Fresno Vou Ter que me Virar crítica do álbum

Fresno traz rock direto e livre em novo álbum: ‘Vou Ter Que Me Virar’

Rafael Vasco

A banda Fresno tem uma longa história na cena rock nacional, lá se vão duas décadas de estrada. Contudo, os gaúchos seguem apostando em conteúdos inéditos e autorais. Logo, o mais recente álbum, chamado Vou Ter Que Me Virar, é mais um retrato do momento atual do país e da própria banda. O trabalho já está disponível nas plataformas digitais.

Desse modo, formada por Thiago Guerra (bateria), Lucas Silveira (vocal) e Gustavo Mantovani (guitarra), a Fresno mostra neste trabalho um repertório que mergulha na melancolia, mas com a esperança de dias melhores. Assim, conseguem mesclar a sonoridade com faixas tranquilas e outras mais vibrantes.     

Aliás, Vou Ter Que Me Virar é o nono disco de estúdio da Fresno, e traz como single a canção que dá nome ao projeto. A saber, a banda pôde contar com ilustres participações no álbum, como a de Lulu Santos na música “Já Faz Tanto Tempo” e de Scarypoolparty & Yvette Young, na bilíngue “Tell Me Lover”.

Fresno, questionamentos e parceria

O álbum começa com a dançante “Vou ter Que Me Virar”, mostrando que a Fresno pode incursionar no gênero eletrônico com tranquilidade. Assim, em seguida vem “Fudeu”, com uma pegada mais punk-rock e contando com um sample de bateria eletrônica enviado pelo produtor musical Arthur Joly, a letra forte mostra a visão da banda sobre a desilusão que temos nos tempos atuais, principalmente as ligadas a área política.

Logo depois, a faixa “Casa Assombrada” narra as reflexões do vocalista Lucas Silveira sobre a vida, nos fazendo questionar se temos também fantasmas internos e feridas para curar. Apostando no romantismo, “Já faz Tanto Tempo” traz a primeira participação especial do trabalho, um dueto de Silveira com Lulu Santos. Gravada há dois, mas guardada para este momento, a canção mostra o veterano confortável e em sintonia com a proposta da gravação.      

Tracklist conhecida do público

Aliás, entre as onze faixas do álbum, três já tinham chegado aos fãs através do projeto INventário, uma mixtape que reúne raridades, experimentações e remixes da banda. A primeira delas é “Eles Odeiam Gente Como Nós”, mais uma letra intensa de Lucas, que mostra vocais potentes em meio a um refrão que gruda na cabeça. Em seguida, a tranquila “Agora Deixa” fala de um casal que ainda não se acertou.

Por fim, fechando a trinca de canções já liberadas previamente, chega “6h34 (Nem Liga Guria)”, um raro registro da Fresno tocando uma espécie de ‘samba com sotaque do Sul’, como a própria letra diz. No entanto, pode-se dizer que até mesmo navegando em um estilo totalmente diferente do habitual, conseguem ser harmônicos e originais.

Crítica, amor e caos

Assim, seguindo para a parte final de Vou Ter Que Me Virar, na canção “Caminho Não Tem Fim”, a Fresno propõe uma reflexão sobre perdas e a necessidade de não desistir. Já em “Essa Coisa (Acorda-Trabalha-Repete-Mantém)” nos deparamos com uma sonoridade oitentista, porém a letra é dura e relata a esgotante rotina de trabalho nos dias atuais, em que viver passa a ser um luxo.

Mais adiante, na romântica “Tell Me Lover”, acontece um dueto da banda com os músicos californianos Alejandro Aranda, do Scarypoolparty, e Yvette Young. Esta faixa é cantada em português e inglês. Para finalizar o trabalho, “Grave Acidente” traz vocais distorcidos de Lucas e aposta em uma sonoridade mais intensa.

Ouça Vou Ter Que Me Virar, da Fresno

Rafael Vasco

Um viciado em informação, até mesmo as inúteis. Com dois minutos de conversa, convenço você de que sou legal. Insta: _rafael_vasco
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