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Emergência Emergency crítica do filme 2022 Amazon Prime Video onde assistir elenco ficha técnica

‘Emergência’ faz refletir de forma divertida

Bruno Oliveira

Emergência (Emergency) é o novo filme do diretor Carey Williams que acabou de chegar no Amazon Prime Video. Ele já havia feito um curta em 2018 com o mesmo nome. Em seu currículo, o longa ganhou o Prêmio Waldo Salt de Melhor Roteiro no Festival de Sundance em 2022.

A trama

Os alunos da faculdade, Sean (RJ Cyler) e Kunle (Donald Elise Watkins), planejam fazer a tour lendária no campus de sua faculdade. Isso consiste em ir à sete festas na mesma noite, algo que os tornaria os primeiros alunos pretos a alcançarem tal façanha. Os seus planos começam a dar errado quando encontram uma menina branca desacordada em sua casa. Agora os dois, juntamente ao seu amigo latino Carlos (Sebastian Chacon), precisam decidir os prós e os contras de chamar a polícia ou não.

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Racismo

Lendo a sinopse, talvez a sua decisão seja fácil. É lógico que você vai chamar alguma autoridade, mas antes pare e pense: são dois pretos e um latino com uma menina branca desacordada. A probabilidade de serem mal interpretados é gigantesca e, provavelmente, antes de serem inocentados, muita coisa poderia acontecer com eles. Esse dilema é que permeia todas as confusões e situações de Emergência. Isso nos leva a momentos bem engraçados, como também a outros sérios e dignos de reflexão.

Desde o seu início, o filme indaga se as pessoas são racistas de propósito ou se é algo do cotidiano. Ou seja, muitas dessas pessoas nunca tratariam mal ou julgariam mal uma pessoa preta. Mas, devido ao racismo estrutural e latente, certas falas e comportamentos ainda são reproduzidos de forma natural. Esse questionamento é brilhante e nos mostra, sim, que o ser humano branco ainda precisa evoluir bastante. Um grande mal-entendido seria resolvido muito diferente se fossem com pessoas brancas.

Vale uma comparação com Superbad: É Hoje. Principalmente pelo sentido da diversão e por serem jovens que só queriam se divertir. A comédia se faz presente em muitos momentos da projeção, mas também tem espaço para um drama bem pontual. Kunle é um personagem inocente com um futuro promissor, mas ele não tem a “manha” da vida. Isso escalona até um ponto em que se vê com uma arma apontada para ele, mesmo que só quisesse ajudar. Em nível de atuação, o momento em que ele descreve todo o seu medo sobre isso se torna o ponto alto de toda a história.

Conclusão

Emergência é o tipo de obra que te diverte, mas faz refletir ao mesmo tempo. A cada problema que os personagens iam arrumando, me perguntava como iriam resolver. Fiquei nervoso e me inseri nesse grupo de pessoas que queriam fazer o bem, mas que tinham medo de que as pessoas poderiam julgá-las somente pela cor da pele. Adiciono essa diversão ao fato de que os atores jovens mandam muito bem. Acreditei na motivação de todos eles e o dilema realmente não é fácil.