Crítica de Filme | Planeta dos Macacos: O Confronto
Stenlånd Leandro
Estreia nesta quinta-feira (24) o filme Planeta do Macacos: O Confronto, depois de duas semanas do seu lançamento mundial, 07 de julho. O longa custou US$ 170 milhões e já na sua primeira semana arrecadou US$ 70 milhões nos EUA e outros US$34 milhões ao redor do mundo, superando a arrecadação do seu antecessor, Planeta dos Macacos: A Origem.
A história começa exatamente onde o primeiro parou, mostrando a batalha na Golden Gate Bridge, em São Francisco, e a emancipação dos macacos. Depois da raça humana quase ser extinta por uma gripe símia, que na verdade foi uma arma biológica desenvolvida em laboratório, mas que acabou tendo efeito contrário, a população da Terra é reduzida drasticamente. A falta de energia é o maior problema e faz com que os humanos se tornem nômades novamente. Os macacos, por outro lado, vivem em perfeita harmonia com a sociedade que montaram na floresta e César (o excelente Andy Serkis!) continua sendo seu líder.
O problema todo começa quando os humanos, liderados por Dreyfus (o mal aproveitado ator Gary Oldman) descobre uma nova fonte de energia que pode salvar um acampamento de sobreviventes, uma antiga represa, mas esta fica justamente no território onde os macacos vivem pacificamente há uma década. A partir desse momento a tênue paz entre homens e macacos se equilibra naqueles que acreditam na convivência pacífica entre as espécies, representada por César e Malcolm (o sem carisma Jason Clarke), e aqueles que acham que a guerra é a solução, representados por Koba (Toby Kebbell) e Dreyfus.
É claro que o filme não se chamaria “O Confronto” à toa e sabemos que a guerra mais cedo ou mais tarde apareceria, mas isso não fica banalizado e o que vemos é uma mistura (guardando as devidas proporções) de “A Guerra do Fogo”, mostrando a vida dos macacos, com um dialeto só deles mais uma linguagem corporal forte, e “Dança com Lobos”, mostrando a troca de experiências entre as espécies e suas diferenças e semelhanças. Sem apelar para clichês o diretor Matt Reeves consegue sustentar essa relação entre humanos e macacos além de mostrar outras situações que não são meras coincidências do no nosso dia a dia. A maquiagem que nos filmes homônimos da década de 60 demorava até seis horas para serem feitas foram substituídas por “maquiagens digitais” e não tiraram o mérito das interpretações de Andy Serkis (César) e Toby Kebbell (Koba).
Enquanto em “A Origem” os macacos são coadjuvantes de luxo, nesse eles são as estrelas e deixam os humanos em segundo plano. Os cenários são sempre amplos e grandiosos, fazendo com que a experiência em 3D fique ainda mais impressionante. Com mais de duas horas de projeção, o que mais chama a atenção é como a narrativa é conduzida; hora de forma leve, hora com muita ação, alguns sustos e momentos de reflexão. Você pode até achar que poderia ter 10 ou 15 minutos a menos, mas isso, no resultado final, nem é percebido.
O filme só não é dez por causa da atuação do ator Jason Clarke (Malcolm) que é o responsável em ganhar a confiança de César. Não chega a prejudicar, mas a ausência de James Franco é claramente sentida e fica uma dúvida… porque não foi colocado Gary Oldman nesse papel? As cenas alcançariam o nível esperado e Jason Clarke não teria problema nenhum de interpretar o líder dos humanos.
No final das contas a conclusão: não importa se você é humano ou macaco, todos perdem quando a solução para conflito é a guerra. E que venha “Planeta do Macacos 3”!
BEM NA FITA: Os excelentes efeitos visuais, a reprodução em 3D e a interpretação dos “macacos” Andy Sirkis e Toby Kebbell.
QUEIMOU O FILME: Não chegou a queimar, mas chamuscou um pouco a interpretação de Jason Clarke.
FICHA TÉCNICA:
Gênero: Ação
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Amanda Silver, Mark Bomback, Rick Jaffa, Scott Z. Burns
Elenco: Alaine Huntington, Andy Serkis, Angela Kerecz, Christopher Berry, Enrique Murciano, Gary Oldman, J.D. Evermore, Jason Clarke, John L. Armijo, Judy Greer, Karin Konoval, Keir O’Donnell, Keri Russell, Kevin Rankin, Kirk Acevedo, Kodi Smit-McPhee, Larramie Doc Shaw, Lee Ross, Lombardo Boyar, Lucky Johnson, Steven Wiig, Terry Notary, Toby Kebbell
Produção: Amanda Silver, Dylan Clark, Peter Chernin, Rick Jaffa
Fotografia: Michael Seresin
Montador: Stan Salfas, William Hoy
Trilha Sonora: Michael Giacchino
Ano: 2014
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 24/07/2014 (Brasil)
Distribuidora: Fox Film do Brasil
Estúdio: Chernin Entertainment