Hamen, o power metal sinfônico em sua excelência

Wilson Spiler

A banda Hamen, representante do power metal sinfônico de Santa Catarina, está realizando uma campanha de apoio para o lançamento do single/clipe “Chimerical Love – Piano Version”. Este lançamento é o fim deste ciclo do grupo. Agora, a dupla prepara o lançamento do próximo álbum e grandes mudanças para ainda este ano.

A Hamen traz em sua discografia o EP Altar (2015) e o disco de estreia, Unreflected Mirror (2018). O álbum, aliás, contou com participação especial de ninguém menos que Marcelo Barbosa, do Angra. Além disso, já foi premiada internacionalmente, tendo diversas conquistas ao longo da trajetória.

Por isso, o ULTRAVERSO conversou com Monica Possel e Cadu Puccini, que formam a banda Hamen. A entrevista exclusiva traz novidades as novidades que vem por aí e fala um pouco da carreira do grupo. Então confira o bate-papo logo abaixo.

ULTRAVERSO: Com oito anos de carreira, este é o primeiro clipe profissional da banda Hamen. Por que tantos anos para isso e logo uma versão acústica?

Cadu Puccini: Porque tivemos dificuldades para achar músicos comprometidos e com qualidade na nossa região e tivemos que procurar fora e isso fez com que os custos elevasse. E, na época, se fosse para fazer clipes com qualidade seria muito caro. Assim preferimos investir tudo na produção do álbum e do nosso produto. Ainda houve a entrada e saída de novos músicos e trabalhos inéditos que vamos lançar estimularam a gente a explorar canções anteriores para fechar com chave de ouro a fase do Unreflected Mirror.

A campanha de financiamento coletivo de vocês oferece diversos benefícios para os fãs. Conte um pouco como surgiu a ideia.

Monica Possel: Depois de um ano de pandemia e após alcançar o reconhecimento do público, queremos celebrar essa entrega dos fãs. Desejávamos entregar algo de valor para eles e por isso buscamos de todas as formas fazer um novo material que pudessem impactá-los, da mesma forma que nossos fãs nos impactaram durante a pandemia. Dessa forma começamos a produzir a releitura dessa musica, uma das mais ouvidas pelo público

A letra de ‘Chimerical Love’ é uma experiência pessoal ou referência a alguém? Qual foi a inspiração para compor?

Monica Possel: É uma das nossas músicas mais populares, todos os fãs gostam muito dela! Desde que a compomos pensamos nessa versão piano e voz, pois assim remete todo o drama da história da personagem. A canção fala de um romance quimérico, imaginário, que vive na ilusão da mente da personagem. Onde ela acha que existe um amor verdadeiro, e na realidade, é uma outra dimensão, esse amor não faz ideia da existência dela. Por isso a última estrofe da música fala que a personagem vai atrás do outro personagem e não o encontra.

Falando em composição, quais as principais influências da banda Hamen?

Cadu Puccini: As minhas principais influências do metal são Rhapsody, Twilight Force, Michael Romeo, Dio, Rainbow, At Vance e Magnus Karlson. E como guitarrista: Steve Morse, Paul Gilbert, Al Joseph, Richie Kotzen, Kiko Loureiro, Frank Solari e Marco Sfogli.

Monica Possel: Jorn Lande, After Forever, Avantasia, Ayreon, Angra, David Coverdale, Dream Theater, Glenn Hughes, Katatonia, Lana Lane, Dio, Revamp, Steve Harris, Richie Kotzen, Therion, Whitesnake, Deep Purple, Black Sabbath, Symphony X.

O último álbum de vocês foi lançado em 2018. Faz tempo já. Esse clipe é sinal de que vem novidades por aí? Podem adiantar algumas?

Monica Possel: Sim. É a celebração de um ciclo. Esse ano a Hamen mudou a formação, mas antes de contarmos para o mundo queremos celebrar este ciclo do álbum Unrflected Mirror que nos deu tantas oportunidades e muitos fãs. Queremos celebrar essa passagem junto com nossos fãs e por isso que realizamos esses benefícios super especiais para eles. Pois é uma passagem única, que nunca mais irá se repetir. E sim. Vêm muitas novidades por aí. A Hamen 2.0 está chegando. Novo som. Novos membros e muitas coisas mais!

