Drake Honestly Nevermind crítica do álbum disco 2022

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Drake e sua honesta música de elevador em ‘Honestly, Nevermind’

Cadu Costa

É preciso falar a verdade: Drake é um rapper extremamente superestimado. Sua suposta genialidade, alavancada pela crítica internacional, é tão conhecida como sua arrogância. E em seu sétimo álbum de estúdio, Honestly, Nevermind, vemos um pouco dos dois.

Primeiramente, Drake tem sim seu talento, mas não é algo totalmente original. Desde os anos 80, com um certo membro da família Jackson, vemos e ouvimos esse tipo de ritmo dançante. Mas ele é um vencedor do Grammy, então é lógico que tem seus méritos. Mas vemos pouco disso em Honestly, Nevermind. Principalmente por vir cerca de seis meses após o lançamento de Certified Lover Boy, seu último trabalho, e isso diz muito sobre o novo.

Em Honestly, Nevermind, Drake soa chato, sonolento e sem graça, mas algo um pouco mais novo: ele está repetitivo. Ao abrir o disco com “Falling Back”, onde seu falsete rachado é enaltecido, a atmosfera ambiente da batida logo te prende até que a segunda música, “Texts Go Green”, entra e você nem percebe.

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Nada de novo

Mais uma vez, Drake não abre novos caminhos aqui, e refaz os mesmos contos de amor e arrependimento tantas vezes que as músicas soam iguais. Parecem feitas somente para se fazer amor em motéis baratos e beats que até soam interessantes por um momento mas se perdem vocais muito brandos e batidas de house.

As melhores músicas acontecem quando o rapper é eletrocutado com o desfibrilador – especificamente “Massive”, onde sua voz se funde com as mudanças de andamento, sintetizadores brilhantes e a bateria que corta os ritmos como uma navalha.

Mas logo voltamos à sua levada estilo ‘música de elevador’ em “Flight’s Booked”, onde tudo soa como um lounge tocando enquanto esperamos para entrar no Outback.

Festa começa quando acaba

Perto do fim de Honestly, Nevermind, temos “Down Hill” onde de novo, temos uma levada oitentista e Drake cantando com umas 40 pessoas sobre desgosto e banalidades. Então é quando ficamos confusos, pois fomos acreditados a pensar que este seria um trabalho otimista e cheio de vibrações. Mas logo percebemos que isso funciona muito melhor no conceito do que na execução. Aliás, a presença iminente do DJ/produtor Black Coffee é o catalisador, já que a sensação de deep house dá ao álbum um balanço, mesmo quando as performances vocais de Drake não merecem.

O disco encerra com “Jimmy Cooke”, que conta com a participação do rapper 21 Savage e, essa sim, é rap no velho estilo. Batidas pesadas, dançantes e rimas rápidas e diretas. Parece justamente encerrar a festa quando ela devia começar.

Entendam: Honestamente, Honestly, Nevermind, de Drake, não é um álbum ruim, mas é deveras decepcionante. Talvez com o tempo, seja melhor apreciado. Hoje serve apenas para tocar enquanto recepcionamos convidados.

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Ouça Honestly, Nevermind, novo álbum de Drake

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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