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Filho da Mãe crítica do filme documentário Amazon Prime Video 2022

‘Filho da Mãe’ mostra como Paulo Gustavo faz falta

Bruno Oliveira

Paulo Gustavo, sem sombra de dúvida, é um dos maiores comediantes que essa geração já teve. Demorei um pouco para conhecê-lo e só virei fã após ver “Minha Mãe É Uma Peça 3” no cinema. Fui com preconceito, pois tenho problemas com comédias populares, e saí de lá com minha barriga doendo de tanto rir. Um cara bastante talentoso que ainda poderia ter uma vida longa pela frente se não tivesse sido vítima da Covid-19 em maio de 2021. O documentário Filho da Mãe acaba sendo um tributo e uma celebração à vida desse comediante que nos trouxe bastante alegria e que estará sempre em nossas memórias.

Sinopse

Filho da Mãe é um documentário que mostra os bastidores do show homônimo em que Paulo Gustavo era a estrela ao lado de sua mãe, Dona Déa, responsável por servir de inspiração para o seu personagem mais famoso, Dona Hermínia. Com muitas imagens inéditas, vemos a relação de mãe e filho de um modo muito divertido. Além disso, temos incontáveis depoimentos de amigos mostrando o quanto o ator era alto astral e generoso, junto com imagens de infância e adolescência e com registros raros do início de carreira.

Celebração entre mãe e filho

É curioso notar que o documentário começou com um propósito e, por coisas da vida, acabou com uma outra conotação. Era para vermos uma grande celebração entre mãe e filho nos palcos. A relação entre os dois é extremamente divertida e é impossível não rir quando ele a provoca só para ver sua reação espontânea. Na primeira parte da projeção é isso que vemos. Do início do projeto em março de 2019 até agosto do mesmo ano.

Por razões óbvias, era simplesmente impossível parar por aí. Com isso, vemos a fundo a relação do ator com todos em sua volta, inclusive com o seu marido Thales, que até demora um pouco para aparecer por aqui. Ver imagens do casamento dos dois, junto com todo o planejamento do nascimento de seus dois filhos já é de fazer emocionar qualquer um. A partir desse momento, o que nos fez gargalhar até aqui abre espaço para momentos mais emocionais que podem vir a mexer forte com qualquer um.

A parte final do documentário é o grande momento do soco no estômago. Por mais que eu soubesse que seria abordado o assunto de sua morte, não estava pronto para isso, definitivamente. Impossível segurar as lágrimas nesse momento e é notável como a sua presença faz falta por aí. Ver todas as homenagens a ele é de cortar o coração. O legado que ele deixou é imenso e, além de ter sido um excelente comediante, ainda foi capaz de normalizar, em muitas casas por aí, o fato de ser gay. Um parabéns e que sua memória seja eterna entre todos os que viveram na mesma época que ele.

Conclusão

Filho da Mãe é um ótimo registro póstumo que faz jus à toda a vida do ator. Temos muita alegria com suas piadas, assim como temos pesar pelos seus momentos finais. O legado deixado por ele é grandioso e cabe a todos que permaneceram continuar o que ele construiu. Dou apenas um pequeno aviso de gatilho, pois quem era muito fã ou quem perdeu alguém pelo mesmo motivo, pode ser que seja mais emocional do que o esperado (digo por experiência própria). De resto, posso afirmar que é um dos melhores documentários que vi esse ano.