‘Unreflected Mirror’ contou com participação especial de Marcelo Barbosa, do Angra. Como foi essa oportunidade e como surgiu o convite?

Cadu Puccini: Foi uma oportunidade única até então para a banda. Na época, nosso produtor de gravação, Caio Duarte (ou Cortonesi) tinha trabalhado com várias bandas de metal de peso e tinha contato muito próximo com músicos de renome. Então comentamos com ele se era possível a participação do Marcelo Barbosa. Ele (Caio), prontamente, acreditando na qualidade do nosso trabalho, entrou em contato com o Marcelo no mesmo dia e já tínhamos fechado a parceria. Não acreditamos que foi possível e ainda tão rápido (risos).

Há algum artista em especial que vocês ainda sonham em gravar ou tocar junto?

Cadu Puccini: Para mim o Magnus Karlson. Ele produz muitos trabalhos de metal e eu adoro a linguagem e produções dele.

Monica Possel: Olha, a gente nunca parou para pensar nisso! Mas acredito que nosso sonho seria tocar com quem nós admiramos e nos inspiramos. Vou deixar vocês na curiosidade para “o” ou “os” convidados do nosso próximo álbum (risos).

Monica Possel ganhou o prêmio europeu FemMetal na categoria Best Operatic Vocals. Como foi a repercussão desse prêmio e o quão significativo ele foi pessoalmente?

Monica Possel: Isso foi um grande presente para mim em 2020, ano que foi um caos para muita gente. O fato de ter sido nomeada juntamente com grandes nomes como Anette Olzon (Ex-Nightwish) e Capri Virkkunen da banda super famosa na Europa Amberian Dawn já foi um grande prêmio para mim. E o fato de ter ganho, dedico muito à cena feminina. Eu acredito muito que ela me trouxe mais visibilidade. (Dedico) à Hamen, com certeza, aos meus colegas de banda por fazermos um ótimo trabalho de qualidade e principalmente aos fãs e mídias parceiras que se uniram e juntos conseguimos trazer este prêmio para o Brasil.

Isto, pra mim, é um grande marco, e acredito que é um marco para a própria cena nacional. Para que outras mulheres consigam ter esta oportunidade de trazer novamente este prêmio para nós, brasileiros. Então eu fico muito feliz, não só por mim, Monica Possel vocalista, mas sim por todas as mulheres do metal nacional.

Como tem sido a cena independente no Brasil? Acredita num fortalecimento novamente do rock?

Cadu Puccini: Esta pergunta sempre é muito polêmica, pois o cenário rock nacional é muito segmentado em nichos e sempre diverge muitas opiniões. Mas nós temos no Brasil músicos fantásticos que sempre trabalham para entregar o melhor resultado independente da cena “mainstream”.

As bandas nacionais de renome internacional (Angra, Sepultura, Dr. Sin, Edu Falaschi, Krisium etc) ajudam muito a dar holofotes para as emergentes. Os custos, porém, são sempre altos para se manter um padrão bom de qualidade e a profissão de músico (ainda mais de metal), muitas vezes, é vista pela sociedade como um “hobby”, dificultando, assim, ainda mais captação de recursos para as produções

E durante a pandemia? Como tem sido a rotina de não fazer shows e qual a expectativa? Isso ajudou a produzir mais músicas?

Cadu Puccini: A pandemia foi um período ruim para todos (ou quase todos). Tivemos que nos isolar para nos manter seguros, muitas vezes mudar de cidade por questões familiares (financeira) e fora a adaptação de ficar muito tempo isolado e em casa.

Isso tirou um pouco o nosso foco. Porém, com o foco que restou (risos) botamos a nossa saúde mental em dia e planejamos o futuro da banda. Novas produções e materiais; fizemos muito networking; e estudamos sobre o mercado para conseguir manter a banda ativa e com profissionalismo.

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Hamen campanha de apoio - Crédito Cadu Andrade (baixa)

Foto: Cadu Andrade / Divulgação

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Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
NAN