Homem-Aranha: Sem Volta para Casa filme

‘Homem-Aranha: Sem Volta para Casa’ é o grande acerto da Marvel em 2021

Guilherme Farizeli

Épico. Memorável. Quando as luzes da sala se acenderam, foram essas palavras que me vieram à cabeça. Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, o terceiro filme do herói dentro do Universo Cinematográfico da Marvel é incrível! Mas, antes de mais nada, fiquem tranquilos. Essa resenha aqui NÃO terá spoilers do filme.

A gente vive uma fase que, entre outras coisas, teima em alimentar expectativas exageradas em relação a tudo. O cinema não passa incólume por esse hábito nada saudável. Ainda mais quando falamos de uma franquia tão grandiosa quanto o UCM. Ao mesmo tempo em que faço essa espécie de mea culpa, a gente deve admitir que a Fase 4 da Marvel está um tanto quanto lenta. Para dizer o mínimo.

Eternos, por exemplo, foi um filme que sofreu dessa expectativa exagerada. Ainda que a entrega também tenha sido muito aquém do imaginado. Shang-Chi tinha sido o filme que mais gostei nessa nova fase. Justamente por conseguir mesclar bem a jornada emocional dos personagens com os outros elementos já habituais dos filmes da Marvel. E aí, nesse sentido, um filme como Homem-Aranha: Sem Volta para Casa se destaca ainda mais.

Ned, Peter e MJ (Divulgação/Sony Pictures)

O fim de um ciclo

Mais do que um filme solo do cabeça-de-teia, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é o fim de uma trilogia. E na história do cinema, a gente não vê tantas que tenham dado super certo. Eu lembro de Poderoso Chefão e talvez mais duas ou três. Aqui no nosso caso, acima de tudo, temos o encerramento do ciclo de formação do Peter como o herói que a gente conhece nos quadrinhos. Com todos os pontos positivos e negativos que sua jornada pode acumular.

Com tanta coisa em jogo, o longa não poderia ser nada menos do que um grande evento. Acredito que até mesmo comparável com outros grandes acertos do UCM, como Vingadores: Guerra Infinita ou Capitão América: Soldado Invernal. E, ao contrário da trilogia do Sam Raimi, aqui era preciso lidar com uma gama muito maior de elementos. Fossem eles de storytelling ou até mesmo de personagens estranhos ao universo principal. Sim, estou falando dos vilões das outras franquias. Fica tranquilo, aqui é uma área livre de spoilers.

A trama

O filme começa exatamente no ponto onde termina o anterior. A saber, é quando o Mysterio (Jake Gyllenhaal) revela ao mundo a verdadeira identidade do Homem-Aranha. Chegamos em um ponto da trilogia onde nosso Peter Parker (Tom Holland) precisa encarar as consequências de ser um herói. E essas consequências não são fáceis, pois afetam também as pessoas que ele mais gosta. Ned (Jacob Batalon), MJ (Zendaya) e May (Marisa Tomei) são diretamente afetados por tudo que acontece com Peter.

Envolto em uma nuvem de problemas legais e morais, Peter acaba recorrendo ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), buscando uma solução mágica. O problema é que o tiro sai pela culatra e os piores vilões de outros universos vem parar na realidade do UCM. Deu ruim, Peter.

Roteiro e ritmo

Equilibrar o tempo de tela de tantos personagens é sempre uma tarefa ingrata. Afinal, a missão é promover essa espécie de filme-evento e não apenas mais uma aventura singela do amigão da vizinhança. Ainda mais trazendo vilões de outros filmes, outros universos. Enfim, muita coisa para explicar, né? Bom, os roteiristas estavam bem atentos às possíveis pontas soltas. E a gente tem quase tudo muito explicado no filme. Além disso, a gente encontra os diálogos mais maravilhosos do filme justamente nesse intercâmbio de informações sobre as diferentes realidades.

Alguns dos vilões também fortalecem a estrutura do filme. O Doutor Octopus (Alfred Molina) e o Duende Verde (Willem Dafoe) são muito bem explorados e tem a profundidade necessária para serem os vilões do filme. O Electro (Jamie Foxx), inclusive, está bem mais agradável do que no seu próprio filme. Tanto em termos de visual quanto em termos de personalidade. Mais ajustada, nesse sentido, com os quadrinhos.

Em outras palavras, apesar do filme ter um ritmo muito intenso, ele consegue pontuar tudo que é necessário para o bom andamento da história. E, claro, isso faz com que os momentos de ação tenham muito mais emoção.

Conclusão

Apesar de ter o tom um pouco mais sério que seus antecessores, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa não é um filme pretensioso. Ao contrário. Ele adiciona um elemento que não vemos muito no UCM: consequências. Além disso, ele atende a uma expectativa dessas que não temos como fugir. Depois do clímax atingido no final da Saga do Infinito, a tendência de todo fã é querer mais um filme épico. A gente saber que não é assim que funciona, tudo bem. Mas fã é fã. Ainda mais quando a gente fala de um personagem tão popular quanto o Homem-Aranha.

Dito isso, não acho que seja um problema nesse longa. Essa trilogia de filmes do teioso se encerra de maneira magnífica. E a gente espera que seja a primeira de outras trilogias. Ao contrário de um dos ensinamentos que a gente poderia levar para casa depois da sessão, é muito bom quando a gente cria expectativas e elas são atendidas. O filme chega aos cinemas nesta quinta-feira, 16/12. E fiquem até o final, existem duas cenas pós-créditos.

Onde assistir ao filme Homem-Aranha: Sem Volta para Casa?

A saber, o filme Homem-Aranha: Sem Volta para Casa estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 16 de dezembro de 2021. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Trailer do filme Homem-Aranha: Sem Volta para Casa

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa – elenco do filme

Tom Holland
Zendaya
Benedict Cumberbatch
Jon Favreau
Jacob Batalon
Marisa Tomei
Benedict Wong
Alfred Molina
Jamie Foxx
Willem Dafoe

Ficha técnica

Direção: Jon Watts
Roteiro: Chris McKenna e Erik Sommers
País: Estados Unidos
Gênero: ação e fantasia
Duração: 148 minutos
Ano de produção: 2020
Classificação: 12 anos

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
NAN