melhor personagem, bem como Nancy (Idina Menzel), também prejudica o longa-metragem. Eles são maravilhosos e aqui aparecem apenas em momentos cruciais. Merecíamos escutar mais da Idina Menzel cantando. Para quem não sabe, ela é a voz da Elsa em Frozen.

Músicas de Desencantada

As músicas também não estão tão inspiradas, mas a canção em que Giselle canta junto com Malvina (Maya Rudplh) é excepcional. Para mim, a melhor de todo o longa. Esses são os principais pontos negativos.

Como pontos positivos, a história e para onde ela vai é interessante. Usaram o fato da própria Giselle ser uma madrasta para colocar isso no roteiro de uma forma cliché e bem pensada. Afinal, toda madrasta em conto de fadas é malvada. A transformação do nosso mundo em uma nova Andalasia também é muito interessante, e vale mencionar o quanto o figurino e direção de arte funcionam nesse momento. É bem cara de Disney, mas, dessa vez, falo isso de uma forma boa.

Conclusão

Alguns dirão que Desencantada era uma continuação desnecessária. Até entendo o motivo desse argumento, mas o filme me divertiu bastante. Ver a loucura da Disney sendo usada como se contos de fadas vindo de desenhos animados fossem reais não me cansa. A história é bastante plausível e divertida no que tange o mundo em que somos apresentados. Amy Adams continua sendo a fofura que sempre foi. Portanto, que venham mais histórias desse mundo por aí.