Green Hell Review

‘Green Hell’ é um bom jogo, porém monótono

Felipe de Andrade

‘Green Hell’ é um jogo onde devemos fazer de tudo para sobreviver em um ambiente extremamente selvagem e pouco explorado. Nenhum outro jogo, nem mesmo Far Cry Primal, da Ubisoft, consegue passar a mesma sensação de simulação de sobrevivência quanto este game da Creepy Jar Games.

A narrativa de Green Hell

Neste jogo estamos por conta própria em 100% do tempo. E quanto mais habilidosos formos, mais tempo conseguiremos nos manter vivos e com saúde ao explorar uma parte da floresta amazônica. É como se estivéssemos em um jogo do famosos aventureiro Bear Grylls do programa À Prova de Tudo, mas com uma história completa e original.

Aqui nós jogamos com Jake Higgins. Ele é um antropologista que publicou um estudo em forma de livro sobre os Yabahuacas, uma tribo indígena que vive isolada no interior da Amazônia. Eventualmente esta tribo passou a se mostrar muito mais hostil que o normal. Principalmente após ser visitada por grupos de repórteres e ongs, por causa do sucesso do livro. Jake e sua esposa, Mia, que também é pesquisadora, decidem retornar para a região onde a tribo vive, para buscarem entender o que está causando essa mudança.

Após a introdução do game, Jake é acordado pelo rádio comunicador ao ouvir a voz de sua esposa, que demonstra estar com um alto grau de aflição em suas palavras. Ela pede ajuda e diz que estava presa e com medo em uma aldeia. Jake, então, se levanta sem nenhum equipamento ou suprimentos e dá início à sua jornada: “Bem-vindo à selva!”.

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Gameplay lento e trabalhoso

Green Hell conta com uma introdução completa, com tutoriais que mostram passo a passo como pode ser trabalhoso criar uma simples fogueira. Isso porque é necessário encontrar, ou produzir lenha do tamanho certo, além de uma ferramenta rústica capaz de gerar fogo.

Neste início também aprendemos o básico sobre a sobrevivência em si com a ajuda de anotações feitas em um diário. Elas servem como norte para aprendermos a criar curativos a partir de plantas, cordas de cipós, armas improvisadas, antídotos para venenos, montar abrigos, e várias outras coisas que possam ajudar na jornada em meio a floresta.

Apesar de parecer com um FPS, por causa da jogabilidade em primeira pessoa, Green Hell nada tem da ação e tiroteio. Na verdade ele tenta demonstrar através de um gameplay lento e trabalhoso, como seria estar na situação do protagonista tendo que se virar por conta própria a situações adversas enquanto adentra à floresta, onde encostar por engano no sapo errado pode tirar sua vida em minutos, por exemplo.

Essa jogabilidade mais lenta e travada pode não agradar a todos os jogadores. Ainda mais se o observarmos como os controles podem ser confusos nos consoles. Green Hell foi criado para computadores, onde o uso de mouse e teclado acaba se tornando mais intuitivo do que o port, que foi feito para os controles, deixando, assim, tudo mais trabalhoso.

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Mantenha a atenção

Apesar de não ser o foco aqui, ainda existe alguma ação quando precisamos caçar para conseguir alimento, nos esconder ou enfrentar animais perigosos e selvagens ou mesmo habitantes hostis da tribo local. Tudo sempre com a preocupação de estar com poucos recursos de cura e armas improvisadas que se deterioram com o tempo de uso.

Há várias situações que exigem atenção contínua, como, por exemplo, o cuidado constante com a saúde física e mental. Neste jogo, é necessário ficar de olho no desgaste do corpo, se o personagem está com sede, se contraiu alguma doença, se possui alguma ferida aberta e por aí vai. O simples ato de consumir água imprópria para beber pode desencadear uma série de problemas que irá contribuir para uma morte certa.

Gráficos datados, mas boa imersão e ambientação

O visual de Green Hell retrata com fidelidade o ambiente selvagem, os equipamentos, os animais e tudo o mais que rola durante todo o jogo. Infelizmente, como se trata de um port de um jogo de alguns anos atrás, é possível observar que não houve melhorias visíveis para o relançamento. Isso torna seus gráficos datados quando comparados a outros jogos da atualidade.

A parte sonora cumpre bem o seu papel ao representar o ambiente com vários sons sendo ouvidos ao mesmo tempo, principalmente à noite, ajudando até mesmo a perceber se estamos sendo observados.

Com a dublagem apenas em inglês, o jogo possui localização completa para o português através das legendas, que traduzem até mesmo os documentos encontrados durante a campanha para o nosso idioma, o que ajuda bastante com a imersão da sobrevivência durante a partida.

Green Hell: VEREDITO

Para os fãs mais hardcore de jogos de sobrevivência, Green Hell é, em suma, uma ótima pedida por tentar repassar toda a jornada com a maior fidelidade possível através do console. No entanto, ele peca pela falta de conteúdo e por ser monótono durante a maior parte do tempo.

Prós

  • Simulação ao extremo
  • Sistema competente de gameplay
  • Obrigatório aos fãs do gênero

Contras

  • Falta de conteúdo
  • Gráficos ultrapassados
  • Progresso lenta demais
  • Ficar perdido toda hora

Trailer

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Felipe de Andrade

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