festival Sons da Rua 2022 confira como foram os shows

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Sons da Rua volta com tudo em 2022: saiba como foi o festival

Kainan Medeiros

Felizmente, os festivais estão voltando com força total neste ano. E, para ilustrar isso, o Sons da Rua 2022, maior festival de Hip Hop da América Latina, esteve presente em São Paulo neste último final de semana. No sábado (8), o evento trouxe diversas atrações, com direito à inédita quadra de basquete 3×3 até a batalha de rima.

Além disso, tivemos um show de talentos do rap nacional, envolvendo os artistas debutantes Kadri, Gabi Landin e Ramalho. A “Seletiva Novos Talentos” foi vencida por Ramalho, mas dá para dizer que os três que se apresentaram já podem se considerar vencedores.

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festival Sons da Rua 2022 batalha de rimas

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BK

E já que o assunto é talento, isso não falta no primeiro rapper a se apresentar. BK, um dos melhores rappers da cena atual, abriu bem o festival, já garantindo um ótimo público desde cedo. Com músicas que iam desde sua primeira mixtape, até o último álbum, o “Deus do Furdunço” fez a plateia já se aquecer para o que vinha depois. Vale ressaltar que o músico tem uma relação bem próxima com os rappers que se apresentaram depois, então basicamente 70% do público total já estava presente no Memorial da América Latina.

Como havia dois palcos, em meio ao intervalo dos shows, com o patrocínio da TNT rolava a batalha de rima que evoluiu até a posterior final envolvendo Kroi e Big Mike, sendo vencida pelo primeiro rapper. Isso foi um acerto em cheio, já que havia uma janela de espera grande entre cada show, mas que era bem suprida pelas batalhas de rima.

festival Sons da Rua 2022 BK

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Djonga

Já na sequência do BK, tivemos o principal show, mesmo que não fosse o headline do evento. Djonga é individualmente o principal nome do rap nacional atual, tendo sua influência destacada não só musicalmente, mas socialmente também. O rapper mineiro é referência na luta antirracista e se manifesta politicamente com frequência em suas redes sociais. Seu enorme carisma e letras ácidas, tornam qualquer show seu num espetáculo, e aqui não seria diferente!

Portanto, aqui, 90% do público já estava presente pra acompanhar o Djonga. Desde sua entrada até a última música, ele fez o público pular, gritar, interagir com ele em cada música.

Cantando no mínimo uma música de cada álbum e um single que tinha participação de BK e Ret (mas sem os dois no palco), estava sendo um ótimo show até Djonga parar a música e fazer casais subirem ao palco, o que resultou em um pedido de casamento, que logo após veio a única música mais tranquila cantada por ele, que falava mais sobre amor.

De resto, Djonga voltou ao seu estado incendiário contra o racismo e, para evidenciar isso, na música “Olho de Tigre”, ele desceu para o público e fez a galera pirar num bate-cabeça sensacional. O termômetro do show é a tristeza da galera quando o artista foi embora. E isso ficou claríssima quando o rapper se despediu, deixando o público órfão do seu talento, mas no pique para a próxima atração a vir.

festival Sons da Rua 2022 Djonga

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Tasha e Tracie

Se existia alguma dúvida do potencial da dupla Tasha e Tracie, não existe mais. As rappers estão em uma crescente muito grande e a performance das duas no Sons da Rua só sacramentou o que quem já acompanha elas, já sabia. Elas são os maiores nomes da cena atual do rap feminino. Obviamente, seu público é majoritariamente feminino, mas isso não exclui o público masculino de curtir suas letras extremamente ácidas e inteligentes, que evidenciam racismo, misoginia, etc.

A dupla entregou um show tão performático quanto o do Djonga, tendo seus pontos altos durante as músicas “Tang” e “Cachorras Kamikazes”. É inquestionável o talento delas, assim como o respeito que elas já possuem e vêm ganhando cada vez mais. Com certeza, tocar no Sons da Rua 2022 só coroa ainda mais a trajetória que vem sendo trilhada pela Tasha e Tracie.

festival Sons da Rua 2022 Tasha e Tracie

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Black Alien

Na contramão da nova geração, um nome titânico subiu no palco em seguida. Black Alien, é um dos mais respeitados do rap nacional, mas como uma didática diferente de cantar. Mais calmo, porém não menos ácido, suas letras lembram um reggaeton pelo ritmo mais lento. Mas se engana que a caneta dele não é pesada ao escrever letras que incomodam quem ignora a realidade da periferia.

No entanto, ali o público já estava mais disperso, pois é uma atração volta ao público mais velho, levando a “molecada” a se movimentar as praças de alimentação enquanto rolava a lírica do Black Alien.

festival Sons da Rua 2022 Black Alien

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Felipe Ret

Por último, mas não menos importante, um rapper que furou a bolha lá em Brasília. Felipe Ret, que tem um dos cachês mais caros da cena atual, veio para fechar o festival em grande estilo, trazendo a totalidade do público presente de volta para perto do palco. Tocando basicamente a discografia quase completa do último álbum “(LUME)”, o artista agitou o fim da noite na Barra Funda, fechando com chave de ouro a quinta edição do maior festival de Hip Hop da América Latina.

Desse modo, esperamos que o Festival Sons da Rua cresça ainda mais com ótimas ideias e uma line-up ainda melhor do que a de 2022. Que no ano que vem eles melhorem ainda mais o que já foi ótimo agora. Amém!

festival Sons da Rua 2022 Felipe Ret

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Kainan Medeiros

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