Dumbo: as diferenças entre a animação e o live-action

Alvaro Tallarico

Sempre que surge um remake vem aquela perguntinha… Qual é melhor? O original ou o novo? Valeu a pena? Vamos conhecer as diferenças entre as duas versões?

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Estreia, na próxima quinta-feira, dia 28 de março, a versão em live-action de Dumbo dirigida por ninguém menos que Tim Burton, responsável por clássicos como Edward Mãos de Tesoura, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas e A Noiva Cadáver.

A comparação não é simples. O desenho da Disney, de 1941, apresenta este icônico personagem, o elefante bebê de orelhas gigantes que sofre bullying por isso, sendo motivo de chacota e escárnio por todos os lados, somente recebendo amor de sua mãe e a ajuda do ratinho Timóteo. É um dos longas-metragens de menor duração do estúdio e de grande importância (foi quase um milagre financeiro em comparação com outros filmes da empresa).

Agora, o diretor ficou encarregado de apresentar este simpático elefantinho paras as novas gerações. O novo roteiro é de Ehren Kruger (Transformers: A Era da Extinção) e tem uma grande diferença em relação à animação antiga, pois traz a história do elefantinho junto com um drama familiar.  A computação gráfica está impressionante, trazendo um realismo palpável e a direção de Tim Burton apresenta seu velho estilo. Quem gosta, se sente em casa. Tons escuros, sombrios, certa melancolia, naquela atmosfera surreal, onírica, meio gótica, buscando também sensibilidade e humor. Uma descrição que realmente combina com a história de Dumbo e torna compreensível a escolha do cineasta. Isso não difere tanto da animação, que é mais clara, mas conflui também com muitos dos elementos citados anteriormente.

O live-action percorre alguns outros caminhos, indo do sonho ao pesadelo, do pesadelo ao sonho. Surgem heróis, uma Liga da Justiça circense. O bizarro como representação do potencial escondido. A animação é basicamente focada no Dumbo, que “te deixa um mês sem poder falar, ao ver elefante voar” (canção cantada pelos corvos no clássico).

No filme novo, temos Michael Keaton, queridinho do diretor, roubando a cena quando aparece (é a melhor atuação do longa). Um dos tantos personagens que não existe no original.

OK, mas e outras comparações? Enquanto na animação clássica quem auxilia Dumbo a despertar para seu poder é o ratinho Timóteo, neste filme são as crianças Joe e Mily. O elefante praticamente vira um animal de estimação delas e assim vai sento treinado. Elas perderam a mãe e seu pai acaba de retornar da guerra sem um braço. Dumbo é o elo que pode reconectar a família traumatizada enquanto se encontra como algo diferente do comum.

O filme atual tem uma pegada mais politicamente correta. Inclusive, houve pressão da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) para que o final fosse diferente da animação. Achei tal fato bem válido.

Foto: Disney / Divulgação

Em ambos, Dumbo transforma um suposto defeito em uma virtude, triunfando de forma apoteótica. Sem esconder certa tristeza e dramaticidade. É como uma figura mitológica planando pelos ares. As obras possuem o mérito de levantarem questionamentos sobre intolerância e preconceito, de maneira palatável, buscando transmitir tais mensagens para o espectador.

A animação tem magia, fantasia, bizarrice (os elefantes rosados) e emoção. É poesia. O filme de Tim Burton consegue seguir na mesma linha. Dumbo é uma obra passível de muitas interpretações e pode ser vista sobre diferentes óticas, sendo que o live-action tem sim grandiosidade e é certamente um prazer ver essa história ser recontada após tanto tempo. Ao fim não deixa de ser mais um emocionante espetáculo da Disney.

Respondendo a pergunta lá do início: sim, valeu a pena. Acima de tudo porque o carismático personagem merece ser conhecido pelas novas gerações. Fica a vontade de ver novas aventuras do personagem. Vida longa ao elefante voador!

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Dumbo
Direção: Tim Burton
Elenco: Colin Farrell, Eva Green, Nico Parker
Distribuição: Disney
Data de estreia: qui, 28/03/19
País: Estados Unidos
Gênero: aventura
Ano de produção: 2017
Duração: 128 minutos
Classificação: 10 anos

Alvaro Tallarico

Jornalista vivente andante (não necessariamente nessa ordem), cidadão do mundo, pacifista, divulgador da arte como expressão da busca pela reflexão e transcendência humana. @viventeandante
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