Game XP 2018 | Mais que um evento inovador, uma experiência enriquecedora
Alex Rodrigues
A Game XP vai deixar saudade e muita expectativa para a próxima edição já prometida para 2019. Foram quatro dias de atividades, competições e inovações voltadas para o mundo dos games. O evento foi produzido em parceria com a CCXP, Rock in Rio e Rede Globo, com a realização da Oi e Governo do Estado do Rio de Janeiro. Todos os ingressos foram esgotados e o índice de comparecimento foi quase total. Durante todos os dias haviam filas enormes para jogar e participar dos eventos externos. Muita gente circulando pelos stands nas arenas, muito barulho da torcida nas competições de e-sports e cosplay para todos os lados.
Ver um público diversificado e de várias faixas etárias curtindo cada atração deste game park foi emocionante. Não é de hoje que o mercado de jogos eletrônicos vem crescendo e fomentando outros segmentos, tanto na área de entretenimento, como em educação, indústria e serviços. Essa “brincadeira” levada a sério pode ser comprovada pelo grande número de empresas que marcaram presença no evento e a estrutura que foi montada para a realização da Game XP 2018. As atrações eram voltadas para homens, mulheres e crianças, afinal de contas, os games divertem gerações. Sem contar que os visitantes conheciam praticamente todos os personagens e títulos expostos.
Um público criativo, educado e divertido resume bem o perfil de quem foi curtir o espetáculo. O espaço Gameplay, onde podíamos encontrar títulos famosos como Call of Duty, Spider-man, Injustice 2 e Assassin’s Creed Odyssey, certamente foi o mais procurado. Não tem graça ir ao game park e não participar de uma boa jogatina. Os grandes consoles marcaram presença com suas franquias lendárias. Playstation, Xbox e Nintendo Switch levaram os excelentes God of War 4, Forza Motorsport 7 e Mario Kart Deluxe 8, respectivamente. Por sinal, foi lindo ver o stand do último repleto de pais e filhos jogando juntos, mostrando a influência dos jogos eletrônicos por gerações.
Outro destaque da Gameplay Arena foi a presença de Horizon Chase, jogo de corrida criado por brasileiros da Aquiris Game Studio. Uma prova que o mercado nacional está em desenvolvimento, apresentando não só um crescente número de jogadores, mas também de profissionais da área. Também foi muito legal ver uma versão “real” de Pac-man, para muitos, o pai do árcade e um dos símbolos da cultura game. O mesmo foi muito bem representado com o seu clássico labirinto reproduzido em tamanho real e uma galera animada “brincando” de pac-man e fantasminha. Se o espaço destinado aos títulos foi o mais procurado, a Game Arena certamente evidenciou a grandiosidade do evento. Uma tela gigantesca com 1500 metros quadrados e 4 mil lugares para o público assistir confortavelmente as competições de e-sports e as finais esperadas de League of Legends e Counter Strike.
A abertura do evento contou com um belíssimo show de cores e imagens e com a presença de bandas e performance musical do tema da edição 2018 da Game XP. Narradores e comentaristas dos jogos se emocionaram com a estrutura montada e a participação efetiva do público, que parece, cada vez mais, se interessar pelos campeonatos de e-sports. O palco e a estrutura receberam campeonatos oficiais dos principais games de e-sports da atualidade. Pro players disputando competições do cenário como a final do Brasileirão Rainbow Six e uma etapa do campeonato brasileiro de Just Dance, que valeu vaga para o mundial do jogo que será realizado em 2019.
Algumas coisas que pensávamos que existiria apenas em filmes de ficção científica podiam ser vistas nos stands no espaço destinado a inovações. O Mentorama, um projeto da Rede Globo e parceiros, consiste em nada mais nada menos que mover os carros de corrida com a força da mente. Mais que fantástico, o projeto visa auxiliar as pessoas que possuem severas deficiências motoras, como explica Pablo Lisboa, um dos desenvolvedores do Mentorama.
“Trouxemos para a Game XP uma experiência em que você consegue controlar um carro de autorama com o seu poder de concentração. Temos um dispositivo que capta a atividade elétrica do nosso cérebro. Quanto maior a concentração, mais rápido o carrinho vai andar. Essa mesma tecnologia foi implementada no GP Respeito. Uma campanha que permitiu ao Rodrigo Mendes, que não possui os movimentos do pescoço para baixo, controlar um carro de Fórmula 1 apenas com o poder de concentração. ”
Ainda seguindo pelo caminho social, tivemos a chance de conhecer o Kit Livre (www.kitlivre.com), um projeto voltado para oferecer soluções de mobilidade a cadeirantes e pessoas com necessidades especiais. Eles criaram um jogo em realidade virtual para mostrar um pouco das dificuldades que um cadeirante passa no seu cotidiano. A ideia é conscientizar todas as pessoas e segmentos para a importância de criar acessibilidade para quem precisa. Afinal, todos têm o direito de ir e vir. Um dos desenvolvedores do projeto, Cassius Oliveira, falou um pouco sobre o jogo e como ele pode ajudar as pessoas na vida real.
– “O nosso jogo consiste em uma realidade virtual, é o primeiro do mundo no qual o avatar é um cadeirante. A ideia deste jogo é trazer para as pessoas, que possam vivenciar, nem que seja por um ou dois minutos, as dificuldades encontradas pelos cadeirantes no seu dia a dia. Ele consegue, de uma maneira divertida e lúdica, entender como funciona o universo de uma pessoa que precisa de uma cadeira de rodas para se locomover ”
A Inova Arena serviu para comprovar que os games também podem ser uma ótima forma para exercitar e socializar. O stand da Universidade Estácio de Sá apresentou um game de realidade virtual simulando o vôlei de praia, no qual é preciso se movimentar e ter um parceiro para jogar. Na Rock Band foi preciso ter ritmo, coordenação e velocidade para não desafinar em nenhum instrumento, o espaço criado pela galera da NBA Fun Zone foi sensacional. Os participantes tinham que correr e arremessar a bola com precisão, seguindo as instruções de piso digital, imitando os exercícios reais dos atletas da NBA.
Por falar em atividades físicas, os organizadores do evento aproveitaram bastante o espaço oferecido pela Cidade Olímpica e o clima agradável da Cidade Maravilhosa para promover várias atrações ao ar livre. Correr em um carrinho estiloso do Crash Bandicoot, escalar prédios como o Homem-Aranha, participar de uma batalha campal em Clash Royale ou um combate urbano em Rainbow Six Siege eram algumas das escolhas que público poderia fazer. Umas das áreas mais legais foi o centro de treinamento criado pelo Pro Evolution Soccer 2019. Assim como no game, era possível realizar cada tarefa proposta pelo modo treino. Lá, quem dizia ser bom de bola tinha que comprovar realmente suas habilidades com os pés e não com as mãos em um controle.
O game Just Dance 2019 instalou um palco transformando a área no grande evento musical da Game XP. Os jovens dançaram ao som das músicas mais badaladas da atualidade. Mas, também era comum ver pais, mães e crianças, imitando as coreografias dos personagens em músicas como OMG, Bang Bang Bang e Shaky Shaky.
Diversão, competição, diversidade e inclusão marcaram a edição 2018 da Game XP. O evento já confirmou a vinda ao Rio de Janeiro em 2019 e em sua versão deste ano, mostrou a importância do mercado de jogos eletrônicos e toda a sua contribuição para variados segmentos da sociedade. Foram quatro dias intensos, pena que foi muito pouco. Já estamos aguardando ansiosamente pela próxima edição.
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