Gorillaz crítica do álbum Cracker Island 2023

Foto: Divulgação

‘Cracker Island’ é Gorillaz em seu estado mais puro

Marcelo Fernandes

O formato clássico de uma banda de rock, a famosa tríade guitarra-baixo-bateria acrescida de um vocalista, e todas as pequenas variações (teclado, metais, etc) há muito mostra seu desgaste na disputa pela atenção cultural.

Após surfar umas das últimas ondas de bandas de rock com o Blur, Damon Alban criou o Gorillaz, projeto colaborativo de músicos tão díspares como Snoopy Dogg, Tina Weymouth (baixista do Talking Heads), os indies do Tame Impala, o brazuca MC Bin Laden, e muitos outros.

Os dois últimos participam no mais recente álbum do Gorillaz, Cracker Island. A miríade de colaboradores com bagagens tão diversas extrapola o formato de banda de rock descrito anteriormente, e amplia as possibilidades sonoras. O fio condutor é sempre a voz de Alban, digo, 2D, sempre recheada de drive em quase todas as músicas, a única identidade mais perceptível entre todas as faixas.

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Festa do Gorillaz

Alban (ops, 2D) dá espaço a todas as personalidades envolvidas. E o que poderia ser um catadão difícil de engolir se feito por alguém mais controlador se transforma numa festa como a maioria dos álbuns da banda. Cracker Island é a mistura de sonoridades e os horizontes apontados que somente o Gorillaz poderia apresentar.

Mesmo os momentos mais básicos e rockers têm um sabor diferente do convencional. “Skinny Ape” explode num refrão festivo, contrapondo-se à contida “The Tired Influencer”. Há Gorillaz para todos os gostos: contemplativos e agitados.

O sucesso da banda não se resume ao ex-Blur e sua capacidade de reunir artistas diversos: as personagens da banda são absurdamente carismáticas, assim como os vídeos de divulgação. A live imersiva de “Skinny Ape” transmitida em alguns pontos turísticos do mundo é empolgante não apenas pela música, mas por todo o trabalho de Jamie Hewlett, responsável pela arte visível do projeto.

Versão deluxe

Recentemente, o disco teve uma versão deluxe lançada com mais cinco faixas, entre elas “Controllah”, em parceria com o MC Bin Laden. Uma boa para festas, com um MC soltando um flow um pouco diferente do que o grande público o reconheceria do sucesso de “Tá tranquilo, tá favorável”.

É preciso ressaltar também o trabalho do produtor Greg Kurstin, que tocou em quase todas as faixas do álbum de guitarras a congas. Por fim, Cracker Island é um típico álbum do Gorillaz: surpreendente e, ao mesmo tempo, reconhecível, com todas as suas mensagens e soluções musicais.

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Ouça Cracker Island, novo álbum do Gorillaz (2023)

Marcelo Fernandes

Jornalista, músico diletante, produtor cultural e fã de guitarras distorcidas e bandas obscuras.
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