‘Vidas em Jogo’ é uma boa diversão de David Fincher

Fábio

Terceiro filme de David Fincher, Vidas em Jogo é, antes de mais nada, um filme ‘azarado’. Depois do fiasco da estreia de ‘Aliens 3’ (Alien³, 1992) e do sucesso estrondoso de ‘Seven – Os Sete Pecados Capitais’ (Seven, 1995), a expectativa do seu novo trabalho era altíssima. Mas, para a infelicidade de muitos, ele é um suspense divertido. Aliás, bem divertido.

Assim como a alta expectativa, Vidas em Jogo desagradou muita gente na escolha dos papéis principais. Não pela escolha dos protagonistas, afinal de contas trata-se de dois astros: a saber, Michael Douglas e Sean Penn. O problema é a repetição do papel vivido por ambos. Ou seja, Douglas é o milionário solitário, ganancioso e extremamente babaca Nicholas Van Orton. Enquanto Penn é o rebelde, irresponsável e cafajeste irmão mais novo, Conrad.

Sinopse

Nicholas Van Orton é um banqueiro extremamente bem sucedido. Avesso a comemorações e interações sociais como um todo, em seu 48.º aniversário (mesma idade em que seu pai se suicidou), ganha de presente do seu irmão Conrad um cartão que lhe dá acesso a um divertimento incomum, organizado pela empresa Serviços de Recreação do Consumidor.

A partir daí, Nicholas está participando do “jogo”, que ao que tudo indica é uma armação do seu irmão para tortura-lo psicologicamente até matá-lo ou fazer com que ele também se suicide como o pai. Ao procurar a sede da empresa acompanhado da polícia, ele encontra o andar completamente vazio. Sozinho, como sempre viveu, ele não saberá em quem confiar ou como fará para vencer a partida de sua vida.

David Fincher

Assim como fez em Seven (ouça nosso podcast sobre os 25 anos do filme), Fincher é brilhante no uso da câmera e da fotografia, principalmente quando foca em Nocholas. Sempre usando tons frios ao seu redor, com a câmera geralmente focalizando o personagem de Douglas, para mostrar sua superioridade.

Repleto de ação e suspense, bem como muitas reviravoltas, Vidas em Jogo surpreende o espectador a cada momento; sempre questionando se o que ele está assistindo é um golpe ou apenas um jogo. Embora estejam em papéis confortáveis, Douglas e Penn estão ótimos, sem contar com a bela surpresa que é a atuação de Deborah Kara Unger como Christine, a inusitada parceira de Nicholas dentro do jogo.

Por fim, Vidas em Jogo está longe de ser um novo Seven ou impactante como a maioria dos seus outros trabalhos. Ou seja, é um filme divertido. Um suspense empolgante, que sabe entreter e que, embora seja um trabalho menor, não deixa de ter o seu valor e tão pouco não ter a qualidade das obras de Fincher.

GAME, THE, Michael Douglas, Deborah Unger, 1997

Vidas em Jogo

Título original: The Game
Estreia: 5 de março de 1997
Direção: David Fincher
Roteiro: John D. Brancato, Michael Ferris
Elenco: Michael Douglas, Sean Penn, Deborah Kara Unger, James Rebhorn, Peter Donat, Carroll Baker, Anna Katarina, Armin Mueller-Stahl, Charles Martinet, Elizabeth Dennehy, Caroline Barclay
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Duração: 129 min.
Classificação etária: 14 anos
Onde assistir? Looke e Youtube

Fábio

Santista de Nascimento, flamenguista de coração, paulistano por opção. Jornalista, assessor de imprensa viciado em cinema, série, HQ, música, games e cultura em geral.
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