25 anos de ‘Baduizm’, o início da magia íntima de Erykah Badu pelo mundo
Carol Luisa
Era 11 de fevereiro de 1997, quando chegou aos ouvidos do mundo o álbum que apresentou aquela que seria uma das principais responsáveis pelo surgimento da neo-soul music. Trata-se de Baduizm, primeiro álbum de estúdio de Erykah Badu, hoje uma das grandes vozes do R&B, que irá se apresentar no Rio, dia 24 de janeiro, cujo show será parte de uma série de performances para celebrar os 25 anos de lançamento do icônico disco, que lhe rendeu o Grammy de melhor álbum R&B.
Produzido pela própria Erykah Badu, em parceria com Madukwu Chinwah, John Meredith, James Poyser e The Roots – aclamado grupo de hip hop, cujo o trabalho possui forte influência do jazz -, Baduizm possui 14 faixas quase todas assinadas pela cantora, exceto “4 Leaf Clover” (David Lewis, Wayne Lewis). Durante todo o álbum, a voz da artista nos conduz sedutoramente pelo soul e o neo-soul – que ela ajudou a popularizar -, por um charme assim meio Sade, pelas grandes damas do jazz a la Billie Holiday e pelo hip hop.
“Rimshot (Intro)” abre os trabalhos como um bonde a nos conduzir até “On & On”, o primeiro single. Badu, uma mulher preta e artista vivendo e sobrevivendo, vem mandando pedrada: “A maioria dos intelectuais não acreditam em Deus, mas nos temem da mesma forma (most intellects do not believe in God but they fear us just the same)”. A canção levou o Grammy de melhor single R&B feminino, enquanto a cantora recebia o de melhor performance vocal feminina R&B.
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Caráter íntimo
Segue a pulsante “Appletree” – belíssima linha de baixo, preciso dizer. Logo depois vem “Otherside of the Game”, onde Badu expõe certa preocupação com o parceiro e a vida que levam – “O que você vai fazer quando vierem atrás de você? o trabalho não é honesto, mas paga as contas (whatcha gonna do when they come for you? work ain’t honest but it pays the bills)”.
“Sometimes [Mix #9]”, a quinta faixa, vem com uma introdução de percussão, emendando com os beats, em uma ligação perfeita com a voz calorosa de Badu. “Next Lifetime”, “Afro”,”Certainly” e “4 Leaf Clover” surgem desenrolando camadas densas e quentes com uma voz que, ora te sussurra segredos enquanto cozinha, ora parece ensaiar um grito, mas mantendo o caráter de intimidade profunda.
Instigante, sedutora, provocante
“No Love” e “Drama” soam tão íntimas que é difícil não se deixar envolver completamente por toda a atmosfera sonora que cerca. “Sometimes” retorna, mas não exatamente a mesma – um mantra maior. “Certainly [Flipped It]” vem com seu jeitão de papo reto, que inclusive, aparece várias e várias vezes nas canções da artista, mas naquela forma de canto de sereia – pode vir com barbaridades, mas é tão hipnótico, que você só se dá conta de tudo depois que a sereia te leva e afoga no fundo do mar.
O gran finale fica por conta de “Rimshot (Outro)”, retornando para o começo, que é para nos situar sobre o tempo cíclico – começos e fins são, ao mesmo tempo, nascimento e morte, o mesmo ponto, o mesmo elo, a mesma música. Ainda que diferente.
Foi com esse álbum que passou-se a observar o quão Badu instiga, seduz, provoca, arranja e desarranja quem a escuta. Tudo o que podemos fazer é dar a mão a ela de olhos fechados. Não cabe caretices e gente morna. A magia tá aí, cai quem deseja o mundo. Feliz 25, dear Baduizm!
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
SERVIÇO: Show de Erykah Badu no Rio de Janeiro
Quando: terça-feira, 24 de janeiro, às 21h
Onde: Vivo Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro)
Ingressos: Sympla
Preços: de R$200 (meia) a R$400 (inteira)
Abertura da casa: 1h antes do show
Classificação Etária: 18 anos