Dowton Abbey 2: Uma Nova Era

Foto: Divulgação

‘Downton Abbey 2: Uma Nova Era’, a leveza irônica em forma de filme

Gabriel Meira

Começo a escrever ao som de “The Suite”, icônica música de Downton Abbey, esta que representa de forma significativa uma das grandes qualidades do filme, que vem de herança da série: a trilha sonora. Antes de continuar, aconselho que pegue seus fones de ouvido e aperte o play nesta música. Mesmo que seus olhos nunca tenham passado perto das lindas imagens entregues pela fotografia que ajuda a contar as histórias da família Crawley, a música irá te transportar para o universo de Downton. Está aqui a maior capacidade alcançada pelo longa: equilíbrio.

Equilíbrio, algo raro em se alcançar atualmente no cinema, quando o exagero atinge assertivamente o espectador, os produtores tendem a seguir esta linha.

Downton Abbey 2: Uma Nova Era (Downton Abbey: A New Era), assim como o primeiro, segue o caminho reverso. Apesar da extrema qualidade dos diálogos, das imagens e da cenografia, nada sobressai no longa (eu sei que você pensou na Maggie Smith, mas ela sempre se sobressairá em qualquer filme). Vemos Downton quase  como a personificação da unidade na qual ele representa.

Todos os departamentos ajudam a conduzir a narrativa, como o cinema precisa ser feito, através do coletivo. A trilha sempre ajuda a guiar o sentimento de um personagem, a cenografia insere a contextualização histórica, a fotografia não fala mais que os personagens, ela dialoga com eles. Harmonia: isso é Downton Abbey 2: Uma Nova Era.

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Públicos distintos

Existem dois públicos do longa-metragem. O primeiro é o apaixonado pela série, que não vai perceber os problemas do filme, pois está aficionado na continuação da história. O segundo é o espectador que nunca foi fã e acaba se perdendo no meio dos deboches entusiasmados presentes nos diálogos que estão, na grande maioria das vezes, referenciando o seriado. Contudo, ambos os perfis são atingidos da mesma forma. Se existe uma convenção que diz que ironia jamais pode ser leve, a família Crawley contradiz isto. Sempre haverá leveza naquele que assistir o filme.

Alguns dizem que o roteiro acaba se perdendo ao tentar conduzir duas narrativas que pouco conversam entre si, uma na Riviera Francesa, outra em Downton, sendo que essa última ainda conta com uma tentativa de metalinguagem ao inserir um filme sendo gravado na propriedade, homenageando o início do cinema falado.

Despretensão

Todavia, a despretensão é justamente algo que o roteiro carrega desde a série. As histórias nem sempre precisam conversar exacerbadamente, nem tudo precisa estar amarrado, nem sempre precisamos de início, meio e fim bem definidos. O que importa aqui é sermos espectadores, observando a vida de uma família singular, que mesmo nos piores momentos entrega aquilo que tanto repeti aqui: leveza.

Se a história passa a ser protagonista, perdemos a atenção da família Crawley, a base de Downton Abbey 2: Uma Nova Era. Poderia estar escrevendo sobre alguns dos problemas do filme, mas desta forma quebraria a harmonia na qual o longa representa. Prefiro terminar ouvindo a trilha sonora e entendendo que cinema é feito pro espectador e, se ele te afetou de alguma forma, obteve sucesso.

Onde assistir ao filme Downton Abbey 2: Uma Nova Era?

A saber, o filme Downton Abbey 2: Uma Nova Era estreou na última quinta-feira, dia 28 de abril, nos cinemas brasileiros. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

Trailer do filme Downton Abbey 2: Uma Nova Era

Downton Abbey 2: Uma Nova Era – elenco do filme

Dominic West
Maggie Smith
Laura Haddock

Ficha Técnica

Título original do filme: Downton Abbey: A New Era
Diretor: Simon Curtis
Roteiro: Julian Fellowes
Duração: 125 minutos
País: Reino Unido
Gênero: drama e romance
Classificação: 12 anos

Gabriel Meira

Formado em cinema e apaixonado por todo tipo de arte, assiste de tudo, mas tem suas preferências pelos filmes que trabalham com o psicológico. Acredita na evolução do cinema nacional, assim como sua influência na educação.
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Créditos Galáticos: