Festival Turá 2022: Uma ode à música nacional
Kainan Medeiros
Alô, Ultralovers! Acompanhamos de perto a edição de 2022 do Festival Turá, em SP! Vem saber como foi, nos mínimos detalhes!
Finalmente, as coisas parece começar a estar voltando ao normal, no pós pandemia. E no setor cultural também não seria diferente! Shows, peças, exposições, têm sido cada vez mais constantes com o passar do tempo e é chegada a hora dos festivais retornarem a todo o vapor. Sendo assim, esse ano já tivemos festivais como: MITA, CENA 2K22, Lollapalooza. E o que eles tem em comum? Simples, misturam artistas nacionais e internacionais em seus lineups. Contudo, neste último final de semana, tivemos a primeira edição do Turá. Festival que reúne artistas nacionais de variados gêneros musicais, justamente com a ideia de valorizar a pluralidade e qualidade da música brasileira.
As atrações
O espaço dedicado para apreciar o puro suco da música nacional ficava entre os portões 2 e 10 do Parque Ibirapuera. No primeiro dia de festival, o tímido público demorou para chegar em um ensolarado sábado, que contou com a abertura dos trabalhos por meio da performance da cantora, atriz e ex-integrante do Araketu, Larissa Luz.
Com letras recheadas de temática racial, a cantora baiana já mostrou a que veio e deu um belo cartão de visitas. Vale ressaltar que após cada apresentação, havia um DJ diferente tendo uma exibição de meia hora. O que, na minha visão, é um baita acerto. Já que é uma tentativa de não deixar o público desanimar sem ter atração nenhuma e ao mesmo tempo, a chance de apoiar mais um músico tupiniquim.
Posteriormente, o Turá trouxe ao seu palco a sambista Roberta Sá. Ela já subiu empolgada ao palco, trazendo um repertório recheado de sucessos. Com músicas de Alcione à Fundo de Quintal. O resultado disso foi o público presente sambar bastante.
“Malvadão” chegou
Eis que, chegou um grande nome em ascenção para se apresentar. Estamos falando dele, Xamã. O midiático subiu ao palco para trazer um compilado de seus participações nas ‘Cyphers’ denominadas “Poesia Acústica”. Além disso, o rapper fluminense cantou sucessos como “Luxúria”. E, é claro, não poderia faltar o grande sucesso de sua carreira: o hit “Malvadão”.
Nesse sentido, a performance do cantor também teve Rock N’ Roll, indo desde Charlie Brown Jr. até um pouco de Heavy Metal. Isso sem contar, o freestyle, com suas rimas exalando algumas críticas sociais.
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Anoiteceu, e aí?
Já na passagem da tarde para noite, Duda Beat abrilhantou o palco, LITERALMENTE. A cantora nordestina já tinha uma leva de fãs só aguardando o início de seu espetáculo musical. Carismática e bem à vontade, Duda trouxe para o palco alguns hits como “Bixinho” e “Jeito de Amar”. Que somados aos singles do segundo álbum, garantiram um show bem marcante.
Porém, nem tudo são flores. O grande astro Zeca Pagodinho foi diagnosticado com Covid-19 e ele teve que dar lugar a outro nome titânico da MPB, o Paulinho da Viola! Cantando clássicos como “Coração Leviano” e “Pecado Capital”, Paulinho animou uma plateia respeitosa que aguardava o Zeca, mas soube respeitar outra lenda viva da música brasileira.
Emoção & Emicida
Parece clichê. E é. Mas, para fechar a primeira noite de Turá com chave de outro, fomos brindados com uma aula de show: o rapper Emicida. Talvez ele seja o reflexo do que é a ideia do festival – a pluralidade musical. De Wilson Simonal e Pixinguinha, até às letras de rap com pesadas críticas sociais; em meio à isso, houve espaço para uma crítica a uma fala racista do piloto Nelson Piquet.
Todavia, fosse nas letras calmas que falavam de amor ou nas mais densas que envolvem críticas sociais, o público fez coro para TODAS as músicas cantadas pelo rapper paulistano. Fica até injusto destacar um ou dois momentos, visto que a performance foi literalmente impecável. Ainda assim, sucessos como “AmarElo”, “Levanta e Anda”, “Zika Vai Lá” e “Boa Esperança” trouxeram uma atmosfera incrível e envolvente.
Provavelmente aqui, Emicida trouxe a melhor atuação do festival. Incrível, sublime, perfeito, defina como quiser. Foi simplesmente absurdo, ultrapassando às expectativas do público presente e do residente, uma vez que o festival foi transmitido ao vivo via TV a Cabo.
Domingou
Já no domingo, o dia começou respectivamente com as atrações Baby e Luisa e os Alquimistas. O crescente público foi chegando aos poucos e já no show da Mart’nalia, a quantidade de pessoas para apreciar já era a metade do espaço em sua totalidade. E essas pessoas não saíram decepcionadas, pois nem o forte sol impediu a animação do público perante os grandes sucessos da MBP cantados pela filha do Martinho da Vila.
Ainda assim, o domingo reservava ainda ótimas atrações para o público! Alceu Valença comandou um show de uma hora extremamente empolgante e contagiante, no qual o setlist contava com seus maiores sucessos; não houve uma música sequer que o público não conhecesse e fizesse coro.
O Baco chegou
Dando espaço para o rap nacional novamente, o Turá teve a apresentação de Baco Exu dos Blues. O repertório envolvia suas primeiras músicas e os sucessos do novo álbum “QVVJFA”. Além disso, a apresentação contou com as participações das ótimas Illy e Marina Sena. A última Inclusive, dividiu o palco com o rapper baiano ao som de “Te Amo Desgraça”, levando o público ao êxtase.
Voltando ao pop rock nacional, o “titânico” Nando Reis trouxe um show repleto das suas ótimas composições. De Cássia Eller à Jota Quest, o artista fez uma grande apresentação, que ainda contou com a participação do cantor em ascensão Jão. E ainda sobrou espaço para algumas falas direcionadas ao atual governo, ao término da derradeira música de Nando.
Conclusão
Por fim, se tratando de política, a última banda entende bastante. Com suas letras ácidas e cheias de criticidade, a banda BaianaSystem trouxe a energia que faltava para o fim de noite do domingo. A empolgação foi tanta, que já na segunda música, o público presente já se movimentou pra fazer o famigerado “bate-cabeça”. De histórias sobre a Bahia até a África, de mensagens de apoio a resistência e apoio a manifestos indígenas, o pessoal do BaianaSystem encerrou o festival da melhor forma possível!
O Festival Turá entregou o que propôs, dando espaço e visibilidade a diferentes vertentes da música nacional e isso é ótimo. Fica aqui a minha torcida para novas edições, já que essa foi maravilhosa!
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