Priscilla | Um clássico para celebrar o mês LGBTQIA+

Fábio

Antes de mais nada, é preciso situar a época em que Priscilla – A Rainha do Deserto (The Adventures of Priscilla, Queen of the Desert, 1994) foi filmado e lançado. Durante a década de 1980, a AIDS agravou mais a o preconceito contra a comunidade LGBTQIA+. Principalmente porque a sociedade acusava os homossexuais de serem “responsáveis” pela proliferação da doença que ainda não tem cura.

A década seguinte foi o começo do fim dessa associação. Principalmente com o lançamento de obras que atacavam diretamente essa associação criminosa, como Filadélfia (Philadelfia, 1993) e outros como Priscilla, que usavam o bom humor para ocar nessa delicada questão, além de mostrar o estilo de vida de duas drag queens e um transexual.

Filmado com um orçamento irrisório, com menos de US$ 2 milhões, Priscilla dá um banho em muitos filmes multimilionários. Isso, graças a ótima direção, bem como o belo roteiro de Stephan Elliott; assim como a trilha sonora maravilhosa de Guy Gross; o figurino deslumbrante de Tim Chappel e Lizzy Gardiner (que rendeu um Oscar no ano seguinte nessa categoria para a dupla) e um trio de protagonistas excepcional formado, a saber, por Terence Stamp (o General Zod, de Superman), Hugo Weaving (o Agente Smith, de Matrix) e Guy Pearce (o Aldrich Killian, de Homem de Ferro 3).

Sinopse

A drag queen Anthony/Mitzi (Hugo Weaving) é contratada para realizar um show em Alice Springs, uma cidade remota localizada no deserto australiano. Para acompanha-la, ela chama sua parceira de palco  Adam/Felicia (Guy Pearce) e a transexual Bernadette (Terence Stamp), que acabou de perder o esposo. Juntas, elas partem de Sydney a bordo de Priscilla, um ônibus capenga e cheio de problemas. No meio do caminho, elas contam com a ajuda inesperada do mecânico Bob (Bill Hunter), que segue com elas na viagem. No caminho eles descobrem o verdadeiro motivo dessa viagem e quem as contratou para essa apresentação.

Preconceito e bom-humor

Priscilla acerta em cheio ao usar o bom-humor para bater de frente contra o preconceito. Mesmo assim, o filme não deixa de reforçar o drama vivido pela comunidade  LGBTQIA+, humaniza os personagens mostrando seus dilemas, problemas e como lidam com a homofobia. É, portanto, uma obra que te diverte e, ao mesmo tempo, te leva a refletir sobre diversas questões.

Embora não tente “reinventar a roda”, Priscilla é um filme marcante numa época muito complicada para a comunidade LGBTQIA+. Com diálogos simples e claros, consegue transmitir sua mensagem e abrir portas para que o mundo os enxergue com outros olhos. Por fim, graças a obras ousadas para suas épocas como é o caso de Priscilla é que temos diversas produções do gênero seja no cinema ou na TV.

Então, vai comprar algo na Amazon? Então, apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Trailer – Priscilla

Ficha técnica

Título original: The Adventures of Priscilla, Queen of the Desert
Direção e roteiro: Stephan Elliott
Elenco: Hugo Weaving, Guy Pearce, Terence Stamp, Bill Hunter, Sarah Chadwick
Onde assistir: Telecine
Duração: 103 minutos
Data de estreia: 10 de agosto de 1994
País: Austrália
Gênero: comédia, musical, drama
Ano de produção: 1994
Classificação: 14 anos

Fábio

Santista de Nascimento, flamenguista de coração, paulistano por opção. Jornalista, assessor de imprensa viciado em cinema, série, HQ, música, games e cultura em geral.
NAN