Encodya é um game que vai agradar a geração ‘old school’

Leandro Stenlånd

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19 de novembro de 2021

Encodya, game da Chaos Monger Studio, levou um certo tempo até chegar em definitivo aos consoles. Desde seu início, na campanha de fundos em 2018, o título até que chamou atenção pelo seu visual bonito e com um foco voltado para aventura estilo apontar e clicar. Desde então, a narrativa do jogo, direcionada para uma cidade futurística, é carismática e envolvente.

A TRAMA

Lançado em Janeiro de 2021, a trama atravessa a cidade de Neo-Berlim no ano de 2062. Tina, uma órfã de nove anos, vive com SAM-53, o seu grande e desajeitado robô guardião, em um abrigo improvisado nos telhados da cidade, localidade controlada por empresas. A protagonista aprendeu a viver sozinha, vasculhando as lixeiras da cidade e sobrevivendo de restos de tudo.

O seu divertido robô está sempre com ela, programado para protegê-la aconteça o que acontecer, doa quem doer, venha o que vier. Um dia, a criança descobre que o pai lhe deixou uma missão importante: terminar os seus planos para salvar o mundo das cinzas!

Tina e SAM embarcam numa incrível aventura por diferentes realidades cheias de criaturas robóticas bizarras e de seres humanos grotescos. Através de puzzles e diálogos emocionantes, o jogador descobrirá o verdadeiro significado da vida.

Encodya

A JOGABILIDADE

Não é nenhuma surpresa que este tipo de jogo não é atrativo para a maioria dos entusiastas de consoles de última geração. A maioria até vira a cara para games indies difíceis como Cuphead e Sundered por exemplo, que são metroidvania. Imaginem um formato há muito esquecido e cultuado por um nicho que cada vez mais vai se tornando uma espécie em extinção.

Diante disto, a proposta do jogo é quase que um molde politizado para nos mostrar como instituições públicas e privadas controlam nossas vidas. Isso fica claro quando seus movimentos são limitados, assim como suas opções. Não há muito o que se fazer senão seguir em frente e escolher aquilo que fará com que seu personagem chegue ao final do jogo. Em outras palavras, ele não te deixa muitas opções de escolha em aberto.

Assim, acaba que durante a jogabilidade você terá acesso a inúmeros distritos que vão variar de acordo com o setor industrial no qual você estará presente. Desse modo, os apartamentos residenciais podem também mudar seu formato de acordo com a localidade. Missões simples estarão à sua disposição, mas precisa ter foco naquilo que é necessário para que Tina consiga completar uma determinada missão. Exemplo disto é que, em certo momento, precisamos encontrar um mero par de meias para a protagonista conseguir andarilhar pela cidade sem prejudicar seus pés.

É LINDO, MAS NÃO VALE O PREÇO COBRADO

E, dessa forma, Encodya nada mais é que uma aventura casual. Não é difícil de terminar e, tampouco adiciona novidades ao gênero. Esse tipo de jogabilidade foi esquecida há muito, dificilmente alguém pagará R$ 159,00 por algo que possui uma narrativa simples. Tudo bem que o overall do jogo é bastante cativante, mas não vai valer o preço cobrado, por exemplo. Ainda assim, nada tira o mérito da Chaos Monger Studio em trazer de volta este gênero.

Ele pode ter todos os predicados possíveis e mesmo que déssemos nota máxima, particularmente não há nenhuma chance de ser pago quase R$ 160,00 em um jogo de aproximadamente 10 horas para finalizar e que, por vezes, é até tedioso. Talvez seja o tipo de título voltado para um público mais infantil, mas a narrativa não permite porque tem muito sangue e dor.

MAIS PROBLEMAS

Apesar de bem vistoso, Encodya peca por não ter tanta alternância de cores. Sempre tudo muito igual, mesmo com a mudança de cenários. Isso, em suma, dificulta um pouco entender aquilo que se passa durante a jogatina. Com cenários bem escuros, alguns puzzles e detalhes necessários para avançarmos, passam por despercebidos e isso é algo bem complicado de lidar. Talvez se o mesmo se passasse em um ambiente mais claro, uma cidade menos voltada para algo das ‘trevas’, seria bem melhor.

Aos interessados na trama, existe um modo ‘fácil’ disponível e que não te levará a nada. Apenas fará com que o robô forneça dicas para a menina. Se você utilizar dicas, pode acabar caindo numa furada, pois algumas conquistas eram necessárias para seguir em frente, visto que estávamos perdidos na cidade.

VEREDITO

Em pleno mês de Black Friday, mesmo sendo lançado há 10 meses, o título mantêm-se com um preço absurdamente elevado e esse é, sem sombra de dúvidas, o seu maior Calcanhar de Aquiles. No mais, Encodya é um título muito cativante, bonito, de narrativa sensível e vistosa. Recomendado mesmo entupido de problemas.

PRÓS

  • As inúmeras cidades dando possibilidade do jogo se estender por mais horas de gameplay
  • O visual é bem detalhado e parece desenhado à mão.
  • Narrativa carismática

CONTRAS

  • Não vale o valor cobrado, por mais que tenha dado trabalho para desenvolver
  • Jogo muito escuro e os detalhes para darmos continuidade à narrativa, ficam escondidos demais.
  • Algumas missões (sidequests) são de encher linguiça e não agregam em nada à missão real.

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Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
9.2
JOGABILIDADE

Créditos Galáticos: 9

HISTÓRIA

Créditos Galáticos: 10

DIVERSÃO E IMERSÃO

Créditos Galáticos: 8

ÁUDIO

Créditos Galáticos: 9

GRÁFICOS

Créditos Galáticos: 10

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