Halestorm Back From The Dead crítica do álbum disco 2022

Foto: Divulgação

‘Back From The Dead’, do Halestorm, é o disco de rock do momento

Cadu Costa

Nessa pandemia de Covid-19, todo mundo teve de lidar com seus próprios demônios e a música foi um dos melhores lugares para despejar tudo que sentimos por dentro. Sendo assim, podemos dizer que Joe Hottinger (guitarra), Josh Smith (baixo) e irmãos Lzzy (vocais e guitarra) e Arejay Hale (bateria) – o Halestorm – fizeram a maior sessão de descarrego da história do rock em Back From The Dead.

O quarteto da Pensilvânia, EUA, estava trabalhando em seu quinto álbum de estúdio quando precisou parar tudo e entrar em quarentena por tempo indeterminado. Nesse momento Lzzy Hale e cia, pararam, pensaram, olharam para dentro de si e colocaram para fora todas as possibilidades sonoras em vista do momento global. O resultado é Back From The Dead, um dos discos mais crus da história do rock.

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Obra de arte?

A certeza da adversidade gerada pela Covid-19 alimentou a esperança da criatividade e que dessa escuridão sairiam algumas das melhores obras de arte do mundo. E na primeira música, a faixa-título do novo disco do Halestorm comprova exatamente essa teoria. A partir dos primeiros acordes de guitarra e vocais gritados, fica difícil imaginar essa faixa de abertura nascendo em qualquer outra época.

Ou “Wicked Ways” com uma letra do tipo: “Não me chame de anjo. Eu sempre fui cheia de pecado. Isso não me fez má. Eu não sou má. Mas tenho meus próprios caminhos malvados”.

Lzzy Hale Inflamada

Lzzy Hale possui a melhor voz do rock moderno – mas, mesmo ela, nunca soou tão inflamada. Parece como se ela tivesse se libertado de algum covil de Satanás ou como se quisesse dizer que “o mundo precisa de garotas estranhas como ela”, exatamente o que diz a letra de “Strange Girl”. Pra mim, soa como Ronnie James Dio e Angela Gossow tivessem um bebê e o incendiassem.

O segundo single “The Steeple” é uma empolgante homenagem aos fãs e mostra que Lzzy não comanda o disco sozinha. Em Back From The Dead há mais de tudo e de todos. Mais gritos, mais extremos, mais solos matadores de Joe Hottinger, mais ataques hábeis e estrondosos de Arejay Hale, mais grooves do baixista Josh Smith.

Paz e caos

Há também espaço para a calmaria sombria de “Terrible Things”, além do peso retorcido de “Bombshell” que faz o Halestorm esmagar tudo o que sentimos. Ao final do disco com a angustiante “Psycho Crazy” e a emotiva “Raise Your Horns”, não temos muito a noção de para onde irmos.

E, sinceramente, apenas o tempo e o legado revelarão se Back From The Dead é o melhor álbum do Halestorm. De qualquer forma, o disco já é os melhores 38 minutos de puro rock que você já ouviu pós-Covid. Então, se você quer música bebendo cerveja, esse álbum não é isso. Mas se é uma dose contundente e cativante de catarse que procura – algo intenso e restaurador depois de alguns anos tão estranhos – aumente o volume e mergulhe direto.

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Ouça Back From The Dead, novo álbum do Halestorm

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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