Doug Jones mostra simpatia em visita ao Brasil e foge da “pergunta do milênio”
Renata Teófilo
Aconteceu nessa quinta feira, dia 31/01, no Hotel Meliá, em São Paulo, a coletiva de imprensa com o ator Doug Jones, que está na cidade para participar do evento “StarCon 2019 – Os mundos de Doug Jones”, que acontece nesse sábado, dia 2 de fevereiro, no Teatro Eva Wilma.
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Doug participa atualmente da série “Star Trek Discovery”, que, no Brasil, está tendo sua segunda temporada exibida na Netflix. Ele faz o capitão Saru e, segundo Luís Navarro, um dos organizadores do evento paulista, “ter Doug Jones no Brasil nesse momento é como se o Sr. Spock estivesse vindo ao país nos anos sessenta durante a exibição da Série Clássica. O personagem de Doug é um dos mais importantes personagens do universo Star Trek atualmente”.
O ator começou falando exatamente do desafio em agradar os fãs da franquia e fazer uma história original que agrade tanto os fãs antigos, como conquistar novos:
– Estamos andando no gelo desde a primeira temporada, mas acho que com sucesso. A audiência nova quer efeitos especiais, junto com um bom roteiro e um arco de história que dê para assistir de uma vez só, não uma história diferente por episódio como era feito antes. Nossa série tem uma qualidade de cinema e nossos roteiristas são muito fãs da franquia em geral, eles cresceram vendo as séries e além do mais eles tem a ajuda de cientistas, então a ciência é meticulosamente checada e os roteiristas fazem o máximo para seguir o fandom, acrescentando com bom humor:
– Eu sou apenas um ator, eles me entregam as falas e eu digo.
Doug é mais conhecido, tanto na TV como no cinema, interpretando seres extraordinários como o protagonista de “A Forma da Água”, e tem um trabalho de mais de 33 anos fazendo personagens que precisam usar muita maquiagem. No caso do capitão Saru em “Star Trek Discovery”, que é da raça Kelpian, ele diz que “é um desafio porque não é parecido com nada do que eu tenha interpretado antes. O segredo está nas botas. Eu fico de salto, sem ter os saltos atrás, então eu tive que aprender a me equilibrar. Eu coloco meus braços levemente para trás e isso me fez perceber que fica bem mais fácil”. Nesse momento, o ator fez uma pequena demonstração de como fica o seu andar.
Ainda sobre Saru, Doug revelou:
– O processo de preparação para a máscara do personagem demora meses em Los Angeles, depois ela é levada para o local de filmagem em Toronto e a aplicação toda em meu rosto dura quase uma hora e meia, o que não é muito. Em seguida eu coloco as lentes de contato e as luvas de silicone. Depois de colocar as luvas eu posso usar o telefone, posso usar o zíper… Saru é um dos personagens mais fáceis em termos de maquiagem que eu já fiz.
Sua parceria com o diretor mexicano Guillermo del Toro é uma das mais gratificantes de sua carreira.
– Guillermo me chama no telefone me oferecendo um trabalho e eu, imediatamente, digo sim. Eu adorei fazer o personagem Fauno em ‘O Labirinto do Fauno’ que era uma combinação de homem, bode e árvore com aqueles chifres e também o Homem Pálido que saiu na capa de várias revistas naquele ano. Já no caso de “A Forma da Água”, a criatura que eu faço demorou muito para ser desenvolvida. Naquele caso, o monstro tinha que ser sexy, pois uma mulher humana se apaixonaria por ele e o que mais os artistas deram atenção e refizeram várias vezes foram os lábios e a bunda dele. No fim, acho que conseguiram criar um homem peixe bem sexy. Eu ficava bem triste de que no final do dia eu tinha que tirar fora aquela bunda, brincou o ator, que fez uma revelação ainda:
– O projeto que eu mais quero fazer com Guillermo (del Toro) foi anunciado há doze anos, mas está parado. Seria a versão dele de Frankenstein e eu iria interpretar o monstro do Dr. Frankenstein. Espero que eu consiga fazê-lo, pois Boris Karloff é um dos meus ídolos e eu gostaria de fazer essa homenagem.
Em relação ao clima das gravações de “Star Trek Discovery”, Doug diz que o set é muito descontraído. Ele mesmo é um dos que gostam de brincar com os outros atores. “Eu fico imitando um velhinho aposentado em um cassino de Las Vegas, cantando Michael Jackson, Gloria Gaynor…”
Segundo o ator, a partir de amanhã (sexta-feira, 1º de fevereiro), estará disponível nos aplicativos da Apple TV o episódio do programa “Carpool Karaoke” que ele participou com os colegas de elenco Sonequa Martin-Green, Anthony Rapp e Mary Wiseman.
Para encerrar, a pergunta que não poderia faltar: qual dos dois capitães ele prefere: Kirk de “Star Trek, a série clássica” ou Jean Luc Picard de “Jornada nas estrelas – a nova geração”?
– É tão difícil de responder. Eu adoro os dois, mas por diferentes razões. Eu adoro o capitão Kirk por razões nostálgicas. Ele foi nosso primeiro capitão. Eu nasci em 1960 e assisti a série na TV aberta com meus pais na primeira vez que passou. Mas, por Patrick Stewart ser um ator fantástico, eu podia escolher o capitão Picard. Patrick é brilhante e um gentleman. Eu o conheci no ano passado. Então, eu gosto dos dois por razões diferentes, explicou.
É, esse se saiu bem pela tangente! 😆