GUIA DE LEITURA | X-Men: Parte 1

Pedro Marco

Intrigado após já ter quase esgotado as formas com que os super-heróis adquiriam seus poderes, Stan Lee passava por um enorme bloqueio criativo. Foi então que Joan Lee, sua esposa, sugeriu que alguns de seus personagens já nascessem com poderes. Surgia então, os mutantes.

Como começar a ler quadrinhos | Episódio 3: MARVEL – Aranhas, carcajus e magos supremos

Iniciada em 1963, a revista dos pupilos do Professor Xavier era encabeçada pela dupla sagrada Stan Lee e Jack Kirby. Mas como já foi dito algumas vezes aqui no guia, nem sempre o início é o melhor ponto para começar a leitura.

NAS BANCAS | ‘Bat-Mania’ preenche os poucos lançamentos da PRIMEIRA SEMANA de junho

Cronologicamente, começamos com a polêmica Graphic Novel “Origem”, com a história da infância de Wolverine. Os relatos sobre a vida do nosso carcaju favorito dividiu os fãs, a ponto de ser desconsiderada por alguns como cânone. Bem, fica a seu critério.

Em seguida, passamos para a Segunda Guerra Mundial com “Magneto: Testamento”, onde o surgimento daquele que viria a ser o maior antagonista dos X-Men é relatado de forma impactante.

Finalizando os prequels, Filhos do Átomo” seria o pontapé inicial ideal para um leitor nos primeiros passos. Vendida como “a história nunca contada da primeira equipe de X-Men”, a HQ resgata a primeira formação da escola Xavier para jovens superdotados, e atualiza suas descobertas e primeira aventura. Algumas HQs sobre esta “primeira classe” saíram posteriormente, mas sem lançamento nas terras tupiniquins.

Aí, então, caso tenha curiosidade, você está pronto para ingressar na “X-Men #1”. Lee e Kirby seguiram juntos por 16 edições, onde tudo ainda era muito novo e experimental. Apesar de atiçar a curiosidade de seus leitores, a revista não emplacou e, pasmem, foi cancelada anos depois.

É difícil pensar que algo de tanto sucesso quanto esta equipe foi cancelada, mas vale lembrar que na época ainda não tínhamos um certo baixinho, canadense e raivoso. Surgido em “Incredible Hulk #108”, o Wolverine era apenas um antagonista mercenário que tentava matar o Wendigo. Talvez por sua roupa maluca ou pelas garras, mas o personagem causou o clamor popular suficiente para aparecer na lendária “Giant-Size X-Men #1”.

Se antes tínhamos cinco jovens mutantes americanos, agora a trama ganhava nível mundial. Wolverine vinha do Canadá, Colossus da Rússia, Noturno da Alemanha, Tempestade da África, e assim era montada a nova roupagem da equipe, que foi chamada de A Segunda Gênese.

RESENHA | ‘DEMOLIDOR – DECÁLOGO’ é irretocável

Len Wein e Dave Cockrun encabeçaram esta nova formação experimental, que logo mais seria passada para Chris Claremount e John Byrne. Nascia ali, outra das maiores duplas que as histórias em quadrinhos já viu. Com indícios de uma força misteriosa que bagunçava os poderes da garota Marvel, Jean Grey, e um novo triunfo para o vilão soberano do magnetismo, a fase lendária da dupla pela revista começou tímida, porém promissora. Apostando nas interações pessoais e diálogos, a revista dos Fabulosos X-Men se tornavam a grande febre adolescente dos anos 80.

Em 1983, a fase Claremount/Byrne atinge seu auge. A Saga da Fênix Negra abala a estrutura dos quadrinhos do mundo inteiro, se tornando uma das 10 melhores revistas do gênero, segundo o Comic Book Resources, conceituado site especializado em quadrinhos. Não obstante ao estrondoso sucesso que a revolta espacial e psíquica de Jean Grey havia atingido, a dupla lança também a icônica “Deus Ama, o Homem Mata” e fecha sua parceria com o épico “Dias de Um Futuro Esquecido”.

CURTA o BLAH! no FACEBOOK

Sobre as mãos de John Byrne (desenhista e co-roteirista) que é canadense, Wolverine recebeu todos os holofotes necessários para se tornar o grande nome da equipe mutante. E, assim, se encerrava um período de ouro dos mutantes, com um promissor futuro pela frente.

Novas revistas começavam a surgir, como o título solo do Wolverine, escrito por Claremount e desenhado por Frank Miller, e a revista dos Novos Mutantes, que se tornaria um grande celeiro experimental daquele universo. Os anos 80 se aproximavam da metade, e os mutantes… bem. Na parte 2 seguimos esse papo.

ASSISTA o BLAH! no YOUTUBE

Antes, vamos repassar a ordem, então?

  • 1900-1906 – Origem (Salvat #26 e Panini)
  • 1935-1945 – Magneto: Testamento (Panini)
  • Anos 50 – Arma X  (Salvat #12)
  • 1963 – Filhos do Átomo (Abril e Salvat Vermelha #10)
  • X-Men (Lee/Kirby) #1-16 (Coleção Histórica Marvel: X-Men)
  • Hulk 180-182 – Surge Wolverine (Salvat Vermelha #3)
  • Giant-Size 1 (Coleção Histórica Marvel: X-Men)
  • Segunda Gênese (Coleção Histórica Marvel: X-Men)
  • A Saga da Fênix Negra (Coleção Histórica Marvel: X-Men, Salvat #2 e Panini)
  • Magneto Triunfa (Panini)
  • Dias de Um Futuro Esquecido (Panini e Salvat vermelha #15)
  • Deus Ama, o Homem Mata (Panini e Salvat Vermelha #15)
  • Eu, Wolverine (Salvat #4)
  • Novos Mutantes (Panini)

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
NAN