Golda – A Mulher de uma Nação: direção de Guy Nattiv é um dos maiores acertos
Bruno Oliveira
Vou me repetir um pouco ao dizer que amo filmes que contam histórias reais sobre uma pessoa ou sobre um fato. Ainda mais se for de algum acontecimento antes de eu ter nascido e que não faço a menor ideia do que ocorreu. Em Golda – A Mulher de uma Nação, conhecemos como a então Primeira-Ministra de Israel lidou com a Guerra de Yom Kippur durante o ano de 1973. Na época, Egito e Síria tentaram invadir o país por duas frentes.
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Contextualizando a história real, vale ressaltar que Israel sempre teve problemas com seus vizinhos. Após os judeus terem sofrido grandes perdas durante a 2ª Guerra Mundial, foi dado um território para eles. Com essa determinação os árabes da região se sentiram compelidos a deixar a região e desde então sempre houve um clima de muita tensão entre os árabes e judeus na região. Entendam, essa explicação é só um resumo do resumo. Usei as palavras de forma simplória apenas para deixar os acontecimentos um pouco mais claros, mas certamente é muito mais do que isso.
Na trama do filme, Egito e Síria, dois países árabes, esperaram o feriado religioso do Yom Kippur, a maior data da religião judaica, para invadir de forma destruidora o Estado de Israel. Por terem sido pegos desprevenidos, o exército sofreu grandes perdas que custaram centenas de vidas. No início do longa, até mostra uma mensagem de um espião dizendo que o ataque iria ocorrer, mas não foi levado tão a sério quanto deveriam.
Golda Meir
Só agora começo a falar da grande protagonista dessa história, Golda Meir, vivida brilhantemente por Helen Mirren (A Rainha). Vemos que ela tem problemas sérios de saúde e que consegue, ainda assim, ser a grande líder de uma nação. Embora, inicialmente, tenha cometido erros terríveis que causaram a morte de muitos soldados de forma prematura, consegue ainda juntar os cacos e dar a volta por cima. Não apenas põs fim a uma grande crise como conseguiu fazer com que países inimigos aceitassem em definitivo o Estado de Israel.
O jogo político é um dos grandes pontos altos da história. Ver toda a sagacidade da Primeira-Ministra em negociar com os Estados Unidos e fazer com que o resultado final fosse bom para todos é incrível. Algo digno de uma líder humana que falha, mas que também consegue criar a paz usando o poder. Dito isso, aparentemente o longa possui apenas um problema. A história com o Egito é apresentada, mas sobre a Síria, fiquei em dúvida sobre o que vi.
Conclusão
O filme em si não chega a ser espetacular. Em alguns momentos sinto que ele se torna um pouco burocrático demais. A junção das cenas do filme e imagens reais dão um toque de credibilidade ótima. É um filme sobre a guerra, mas que não mostra as batalhas em si. Mesmo assim, o efeito de sentir as vidas se esvaindo é grande e isso é um mérito da direção de Guy Nattiv (Skin – À Flor da Pele). Sentir o peso que isso causa na nossa protagonista também é ouro. No mais, posso dizer que é um belo filme sobre um momento histórico que vale a pena conhecer.
Trailer do filme Golda – A Mulher de uma Nação
Ficha Técnica do filme Golda – A Mulher de uma Nação
Título original: Golda
Direção: Guy Nattiv
Roteiro: Nicholas Martin
Elenco: Helen Mirren, Camille Cottin, Liev Schreiber, Rotem Keinan, Ellie Piercy, Rami Heuberger, Lior Ashkenazi, Dvir Benedek
Duração: 100 minutos
País: Reino Unido e Estados Unidos da América
Gênero: Drama, Biografia, História
Ano: 2023
Classificação: 13 Anos