‘Horizon Forbidden West’ tem gráficos incríveis, história cativante e imersiva
Alex Rodrigues
E finalmente o aguardado Horizon Forbidden West está entre nós. A continuação de Zero Down é tratada com um dos grandes lançamentos do PS5 e Playstation 4 para 2022. Antes de começar, preciso agradecer a assessoria do Playstation Brasil que nos cedeu gentilmente o game antecipadamente.
Primeiramente, Horizon Forbidden West é um game lindo e Aloy é a heroína que precisamos para acompanhar uma grande franquia. Dito isso, alerto que, para o pessoal que não jogou o seu antecessor, Zero Down, o segundo título pode trazer alguma confusão na história. Talvez, pensando nisso, a desenvolvedora Guerrilla Games, produziu um breve resumo antes de começar o jogo.
Considero este fato importante, pois, além do gráfico maravilhoso, Horizon tem uma história que promove uma imersão poderosa do player na partida. Foi assim no primeiro título e está sendo, da mesma maneira, com esta sequência direta. Explorar o oeste proibido e descobrir partes da trama com Eloy é uma delícia, e, por muitas vezes, até nos esquecemos dos combates.
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A História
Pode parecer clichê apresentar um enredo pós-apocalíptico no qual as máquinas se rebelaram e passaram a dominar o mundo. Isso não é apenas um luxo do games, vide franquias como ‘O Exterminador do Futuro’ e ‘Matrix’. Mas, Horizon tem uma forma particular para contar esta história. A trama é complexa e arrasta a própria protagonista como ponto principal, e a nossa caçadora de máquinas “dá conta do recado”.
Confesso que gostava mais da Aloy no Zero Down. Aprender a sobreviver em um mundo lindo, porém perigoso, e alavancar suas habilidades no decorrer da aventura foi uma experiência fantástica. A personagem cativante e sua história bem ritmada deixa qualquer fã de game horas na frente da tela.
Mas de salvadora da tribo a esperança do mundo foi um caminho longo e essa transição foi muito bem desenvolvida pela Guerrilla. A Aloy é mesma desbravadora valente, porém agora com mais confiança. Saber a sua história trouxe conforto e segurança para a protagonista e isso podemos notar durante todo o game.
Para evitar uma nova onda de praga na terra e continuar a busca para entender a sua importância na guerra contra as máquinas, Aloy explora o oeste proibido, que compreende a cidade de São Francisco, na Califórnia. No caminho, ela terá a ajuda do voluntarioso Varl e encontrará o conhecido Sylens, bem como novos inimigos como Tilda, interpretada por Carrie-Ann Moss.
Gráficos
Eu já falei que o jogo é lindo e provavelmente vou citar isso mais algumas vezes. Logo no começo somos surpreendidos com as expressões de Aloy e Varl. A qualidade gráfica consegue destacar com precisão a textura da pele, o movimento facial, assim como suas proporções. Ttudo é muito bem definido. Nossa experiência foi com o PS5 e a impressão é que o game utiliza, de forma estratégica, bastante da capacidade do motor gráfico do console da Sony.
O cenário é uma “lindeza” (eu disse que ia enfatizar isso algumas vezes neste review). O contato com a água é um outro capítulo que mostra como o trabalho de ambientação no jogo foi realizado com esmero. Para retratar o mundo devastado na Califórnia, mais precisamente na cidade de São Francisco, o contato com lagos e o mar foi inevitável.
Tais elementos são, em suma, retratados de forma fidedigna. Claro que estamos falando em relação a uma game, em Forbidden West. O diretor do jogo, Mathijs de Jonge, revelou em entrevista que a equipe da Guerrilla Games levou anos para desenvolver os detalhes gráficos, necessitando renderizar quadro a quadro individualmente.
O resultado impressiona. Tanto em cenas submersas, quanto na superfície da água. A Aloy observando uma grande máquina em forma de animal se deslocar no mar faz o coração do gamer disparar, como se estivesse assistindo a um filme no estilo Tubarão. A mobilidade da personagem acompanha as restrições impostas por estar embaixo d´agua.
Igualmente importante é destacar a criação de um mundo mil anos após eventos que, em suma, mudaram completamente a relação dos habitantes com o lugar. Vegetação cobrindo artefatos, ruínas a serem desbravadas, tudo está alinhado e verossímil com a situação que o jogo proporciona.
