Não Aceito Ser Um Só Gabriel de Almeida Prado crítica de álbum

‘Não Aceito Ser Um Só Gabriel’, de Almeida Prado, é de uma sensibilidade ímpar

Wilson Spiler

O cantautor paulistano Gabriel de Almeida Prado chega nesta sexta-feira (24), com o novo álbum, intitulado Não Aceito Ser Um Só, o segundo da carreira, em todas as plataformas digitais. O projeto permeia um convite para discordâncias e confluências através das 13 canções que arrebatam como crônicas da vida como ela é e nos levam para uma jornada enquanto aborda futuros sonhados, amores comuns, dilemas individuais e novos olhares para o ser-estar humano.

Concebido através do encontro entre mais de 30 artistas e produzido numa trajetória que durou mais de dois anos, o disco foi pensado inicialmente para ser um projeto voz e violão, para desaguar as composições que estavam guardadas na gaveta com uma produção do próprio artista. Mas quando Gabriel de Almeida Prado se uniu a Pedro Serapicos, Liw Ferreira e Danilo Moura, o álbum Não Aceito Ser Um Só ganhou novos caminhos com um crowdfunding para chegar a mais pessoas.

Com diversas participações especiais e ex-alunos do projeto social Escola do Auditório do Ibirapuera, Gabriel de Almeida Prado assina a produção do disco em parceria com Liw Ferreira, Danilo Moura e Pedro Serapicos, que fez a engenharia de som, além das participações de Siba, Pascoal da Conceição, Osvaldinho da Cuíca, Rubi, Duodelá, Pratinha Saraiva, Nailor Proveta, Kunta Kinté, Fi Maróstica e Quarteto Saxofonando. A identidade visual e as artes são obra do renomado Guilherme Kramer.

O álbum

De acordo com o próprio Gabriel de Almeida Prado, “mais do que uma mensagem única, penso que o álbum (Não Aceito Ser Um Só) é um convite para olharmos pra dentro e pra fora. Uma proposta de movimento de criação de novas possibilidades de expressão das nossas experiências individuais e coletivas”. 

E, de fato, é bem por aí. É algo que ele faz muito bem, por exemplo, em “Inveja”, com Nailor Proveta,  onde não tem medo de expor suas vaidades. Bradando “Dos sete pecados capitais, a inveja é o que eu conheço mais”, já temos uma ideia do quão íntimo e sincero é esse álbum de Gabriel.

“O Fim Está Próximo”, música de abertura do disco e escolhida single de lançamento, é, certamente, uma das melhores composições do ano. E não há exagero. Com versos tão simples quanto sensíveis, Gabriel explana como é difícil o mundo atual. “Eu sei que parece, Mas eu não sou de aço” parece simplório, mas é de uma profundidade absurda.

A sensatez de suas letras também cabem brincadeiras com o léxico da língua portuguesa. “Kama Fruta”, gravada junto com Siba, é um belo exemplo desse jogo de palavras. O nome, por si só, já é um trocadilho, algo que se esparrama por toda a extensão da sua composição.

Afago no coração

Como melodia, Não Aceito Ser Um Só é um afago no coração, flertando com ritmos diversos da música brasileira. Ainda que contenha temas mais pesados, como “Pistola”, onde Gabriel canta “O mundo parece um culto de velho desiludido que só olha o próprio umbigo. E dos outros faz um produto pra manter na prateleira”, é um álbum aconchegante.

“Em Dança da Lua”, por exemplo, gravada com Quarteto Saxofonando, Gabriel já convida para dança e para o amor: “E vai e vem, e mais e mais além, de toda esperança. E até o dia raiar ,e deixa te bailar e te molhar de calor”. Com uma harmonia “abusiva” de tão encantadora, quem é que vai resistir a um convite desses?

Show de lançamento de Não Aceito Ser Um Só

Aliás, o show de lançamento de Não Aceito Ser Um Só acontece na próxima quinta-feira, dia 30 de setembro, em formato online, pelo Itaú Cultural. Você pode garantir seus ingressos gratuitos AQUI.

Então, aperte o play na sua plataforma digital preferida e ouça sem parar Não Aceito Ser Um Só, porque Gabriel de Almeida Prado é um artista que chegou para ficar de vez entre os grandes da MPB.

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Ouça Não Aceito Ser Um Só, de Gabriel de Almeida Prado

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Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
NAN