Disciples Liberation review

Foto: Kalypso Media Group GmbH.

‘Disciples: Liberation’ é uma ótima pedida para os fãs de RPG por turnos

Felipe de Andrade

Pode não parecer, mas Disciples Liberation faz parte de uma franquia de jogos de RPG que existe desde 1999, ano em que foi lançado o primeiro jogo que era exclusivo para PCs e assim foi com o segundo e terceiro jogo também. Com o lançamento do quarto título no ano passado, a produtora Kalypso Media resolveu investir alto e trazer a franquia para os consoles das gerações atual e passada, com o PS4 e o XBOX One ganhando uma versão piorada do game, mas ainda sim participando da festa.

O Frima Studio, conhecido por fazer parte da equipe de suporte e desenvolvimento de vários jogos e também por lançar alguns jogos menores por conta própria, recebeu a missão de renovar e expandir o legado de Disciples para toda uma nova geração de jogadores. Dessa forma, conciliou jogabilidade que mistura os estilos RPG com combates por turnos e jogos de estratégia, fazendo bom uso de um background riquíssimo que vem sendo construído há mais de 20 anos.

Disciples Liberation review

Foto: Kalypso Media Group GmbH.

Fiel as raízes

Mesmo essa sendo uma sequência não numerada, o jogo faz de tudo para se manter fiel as suas raízes. Ele apresenta uma nova história sem que seja necessário jogar qualquer um dos games anteriores para que se possa aproveitar essa nova aventura. O mundo conhecido dos fãs está lá, no entanto somos apresentados a uma história nova e independente, que também pode servir como um novo ponto de partida para a série.

Uma mudança significativa para a franquia ocorre aqui, já que agora o enredo passa a girar em torno de uma personagem fixa, ao contrário dos jogos anteriores. Na campanha atual, somos apresentados a Avyanna, a protagonista da vez. Ela é uma guerreira mercenária dotada de poderes ocultos até para si mesma.

Avyanna

Avyanna e seu amigo e parceiro de aventuras Orion foram contratados para matar um sacerdote. Os planos fogem do controle quando a dupla é emboscada e, quando estavam prestes a perderem suas vidas, um misterioso poder se manifesta em Avyanna, permitindo abrir um portal para que pudessem fugir, salvando suas vidas por pouco. Assim, eles chegam a Yllian, a cidade sagrada aparentemente abandonada que irá servir como base de operações durante a campanha.

É necessário evoluir a cidade para obter melhores recursos e equipamentos, assim como para recrutar e treinar novas unidades para o exército liderado por Avyanna. Somente assim poderá lidar com os conflitos e ocorrências que estão espalhados pelo mundo de Nevendaar.

Disciples Liberation review

Foto: Kalypso Media Group GmbH.

Escolha com cuidado

A forma como lidamos com cada situação pode e vai influenciar em acontecimentos futuros. Então é necessário cuidado em cada escolha feita durante a jornada. Afinal de contas, um diálogo conduzido da pior maneira pode acarretar baixas importantes ao exército. Além disso, pode enfraquecer consideravelmente a equipe, ou pior, levando até mesmo sua líder a perecer nas mãos dos inimigos.

As mais variadas formas de escolher as linhas de diálogo diferem muito de acordo com cada tipo de escolha que fazemos. Existem nada mais do que oito opções, dentre elas: responder com uma pergunta; tentar ser romântica quando há interesse; partir para o ataque; oferecer um lugar na equipe; intimidação; ser gentil; usar os instintos de Avyanna independente da situação; e mentir, sem sucesso garantido.

Outros exemplos de escolhas: definir qual das quatro facções apoiar; escolher lados em disputas; cobrar, ou não, valores para realizar missões; assim como extorquir seus alvos para que possam continuar com suas cabeças no lugar. Tudo isso seguindo uma linha tênue que registra a moral de Avyanna, mudando como ela passa a ser conhecida no mundo.

Por causa deste poder de influenciar os rumos da história é certo que cada partida seja bem diferente uma da outra, fazendo com que cada jogador tenha uma jornada única ao apreciar a gigantesca campanha de Disciples Liberation, já que ela pode ultrapassar 80 horas de gameplay facilmente.

Disciples Liberation review

Foto: Kalypso Media Group GmbH.

Variação de soldados

Durante os combates, além da protagonista, tomamos controle de seus companheiros de jornada e do conjunto de unidades recrutadas que fazem parte do exército de Avyanna. Vários tipos de soldados estão presentes no jogo e podem ser convocados à luta, como golens, zumbis, demônios, elfos, guerreiros humanos, etc. Todos possuem habilidades únicas ativas e passivas, além das características próprias de seus clãs e espécies.