Imersão
A grande fonte de imersão do jogador é o desenvolvimento da história, assim como o carisma da protagonista. Não que o sistema de combate tenha falhas graves ou a jogabilidade seja difícil, mas explorar o mundo aberto pelo olhar de Aloy é algo surpreendente e divertido. Tanto que os momentos sem batalha são igualmente interessantes.
Combate, exploração e CGI são muito bem equilibrados. Lutar com os inimigos é um combustível para manter o interesse no jogo, porém, não é um fator determinante para deixar o título mais agradável. Realizar missões em um mundo aberto tão rico já vale as horas que o usuário passará em frente a tela.
Trilha sonora
Falar de imersão em Horizon Forbidden West e deixar a trilha sonora de lado é um pecado. É como se um gênero musical fosse criado para atender as demandas do mundo no game. O mesmo critério de desenvolvimento foi utilizado em Zero Down e continuou de forma competente na continuação.
O ritmo diferente, resultado da produção de instrumentos para imitar vozes humanas e vice e versa, lembra o processo de criação da trilha sonora do icônico anime Akira, de Katsuhiro Otomo. O som ambiente completa a bela produção sonora projetada sob a batuta do supervisor musical da Guerrilla, Lucas Von Tol.
Jogabilidade
Sistema intuitivo e fluido para realizar tarefas simples, como construir flechas se estende até o modo de batalha. O jogo apresenta uma interface bem amigável mesmo para aqueles que não jogaram Zero Down. O player terá que se preocupar em solucionar problemas e subjugar inimigos com os recursos dispostos no game.
Porém, apesar de possuir um sistema cordial, as batalhas com as máquinas podem ser um ponto sensível, principalmente para aqueles que esperam uma dinâmica hack n’ slash. Aloy possui vários recursos e utilizá-los de forma estratégica é a chave para vencer monstros com pontos fortes e fracos.
A análise com o Foco é a premissa para a vitória, mas explorar os pontos fracos de cada adversário nem sempre é uma tarefa das mais fáceis. Em contrapartida, alguns podem desferir um golpe fatal mesmo com a protagonista estando com a energia completa. Stealth, arma apropriada e escolha do momento certo para atacar são estratégias constantes nos combates e isso pode desagradar ou entediar quem prefere sistemas com combos ou usar a força de forma desenfreada.
Estratégia e paciência para vencer o inimigo
Contudo, o jogador provavelmente morrerá algumas vezes frente a um inimigo até entender qual é a melhor maneira de derrotá-lo. Assim como vale ressaltar que isso não acontece com frequência contra oponentes humanos, que são muito menos complexos para subjugar. Existem momentos que, a princípio, podem frustrar o gamer depois de lutar intensamente. Um ou dois golpes podem acabar com toda a sua estratégia. Este é o preço que Horizon Forbidden West cobra por tentar oferecer uma experiência mais realista de combate.
Como entramos na parte do “nem tudo são flores”, a inteligência artificial é um outro fator que compromete uma parte da jogabilidade. Varl, que nos acompanha logo no início da partida, às vezes desaparece de cena, mas o diálogo com a protagonista continua. Nas batalhas ele acaba não ajudando muito, justamente porque parece estar desconexo com Aloy.
Todavia, humanos e máquinas inimigas, por muitas vezes, parecem simplesmente ignorar a personagem. Mas não existe um parâmetro para este problema. Por exemplo, em um descampado, sem proteção aparente, alguns inimigos ignoram o perigo, e em outro casos, parecem ler a mente de Aloy.
Considero este fato juntamente com alguns bugs, como pernas tremendo e sumiço de personagens os pontos fracos do game, e não precisei usar o “Foco” para identificar. Estes problemas estão presentes ao longo da aventura. Contudo, esperamos aquele pacote de ajustes “maroto” para consertar estes problemas e, com sorte, o anúncio de um modo multiplayer para a galera que gosta de um bom desafio online.
Horizon Forbidden West: veredito
Por fim, a Guerrilla entregou um RPG/Aventura belíssimo! A textura dos personagens, realismo do cenário e uma história envolvente torna Horizon Forbidden West uma continuação digna do primeiro título, porém não tão melhor assim. Zero Down foi mais espontâneo, principalmente no sistema de batalha, mas este título merece ser jogado e realmente é um dos melhores games produzidos para o universo Playstation 5. Não ouso emitir a mesma opinião para o veterano PS4.
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Prós
- Gráficos fantásticos
- História bem construída
- Missões interessantes
- Bom desenvolvimento do game
- Jogabilidade fluída
Contras
- IA sem padrão
- Ausência de um modo multiplayer
- Bugs