EXCLUSIVO Entrevista com Mauricio Barros, do Barão Vermelho Mauricio Barros foto marcos hermes

EXCLUSIVO: Mauricio Barros, do Barão Vermelho, fala sobre álbum solo e novos projetos

Wilson Spiler

O hiato dos shows no último ano e meio foi o empurrão que faltava para Maurício Barros, músico e fundador do Barão Vermelho, tirar um projeto do papel. Em novembro, o artista lança seu primeiro disco solo, Não Tá Fácil pra Ninguém, em todas as plataformas digitais. O álbum traz dez faixas compostas por Maurício (autor de sucessos como Por você, Puro êxtase e Amor pra recomeçar) em parceria com nomes da música brasileira, como Arnaldo Antunes e Fausto Fawcett.

Nesta sexta, dia 22 de outubro, foi divulgado, todas as plataformas digitais, o primeiro single e o videoclipe da belíssima “Abra Essa Porta”, faixa com participação do músico pernambucano Otto, que também assina a composição com Maurício Barros.

Para celebrar o lançamento do single e o vindouro álbum solo, o ULTRAVERSO conversou, de forma exclusiva, com Mauricio Barros sobre o disco, Barão Vermelho e projetos futuros. Então, sem mais delongas, confira o bate-papo!

ULTRAVERSO: Depois de tantos anos no Barão Vermelho, você agora lança seu primeiro álbum solo. O que o levou a tomar essa decisão?

Maurício Barros: É um projeto/ideia que tenho há bastante tempo. Ilumino músicas e ideias minhas que não necessariamente vejo como uma sonoridade do Barão. São manifestações pessoais. O hiato dos shows no último ano e meio foi o empurrão que faltava para eu tirar o projeto do papel.  

‘Abra Essa Porta’, seu primeiro single de trabalho, é bem diferente do som do Barão Vermelho. Há algo da banda no seu álbum ou buscou outras referências para compor?

Maurício Barros: Na verdade, busquei exatamente outras referências. O Barão tem uma sonoridade, uma onda própria, um jeito de fazer seu som. Quando eu componho, eu não penso para onde é. Depois de pronta vejo se apresento para o Barão ou não. Essas eu achei que não. Tenho cinco músicas no último disco no Barão, mas não apresentei nenhuma que está no meu álbum solo, pois achei que eram mais pessoais. Realmente busquei outra sonoridade.

A música fala em fé, esperança, coragem. Como vê o futuro pós-pandemia? Haverá espaço para grandes shows e festivais?

Maurício Barros: Estamos começando a vivenciar o futuro pós-pandemia. Estou esperançoso, mas não tenho bola de cristal para saber como vai ser, se haverá ou não espaço para grandes shows. Mas certamente já estamos melhor que no passado recente. A música se comunica bastante com este momento. Este foi um dos motivos de “Abra essa porta” ser o primeiro single. Tem uma simbologia forte. Fiquei isolado na pandemia, como muitos, então tem esse sentido de ir novamente para a vida, uma metáfora. E a música traz esperança, afinal a  vida é o que temos. E é só da gente.

Seu álbum se chama ‘Não Tá Fácil pra Ninguém’. Por que tudo é tão difícil, especificamente no nosso caso, para quem trabalha com cultura no Brasil?

Maurício Barros: É uma das áreas difíceis, e está particularmente difícil com um governo que mira na ciência e na cultura como um adversário. Nesse momento recente de pandemia, fomos os primeiros a fechar e os últimos a abrir plenamente. Vivemos de aglomeração, então fomos prejudicados diretamente e não contamos com apoio. Pelo contrário, a cultura já estava sofrendo antes mesmo da pandemia iniciar.

O disco traz colaborações de ícones da música brasileira. Certamente você já trabalhou com diversos outros artistas de renome. Com quem você ainda não teve oportunidade e gostaria de realizar parcerias?

Maurício Barros: Boa pergunta. Rapidamente, te respondo Caetano, Gil, Roberto Carlos e Marisa Monte. Poderia falar uma lista enorme, mas estes artistas representam bem.

Há projeção para o lançamento de novos álbuns solo?

Maurício Barros: Existe vontade, até porque tenho muitas músicas gravadas que não entraram neste disco. Tenho sim intenção de dar continuidade ao projeto solo, em paralelo ao Barão.

capa do single abra essa porta Maurício Barros Barão Vermelho

Foto: Divulgação

Aliás, quais os planos para o Barão Vermelho? O último álbum é de 2019. Podemos esperar novidades em breve?

Maurício Barros: Em 2022, completa 40 anos do lançamento do primeiro disco do Barão Vermelho e faremos uma turnê comemorativa. Estamos felizes para poder voltar à estrada e estar próximo do nosso público. Temos surpresas para comemorar esse aniversario de 40 anos do primeiro disco.

Falando em Barão, Frejat saiu da banda em 2017. Pouco depois, Rodrigo Santos também deixou o grupo. Falou-se em visões diferentes de futuro e incompatibilidade de agendas. Houve alguma divergência entre os integrantes?

Maurício Barros: Sim, uma divergência de agenda e de como visualizavam sua carreira, solo ou do grupo. Ambos estavam mais decididos a priorizar a carreira solo e tomaram uma decisão. E nós seguimos com o Barão, e estamos felizes em continuar com o grupo. Mas continuamos amigos. Inclusive sou parceiro de importantes músicas da carreira solo do Frejat, como “Amor para Recomeçar”, além de ter coproduzido o primeiro álbum dele solo, e produzido o terceiro.

O Rock in Rio 2022 está vindo aí. Vocês tocaram na primeira edição (1985) e na terceira (2001). Há alguma previsão de retorno aos palcos da Cidade do Rock?

Maurício Barros: Esperamos que sim (risos), mas não há nada oficializado. Seria um prazer fazermos parte, ficaríamos felizes de levar o Barão para o Rock in Rio novamente.

Por fim, o que os fãs podem esperar do ‘Maurício Barros solo’?

Maurício Barros: A minha mais completa tradução sonora.

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Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
NAN