Festival Cajubi

Festival Cajubi estreia com programação variada

Guilherme Farizeli

Inspirado na lenda Karajá em que o pássaro Cajubi rasga as trevas com o seu vôo, criando o dia e a noite, o Festival Cajubi: Ruptura e Reencanto começa amanhã (23). Nesse sentido, o evento vai apresentar olhares distintos para nos inspirar desejos. Assim como nos fazer refletir e expandir os pensamentos neste mundo em sobressalto. Então, até 25 de fevereiro, nomes como Tom Zé, Letrux, Ailton Krenak, Juçara Marçal, Luiz Antonio Simas, Elisa Lucinda, Tiganá Santana e Decio 7 vão ajudar a abrir uma fresta, iluminando a realidade distópica em que vivemos.

A saber, toda a programação será transmitida gratuitamente no YouTube oficial do evento, que também está ativo no Instagram. Além disso, a programação é totalmente gratuita.

Um evento plural

Em cada dia, haverá um debate, uma performance musical e uma sessão de cinema. Os debates serão mediados pelo professor e pesquisador Antonio Leal. “O intuito é discutir a nossa identidade social e cultural através da interseção entre teoria e arte. Trazendo novas ideias para atravessarmos esse período tão delicado e complexo”, conta Leal, cocriador e curador acadêmico do Cajubi.

Além disso, a artista plástica Marcia Ribeiro, idealizadora e curadora artística do festival, quis eternizar os diálogos das mesas. Dessa forma, reunindo o material produzido no Cajubi em um livro digital. Ao passo que o projeto gráfico será de Fabio Morais e contará com obras de Uyra Sodoma, Denilson Baniwa, Ricardo Cástro, Marcola, Marina Wisnik e ela própria.

Festival Cajubi quer quebrar paradigmas

Do mesmo modo, a lenda indígena que nomeia o evento traz uma bela imagem que diz muito sobre a alma do Festival Cajubi. “Queremos trazer à tona possibilidades de ruptura com o estado da ordem vigente e de reencantamento pelas nossas matrizes, heranças e, quiçá, sonhos perdidos”, estima a curadora.

A pandemia escancarou algo que já era latente, mas ficava restrito aos campos da teologia, da metafísica e da mitologia: a intrínseca e profunda conexão entre as coisas e os seres do Universo. Ainda há tempo para pensar: o que aprendemos com essa nova realidade? O que podemos reinventar agora?”, instiga Marcia.

Tom Zé (foto por André Conti)

Por fim, o Festival Cajubi tem produção Executiva de Helena Forghieri. Será realizado com recursos do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria de Cultura e Economia do Estado de São Paulo, do Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAC), do Governo Federal e da Lei Aldir Blanc.

Enfim, confira a programação completa:

Terça, 23 de fevereiro

18h30 (mesa) – Marcio Seligmann-Silva + Tom Zé

20h30 (música) – Juçara Marçal + Décio 7

21h (cinema) – “Gyuri”, documentário de Mariana Lacerda sobre a trajetória da fotógrafa e ativista Claudia Andujar ao lado dos yanomamis.

Quarta, 24 de fevereiro

18h30 (mesa) – Luiz Antonio Simas + Tiganá Santana

20h30 (música) – Tiganá Santana

21h (cinema) – “Limiar”, documentário de Coraci Ruiz sobre uma mãe que resolve filmar a transição de gênero do seu filho com toda a delicadeza do mundo.

Quinta, 25 de fevereiro

18h30 (mesa) – Ailton Krenak + Elisa Lucinda

20h30 (música) – Letrux

21h (cinema) – “Espero tua (re)volta”, documentário de Eliza Capai sobre as lutas estudantis desde as marchas de 2013 até a vitória de Jair Bolsonaro em 2018.

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
NAN