He-Man Mestres do Universo Salvando Etérnia Netflix crítica de série

‘Mestres do Universo: Salvando Etérnia’: novo He-Man, da Netflix, é tudo que os fãs queriam e não sabiam

Pedro Marco

Na grande guerra pela popularidade dos serviços de streaming, a carta na manga da Netflix segue sendo o apelo nostálgico de seus assinantes mais saudosistas. Em meio à espera pela nova temporada de Stranger Things, e ainda alimentada pelo sucesso da trilogia Rua do Medo, os anos 80 aparecem mais uma vez em seu catálogo com uma surpreendente sequência de He-Man e os Mestres do Universo.
Criado em 1980 como uma linha de brinquedos que surfaria no sucesso dos bonecos do recém-lançado Star Wars, o bárbaro de Etérnia (que chegou a ser imaginado também como soldado ou homem do espaço) ganhou o coração das crianças com seu estilo retro futurista medieval. Logo, o universo complexo de heróis, vilões, veículos e castelos seria adaptado para as histórias e quadrinhos, animações e até mesmo um live-action com Dolph Ludgren.
No entanto, com uma mitologia complexa estando diluída em tantas produções ao longo de quatro décadas, só mesmo um grande fã estudioso conseguiria revisitar este universo de forma coesa e respeitosa, afim de criar um épico a altura dos poderes de Greyskull.

O He-Man em 2021

É neste ponto que nos encontramos em 2021. Guiados pelo grande quadrinista e cineasta Kevin Smith em Mestres do Universo: Salvando Etérnia (Masters of the Universe: Revelation). A quarta série animada de He-Man e seus companheiros da Netflix conta finalmente a batalha final do campeão de Grayskull contra seu arqui-inimigo Esqueleto. A partir deste embate, temos uma grande ameaça contra a magia de Etérnia, podendo causar o completo colapso do universo.
Por ser uma sequência direta da série lançada há quatro décadas atrás, coube aos primeiros episódios construir uma narrativa que ao mesmo tempo funcionasse para os fãs que tinham os acontecimentos anteriores em suas memórias quanto para uma nova geração que entrará em contato com este universo pela primeira vez.
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Ousadia e quebra de expectativa

Tal investida mostra-se bem sucedida, até certo ponto, tendo em vista o acerto no tom clássico da animação em suas piadas mais bobas; bem como nas articulações mais simples; e até mesmo na sequência direta na jornada de alguns personagens. Por outro lado, a escolha da Netflix de tirar He-Man do protagonismo logo no episódio piloto e dar à Teela o papel central da trama pode vir a causar uma quebra de expectativa para os fãs nesta primeira parte da temporada.
Personagens como Gorbo, Mentor, Maligna e até mesmo Pacato, o Gato Guerreiro, tiveram um grande espaço que faz jus ao título e constrói o universo que sempre expandiu para seus coadjuvantes nos brinquedos, quadrinhos e animações. Além de trazer os personagens consagrados e até mesmo referências para os fãs mais xiitas, a série do He-Man na Netflix ainda aposta na introdução de novos personagens, assim como numa visita ao cerne da mitologia de Etérnia, que consegue melhorar as tramas e qualidade de animação de baixa qualidade gráfica dos anos 80.
Aliás, a qualidade da animação feita pela Powerhouse é um espetáculo à parte. Junto com uma nova escalação de dublagem que conta com nada menos que Mark Hammil no papel do temível vilão. A violência, em relação ao desenho original, foi bastante aumentada, mas longe de se igualar com animações adultas como Invencível ou outras similares. Contudo, apesar de não ter um apelo visual gráfico, a série ousou na morte de personagens icônicos e dramas familiares que ficavam em segundo plano nas produções anteriores.
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A trama

Quanto à trama em si, Mestres do Universo: Salvando Etérnia tem um ritmo bastante fluido e com ganchos finais que seriam ainda melhor aproveitados em uma série de lançamento semanal. Teela também funciona bem como protagonista de decisões falhas. Por fim, as aparições racionadas de He-Man e Esqueleto na série da Netflix apenas engradecem as cenas apoteóticas em que são mostrados.
No entanto, o clima da animação que serve de base para esta nova produção traz a sombra de situações com resoluções extremamente fáceis e rápidas, sem grande desenvolvimento de seus antagonistas ou até mesmo completo entendimento da cena e de seu peso.
A primeira parte da primeira temporada de He-Man, com cinco episódios, chegou à Netflix no dia 23 de julho com um vibrante e inesperado gancho. Até então, não há data confirmada para a segunda parte com os episódios restantes. Entretanto, sabemos que veremos grandes batalhas entre He-Man e o Esqueleto e, quem sabe, um novo gancho para novas temporadas. Ou até mesmo um encontro do herói com sua irmã gêmea, She-Ra.
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Trailer de He-Man e os Mestres do Universo (Netflix)

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Elenco de vozes da série He-Man, da Netflix

Chris Wood (Glauco Marques)
Mark Hamill (Guilherme Lopes)
Susan Eisenberg (Andrea Murucci)
Sarah Michelle Gellar (Maíra Goes)
Liam Cunningham (Ricardo Rossato)
Lena Headey (Márcia Coutinho)
Stephen Root (Guilherme Briggs/Orlando Drummond)

Ficha Técnica

Título original: Masters of the Universe: Revelation
Temporada: 1
Episódios: 5
Duração: 24-27 minutos
Data de estreia: sex, 23/07/21
Criação: Kevin Smith
Onde assistir à série ‘He-Man e os Mestres do Universo’: Netflix
País: Estados Unidos
Gênero: animação
Ano de produção: 2021
Classificação: 12 anos

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
NAN