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‘Endling – A Extinção é Para Sempre’ é comovente

Taynna Gripp

Ambientado em um cenário apocalíptico e visto pela perspectiva de uma raposa com seus filhotes, ‘Endling – A Extinção é Para Sempre’ é um jogo indie com história comovente e cenários e trilha sonora de ótimo gosto.

Seu objetivo é manter a salvo uma raposa, que, a princípio, está solitária, em meio a um incêndio florestal próximo a uma grande fábrica. Começamos o jogo com as chamas que se desenham de modo muito belo no jogo. ALém disso, uma trilha sonora muito imersiva, nos leva ao pequeno tutorial que ensina o que conseguimos fazer: pular, farejar, cavar e subir em árvores, tudo isso com legendas em português!

Mãe Raposa

Ao passarmos do primeiro momento com o coração já não mão após um acidente, nossa personagem principal encontra uma toca. Machucada, se abriga nela para dar a luz a quatro filhotes, se tornando, assim, a Mãe Raposa. A partir daí, começa de fato o jogo, onde entendemos a dinâmica de só sair durante a noite, buscar alimentos para os filhotes que variam entre frutas, peixes, roedores e lixo. Durante um pequeno momento isso é tudo que nos é permitido fazer e a exploração do terreno é desenvolvida com uma ambientação muito boa. A trilha sonora não é extremamente marcante, mas colabora para a construção da tensão uma vez que os traços do jogo são singelos e delicados.

Ao ter um dos seus filhotes recém nascidos capturado por um humano, a Mãe Raposa vê os objetivos se dividirem entre alimentar os filhotes restantes e encontrar o que foi roubado.

Para ambas as ações seguimos o comando de farejar, mas vale ressaltar a beleza dos momentos em que o filhote roubado aparece, sempre com a trilha de um tom rosa destoante de todo o aspecto natural da trama.

Sobrevivência

Com a premissa da catástrofe ambiental evidente e descontrolada, o jogo nos cativa por trazer o conceito de uma família lutando para sobreviver em meio ao caos.

Durante a busca por sobrevivência, enfrentamos perigos diversos: a escassez de comida que vai aumentando conforme a exploração do mapa; a dificuldade de passar por lugares habitados por humanos que nos capturam; armadilhas que atrapalham a Mãe Raposa nas lutas, assim como outros predadores que tentam se alimentar dos filhotes ainda indefesos… Tudo é inóspito no ambiente da corajosa e tão cativante mãe. Farejar é um dos primeiros comandos a ser apresentado e vai nos acompanhar durante todo o percurso, aos poucos o senso de direcionamento vai ficando mais apurado e aqui contamos com o cenário como dificuldade porque algumas trilhas são muito similares e acabam gerando a necessidade de interação com o mapa.

Jogabilidade

A jogabilidade é fácil e tranquila e todos os comandos principais são muito intuitivos, fáceis de aprender Uma dificuldade é manter sempre os filhotes por perto porque se você opta por correr eles ficam em risco e assim podem sofrer ataques e morrer. A complexidade do jogo está em lidar emocionalmente com decisões que podem e vão afetar todo o futuro da sua prole. Se em um aspecto o jogo é muito indicado para crianças por ser lúdico, de simples execução e estética singela, em outro, cabe uma análise individual. Afinal, a emoção é uma crescente em todo o decorrer da história e situações de morte dos filhotes podem gerar estresse emocional.

Situações adversas ajudarão a criar novas habilidades para os filhotes e assim desenvolver ainda mais a história e o mapa, eles aprenderão a cavar, pular, atravessar cercas de arame, tudo conforme o desenrolar do jogo, noites a dentro, que é o único momento em que é seguro para a família sair da toca, na escuridão.

Complexidade

De modo geral, a complexidade do jogo não é alta. Ela oscila entre momentos de tranquilidade em que apenas a exploração é necessária, culminando em momentos de adrenalina quando a Mãe Raposa se depara com algum predador ou um dos seus filhotes acaba correndo risco de ser capturado por um humano ou morto por outros animais, como corujas.

Escolhas sempre serão tomadas, uma vez que o tempo para peregrinar é pouco e é preciso sempre estar de volta ao seu esconderijo quando o dia amanhece, sendo assim, por vezes, o objetivo de alimentar os filhotes e procurar pistas do filhote desaparecido acabam entrando em conflito e você precisará optar por um ou outro caminho. Perder um filhote, além do desconforto emocional que o jogo sabe muito bem trabalhar em quem está ali jogando, causa danos físicos também: pode-se perder um filhote que tenham habilidades mais desenvolvidas e isso vai te atrasar na sua jornada. Aqui nota-se que o estúdio estava interessado em mostrar como juntos temos mais valores agregados, afinal, cada pequeno filhote pode trazer um benefício diferente do outro, fortalecendo a família.

Explorar

Explorar o mapa é um advento à parte que nos mostra como os humanos são terríveis em cada interação que fazem com o meio ambiente: encontramos rios poluídos, lixos abandonados, caçadores cruéis, uma fábrica que nojenta, e em quase todos os momentos os humanos são a maior ameça à família de raposas.

Se você busca um jogo com história simples mas bonita e importante, esse é o jogo certo. Endling traz elementos singelos construindo uma narrativa bem amarrada. Além disso, ele traz uma ambientação gostosa de experimentar (cenários e trilha sonora estão em sintonia o tempo inteiro com a história). Entretanto, se o que deseja é uma narrativa que envolva mais ação e aventura, o jogo pode não te prender. Uma vez que não existe muito além para ser descoberto e desenvolvido. Afinal, estamos falando de uma Mãe Raposa que precisa proteger seus filhotes e resgatar um rebento perdido.

Encantador

Mesmo assim, é impossível não se encantar com os gráficos e com a premissa da personagem, que enfrenta os maiores perigos para trazer de volta seu filhote. Quando você permite se envolver com o jogo a sensação de pertencimento e de apego aos filhotes é muito grande. Ele proporciona uma experiência muito prazerosa, mesmo que às vezes, injusta.

A Herobeat Studios e Handy Game são as desenvolvedoras de Endling. Ele já se encontra disponível nas plataformas de Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One, e Microsoft Windows. Por fim, ele vai te emocionar com personagens cativantes e uma história de coragem e esperança em um cenário lindo.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

https://app.orelo.cc/uA26

https://spoti.fi/3t8giu7