Indie e geek se fundem no som repleto de fantasias da banda Sofá a Jato
Wilson Spiler
Contando uma história do início ao fim, a Sofá a Jato lançou recentemente o álbum Revoada em todas as plataformas digitais. O trabalho representa tudo que a banda sempre construiu na sua trajetória: ser e discutir escape e traz referências geeks.
Com uma narrativa que se completa, Revoada versa sobre como é possível se perder em fantasias e esquecer dos outros, trazendo solidão, isolamento e até um certo tom de covardia em não participar da realidade. Se conectando com a cultura geek, as canções trazem samples de música de videogames, de animes e os artistas utilizam de palavras e linguagem de RPG ao longo de toda a obra para trazer a ideia do mundo mágico e aventuresco.
Para aproveitar o lançamento do álbum Revoada, o ULTRAVERSO conversou com a banda Sofá a Jato sobre o disco e as referências geeks que o grupo carrega. Confira o bate-papo para a coluna Contra Maré!
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ULTRAVERSO: Como foi a ideia de usar essa temática geek com o som da banda? São todos nerds no Sofá a Jato?
Sofá a Jato: Nerd é algo bem amplo, mas diria que sim. Tá no core da banda, do projeto. Até quem passou pela banda, quem dividiu palco se uniu por essa veia. A gente queria discutir algo que tivesse sentido com o meio nerd/geek, mas que trouxesse uma responsabilidade pro tema. Daí veio a ideia de falar dos escapes que pessoas desse meio acaba criando. E claro, as consequências disso.
Quais as principais referências musicais da banda?
Sofá a Jato: Sempre varia bastante, mas na época do disco tinha bastante Almir Sater e Arthur Verocai, tanto na sonoridade campestre, quanto no jeito de fazer as letras, tentar pintar cenários, meio que nem RPG, só que bem brasileiro. E teve também bastante Junip e Fleet Foxes, pela estética folk, mas que une com outros elementos, até coisas eletrônicas, daí. Inclusive, Daft Punk é uma influência bem forte desde sempre no projeto.
Aproveitando a deixa, quais as maiores influências geeks dos integrantes?
Sofá a Jato: Acho que jogos com trilhas sonoras e narrativas marcantes, como a série do Zelda, mais antigamente Chrono Trigger. Durante as gravações, pra relaxar, a gente jogou muito Trine. A gente gosta bastante desses jogos onde o combate não é necessariamente o foco. Além dos jogos, eu diria que animes também. Neon Genesis Evangelion, Paprika, Naruto, Death Note e principalmente os filmes do Studio Ghibli. Tem até uns easter eggs dessas obras espalhados pelo disco.
Se tivessem que escolher, qual super-herói (ou vilão) cada um gostaria de ser?
Sofá a Jato: Essa parte seria mais complexa (risos). Porque a gente gosta bastante de vilões e heróis que não se encaixam bem em nenhum nem outra categoria. Uma séria que a gente sempre falou foi “Legion” do FX, sobre o filho do Professor Xavier. Uma das séries de herói mais criativas que vimos e tem bastante essa dinâmica de não ter protagonista, mas tu decidir se ele é vilão ou herói. Então, diríamos de maneira geral “Legion” (risos).
O álbum ‘Revoada’ é o primeiro completo da banda. Como foi esse processo de gravação e composição?
Sofá a Jato: A gente começou pelas letras e canções todas, pra contar a história que a gente queria desde o começo. Tentamos usar letras simples, mas com palavras que a gente encontra nos nossos jogos de RPG de mesa. Coisas como baú, armadura, bússola, aventura, herói, etc. Isso deu a cara que a gente queria. Depois, na hora de gravar trouxemos as ideias de misturas de instrumentos que gostaríamos de usar: viola caipira com sintetizadores, loops de bateria com barulhos de cigarras japonesas (que nem nos animes). Isso tudo deu a atmosfera que a gente queria pro disco.
O que mudou desde o EP ‘Amanhã’, de 2017, para o ‘Revoada’, de 2022?
Sofá a Jato: Mudaram membros, mudaram estéticas, mudaram foco do que fazer com o espaço que a gente gostaria de ocupar. Inclusive uma decisão que fizemos bem cedo foi não usar guitarra, pra tentar fugir da estética “rock”, que, pra nós, estava ficando meio saturada.
E como tem sido a repercussão de ‘Revoada’? Planejam fazer alguma turnê em breve?
Sofá a Jato: A gente ainda não tocou muito porque estamos repensando os próximos passos, mas a ideia é tocar bastante, sim. Nosso show usa projeções sincronizadas com o que fazemos no palco que gera um espetáculo bem único e ajuda a apontar pra lugares que a gente quer que a narrativa vá. A repercussão do show e do disco tem sido ótimas, muita gente pegando as referências todas, entendendo a história de cabo a rabo e vindo falar com a gente. Muito gratificante.
Os clipes do Sofá a Jato também são bem inventivos. Como é esse processo de produção? Tem o dedo dos integrantes ou cada diretor agente conforme capta a essência da música e da banda?
Sofá a Jato: Na verdade, somos nós mesmos que fazemos, até pensamos juntos nos roteiros e tal. Obviamente tem mais mãos envolvidas e tal. Amigos que participam atuando ou codirigindo, cedendo locações, fazendo correria da produção junto. A parte visual sempre andou bem junto da música nesse projeto todo, então é bem legal poder explorar os desdobramentos nos clipes, de ideais que tivemos durante a parte das letras da músicas até.
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