‘Grime: Colors of Rot’ é um metroidvania raiz que pode agradar bastante aos fãs do gênero
Felipe de Andrade
Vamos analisar mais um Metroidvania, e o jogo da vez é o Grime: Colors of Rot, que possui características das duas famosas franquias que deram nome ao gênero, veio com aspectos que também lembram títulos Soulslike além de diversos RPGs, como recuperar espólios pedidos no local da nossa morte mais recente, além de conseguir subir de nível, melhorar nosso status e equipamentos através de pontos ganhos durante a exploração.
Grime chegou ao mercado em 2021 para PC e para o já falecido Stadia, da Google. Pouco mais de um ano depois, o jogo ingressou no mercado dos novos consoles, repaginado para a nova geração com a expansão Colors of Rot. Ela trouxe um patch que inclui uma nova área para se explorar, assim como novos chefões, novas habilidades, novos inimigos, novas armas, novas músicas e por aí vai. Houve também uma gama de melhorias no gameplay baseada no feedback da comunidade construída pelos fãs do game original.
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Desenvolvido pelo estúdio israelense Clover Byte e lançado pela Akupara Games, uma publicadora americana relativamente nova que parece estar se especializando em ajudar a estúdios independentes a verem seus jogos ganharem vida. Grime nos coloca na pele, ou melhor dizendo, nas pedras de Aklhan, protagonista que foi gerado durante um evento de magnitude cósmica. Seu corpo é constituído de pedaços e fragmentos da própria Criação, ganhando a resistência necessária para sobreviver aos diversos combates que estão por vir. No lugar de uma cabeça o guerreiro recém-nascido possui um buraco negro destinado absorver todo o mal de um mundo alienígena retorcido.
Dono de um corpo perfeito pelo ponto de vista dos seus inimigos, ele é constantemente caçado durante sua jornada em busca dos mistérios da sua criação visando dar sentido a sua vida.
Desvendando Grime: Colors of Rot
A exploração dos mapas se desenrola da mesma forma que os clássicos metroidvanias, com áreas gigantes interligadas que possuem acontecimentos e biomas próprios, além de batalhas contra os chefões locais, corredores apertados fazendo a conexão de tudo, diversas salas secretas e a necessidade de revisitar áreas do mapa todo sempre que destravamos novas habilidades. Ou seja, nada de novo na sua estrutura e como a exploração funciona aqui.
Seu combate é bem voltado para o estilo dos jogos soulslike, onde desferimos ataques, fazemos uso de habilidades e das esquivas enquanto a barra de vigor não se esvazia com o uso dessas ações. Caso ela se esvazie durante o combate nós ficamos à mercê dos inimigos até que ela se encha novamente. Isso leva apenas alguns segundos para acontecer, mas pode ser fatal.
É possível equipar duas armas com características diferentes entre si, como força, velocidade, alcance e velocidade nos ataques, de acordo com a preferência e o estilo de jogador. Também podemos alocar nos quatro direcionais digitais consumíveis que podem ser usados como armas e equipamentos que ajudam durante o combate e exploração.
Colecionando presas
É possível absorver os inimigos com o buraco negro para acabar com eles, ao invés de fazer o uso das armas. Para isso, é necessário estudar o tempo de ataque de cada inimigo com o intuito de não levar dano na hora de contra-atacar, já que o botão deve ser acionado no mesmo momento do ataque inimigo. Dessa forma, “colecionamos” presas que podem garantir vantagens chamadas Traço, durante o gameplay caso uma certa quantidade de cada monstro seja absorvida. Esses traços podem conter características vindas diretamente dos inimigos destruídos.
Derrotar os inimigos de qualquer forma, assim como destruir objetos espalhado pelo mapa, nos garante a Massa. Ela funciona tanto como ponto de experiência quanto como a moeda do jogo, e é com ela que conseguimos melhorar as habilidades e atributos de Aklhan. Atributos esses que são vida, que aumenta a barra de vida; vigor, que também aumenta a sua barra; força, destreza e ressonância, que melhoram as armas e habilidades referente a esses três aspectos.
A cada melhoria feita é necessário mais Massa para realizar a próxima e assim por diante. Algumas armas e equipamentos podem precisar de uma pontuação mínima de determinados atributos para liberar sua potência completa, portanto, escolha com sabedoria ao montar sua estratégia de jogo.
Diversão e Imersão
Grime possui um visual bem peculiar, misturando cenários abertos grandiosos e cheio de detalhes com corredores estreitos e escuros. As áreas principais são bem estilosas e conseguem repassar particularidades de cada região. Os inimigos, que se repetem aos montes, possuem um visual ok e é só, com até mesmo o protagonista sofrendo desse mal. É possível ver a Aklhan bem de perto no inventário e confirmar que mesmo trocando de armadura o seu design é bem genérico.
Os chefes, por outro lado, são donos de visuais únicos e assustadores chegando a ocupar a tela da TV quase toda. O jogador terá que estudar os movimentos inimigos para vencer, cuja recompensa é gratificante por causa dessas dificuldades.
A parte sonora combina muito bem com o clima depressivo e soturno, sendo minimalista e agradável com ritmo cadenciado tal qual a jogabilidade, chamando mais atenção durante os momentos de ação como as batalhas contra os chefões.
Todo jogo está localizado para o nosso idioma, o que é essencial para conseguir aproveitar a história do jogo que acompanhamos à conta gotas conforme avançamos pela campanha.
Veredito
Grime é um metroidvania raiz que pode agradar bastante aos fãs do gênero. Tudo está aqui, mapas enormes para explorar diversas vezes, chefes legais, administrar o inventário e mais alguns pontos. Entretanto, a inspiração em jogos soulslike acaba gerando alguns deméritos, como a evolução e a movimentação lentas, distância entre os pontos de viagem rápida e renascer longe do local da última morte quebram a imersão por tornar-se um jogo bem “trabalhoso” de se jogar. Entretanto, caso você seja fã dos dois gêneros, pode ser perfeito para você.
Trailer – Grime: Colors of Rot
Prós
- Visual interessante
- Batalhas contra chefes
- Jogabilidade recompensadora
- Boa localização
Contras
- Evolução lenta
- Alta curva de aprendizado
- Inimigos com visuais simples
- Explorar mapa demora bastante
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