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‘Halloween Ends’ vale pelos momentos finais, mas deixa um ar de frustração

Bruno Oliveira

O filme Halloween Ends estreia nesta quinta-feira (13) nos cinemas prometendo colocar um ponto final na história da “final girl” Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) e do psicopata Michael Myers (James Jude Courtney). Esse é o terceiro e último capítulo da trilogia que começou em 2018 com Halloween, que teve sua continuação em Halloween Kills, de 2021. Essas novas histórias são uma continuação direta do filme original de 1978. Todas as sequências que vieram depois foram totalmente apagadas, como se só valessem o longa original e essas três últimas sequências.

Sinopse

Quatro anos se passaram desde o final de Halloween Kills. Michael Myers está desaparecido e Laurie resolveu seguir sua vida, agora morando com sua neta, Allyson (Andi Matichak), e escrevendo um livro de memórias. Em paralelo a isso, conhecemos Corey (Rohan Campbell), um rapaz que matou uma criança de forma acidental em uma noite de Halloween. Aos poucos, os personagens centrais irão se aproximar sem saber que eles têm mais em comum do que poderiam esperar.

Cadê o Michael Myers?

Já de início, direi que gostei do filme ao mesmo tempo que detestei. Calma, vou explicar aos poucos. Quando falamos de Halloween, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a imagem assustadora de Michael Myers. E a pergunta que se preza é: “onde ele está?”. A resposta desse enigma demora bastante para ser respondida e quando ela vem, nosso querido “monstro” é simplesmente deixado de lado. O protagonista da franquia se torna um coadjuvante em seu próprio filme.

Como assim??? É isso mesmo. De quebra, acompanhamos uma história paralela. Essa história seria excelente se estivéssemos falando de uma nova franquia ou até mesmo se fosse um derivado. A construção dos personagens centrais realmente é boa, mas fiquei me perguntando onde estava a “trasheira”. Eu fui para ver pessoas aleatórias morrerem de formas mais aleatórias ainda, e isso me fez sentir um pouco incomodado. Cadê o terror? Onde está o sangue jorrado na tela? Cadê o nosso famoso jumpscare?

Trash chega, mas…

Calma!!! Demora, mas vem. E quando vem, começa a lavar a nossa alma que estava em busca desses componentes insaciavelmente. Infelizmente, para os amantes da franquia, isso demora a vir. Todas aquelas pessoas idiotas e babacas que passearam pela tela em algum momento terão o seu fim de forma apropriada e catártica. Isso nos traz um outro problema: não nos importamos com a morte de absolutamente ninguém. Não sofri por nenhum personagem, a não ser um, que nem mesmo foi morto pelo nosso assassino predileto.

Os seus melhores momentos são guardados para os minutos finais, quando, enfim, temos o grande embate entre nossos dois algozes. A luta entre eles é muito boa e é o momento em que vale ficar esperando. O seu final acaba sendo satisfatório e bastante emblemático. Mas será que realmente é o fim? Por favor, deixem os personagens descansarem, mas resta também o legado de todo o carinho que nos foi dado nessas últimas quatro décadas de mortes, gritos e risos de nervoso.

Conclusão

Halloween Ends vale pelos seus momentos finais. Acredito que o filme, como um todo, vá incomodar o fã das antigas, mas eles vão amar a parte final. Eu digo até mesmo que é uma obra satisfatória, mas não foi exatamente o que fui esperando. A escolha por mudar o foco talvez tivesse sido interessante em qualquer outro longa, não no que diz ser história final de Michael Myers. Esse foi, certamente, um ato falho de toda a produção. Mas é o que recebemos e temos que aceitar.

*Filme visto no Festival do Rio 2022