As habilidades ativas serão usadas pelas unidades que posicionamos no mapa de linha de frente, que são os que realizarão ataques diretos aos inimigos no campo de batalha. Já o uso das habilidades passivas é feito pelas unidades posicionadas nos três slots da linha de fundo, de onde devem dar apoio ao exército, auxiliando as tropas com magias de cura ou defesa, tiros diretos ou feitiços para enfraquecer os inimigos, por exemplo. Um exército estrategicamente posicionado pode ser a diferença entre a vitória e a derrota.

O campo de batalha possui uma área limitada, mas não necessariamente pequena, com possibilidades de colocar várias estratégias de combate em prática e até mesmo montar armadilhas para emboscar soldados inimigos. A cada rodada devemos decidir o que fazer com os poucos pontos de ação disponíveis, sendo possível realizar uma ou duas ações por turno, passando a vez para o próximo da fila após a conclusão. Leva a vitória aquele que eliminar os inimigos do campo de batalha.

Jogabilidade lenta, mas recompensadora

O gameplay é bem completo e exige um pouco de tempo do jogador para que se possa vencer batalhas com facilidade. Essa curva de aprendizagem e o sistema de pontos de experiência adquirida após cada embate para que possamos subir o nível de todo exército acaba por tornar Disciples Liberation mais interessante para aqueles que apreciam uma jogabilidade lenta, mas recompensadora.

Os consoles da atual geração receberam um jogo com gráficos bons e que retratam bem o mundo de Nevendaar e suas paisagens variadas de maneira muito satisfatória, efeitos especiais legais, mas nada digno de destaque e que enalteça a parte visual do título. Já a geração passada ficou com a versão mais feia do game, onde é possível perceber que houve um grande downgrade gráfico com mais bugs e gráficos serrilhados, além de efeitos de granulação para disfarçar a diferença gritante da qualidade visual, loadings imensos ao entrar e sair das batalhas estão presentes, quebrando e muito a imersão do jogador.

Ademais, o que o título pode deixar a desejar no visual, ele recompensa na ótima, apesar de repetitiva, trilha sonora, com músicas dignas das orquestras, efeitos sonoros que se encaixam bem na ação das batalhas e na exploração dos mapas. Além de possuir boa dublagem em inglês, mas que infelizmente o jogo deixa a desejar por não possuir localização de nenhum tipo para o nosso idioma.

Foto: Kalypso Media Group GmbH.

Disciples Liberation – Paths to Madness (DLC)

A primeira expansão via DLC pago lançada para Disciples Liberetion, Path to Madness, amplia ainda mais o já robusto jogo de RPG com combate por turnos da Kalypso Media, trazendo novas áreas do mundo de Nevendaar para explorar, assim como novas histórias para desvendar e batalhas épicas contra uma gama de novos e bizarros inimigos.

Na nova campanha, resumindo para evitar spoilers, devemos acabar com um poderoso necromante que quer usar seu poder para criar um exército de mortos para prejudicar o povo de Nevendaar; também, podemos explorar os novos territórios atrás de segredos bem guardados do povo élfico.

Novas dungeons ficam disponíveis para exploração, e ao final de cada uma garantem novas unidades para serem recrutadas de cada facção. São eles: A cruel Daughter of Sin; A Living Armor, armadura viva gigante e superforte; o Blood Ent, árvores vivas enormes parecidas com as que vemos em O Senhor dos Anéis; e o Avatar of Death, criado por um necromante apenas para causar a morte de seus adversários.

Quatro novas armas incríveis também podem ser adquiridas entre as relíquias lendárias: Rod of the Baroness; Scepter of the Archangel; Staff of Lich Queen; e a Dragon Blade of Illumielle.

Esta DLC não só aumenta a campanha em si, disponibilizando mais umas 20 horas de jogatina como também amplia a mitologia e traz mais conteúdo ao jogo, com mais personagens, mais equipamentos e mais diversão.

Disciples Liberation: VEREDITO

Disciples Liberation renova a sua franquia de mais de 20 anos ao mesmo tempo que representa um novo ponto de partida para as atuais gerações de consoles e de jogadores. O jogo é uma ótima pedida para os fãs de RPG por turnos.

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Prós

  • Trilha sonora
  • Boa jogabilidade
  • Variedade de classes
  • Fator replay alto

Contras

  • Bugs
  • Gráficos medianos
  • Gameplay cansativa e repetitiva

Por fim, não deixe também de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

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Trailer Disciples Liberation

Felipe de Andrade

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Créditos Galáticos:

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