Infiesto crítica do filme espanhol da Netflix 2023

Foto: Netflix / Divulgação

Bom suspense espanhol, ‘Infiesto’ critica o fanatismo e as fake news

Wilson Spiler

A pandemia do coronavírus foi – e ainda é -, de fato, um dos piores momentos vividos pela humanidade. Não só pela grande quantidade de mortes – certamente, a pior parte desse período -, mas também pelo isolamento social, que levou muitas pessoas à depressão. Mas Infiesto, novo filme espanhol que acaba de estrear na Netflix, trata de outro tema pouco abordado neste ciclo: o fanatismo religioso.

Ao falarmos dessa temática, é bom deixar claro que estamos lidando com a religião como um todo, não só católica ou evangélica. Todo extremismo e fanatismo são perigosos, e é com esse olhar que o longa-metragem europeu tenta chamar a atenção.

A trama, que se passa em 2020, no primeiro dia de lockdown nas Astúrias, na Espanha, dois detetives são chamados a uma pequena cidade mineira nas montanhas asturianas, onde uma criança sequestrada há três meses, que havia sido dada como morta, reapareceu de repente. Mas algo muito além de um simples sequestro estava por trás do caso.

Leia também:

Netflix anuncia lançamentos de fevereiro: retorno de ‘Você’ e filme com Reese Witherspoon são os destaques

‘O Lobo Viking’ e a falta de nexo

‘O Protagonista’ tem muitos méritos

Fanatismo religioso e fake news

A questão do fanatismo religioso vem à tona quando descobrimos que os crimes são provocados por uma seita que acredita que a pandemia é o fim do mundo. A cada caso desvendado, seja com o criminoso preso ou morto, eles gritavam que “isso é só o começo”, o que dava a entender que havia toda uma trama organizada para angariar mais fanáticos para a doutrina.

E Infiesto vai bem também ao destacar como a força das fake news faz diferença nesse discurso. Partindo de um pregação que nasce através de uma verdade, a notícia é distorcida, culminando em uma mentira que atinge pessoas com menor grau de conhecimento ou avessas à informação.

No contexto geral, o longa traz ótimas atuações dos protagonistas Marta Castro (Iria del Río) e Samuel García (Isak Férriz), assim conta com direção e roteiro bem amarrados, que fisgam o espectador, que fica curioso para saber como será o desfecho.

Infiesto: final explicado do filme da Netflix

O final aberto também é outro acerto, pois deixa margem para diversas interpretações, sendo, talvez, a principal delas a de que a policial pode ter acreditado no discurso fanático religioso. Isso porque, no hospital, ao recuperar-se do coronavírus, o namorado dela, ao se atualizar com as notícias, alega que está parecendo até o fim do mundo. A inspetora prontamente responde “talvez seja”, repetindo a fala do parceiro de profissão no início do lockdown.

Vale um adendo ainda para o nome do filme: Infiesto é uma pequena cidade mineira pertencente ao município de Piloña, no Principado das Astúrias, com uma população de cerca de 2.400 habitantes. O título, no entanto, quando traduzido para o italiano, quer dizer “assombrado”.

Embora a produção seja espanhola, a ideia pode ser mais uma alfinetada na questão principal do filme, já que a principal instituição religiosa do mundo é a Igreja Católica Apostólica Romana. Se foi algo proposital ou não, nunca saberemos. Mas já fica uma outra teoria sobre esse bom filme espanhol.

Onde assistir ao filme Infiesto (2023)?

A saber, Infiesto estreou nesta sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023, no catálogo da Netflix.

Aliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

https://app.orelo.cc/uA26

https://spoti.fi/3t8giu7

Trailer do filme Infiesto, da Netflix (2023)

Infiesto (2023): elenco do filme da Netflix

Isak Férriz

Iria del Río

Juan Fernández

Ficha Técnica do filme Infiesto (2023), da Netflix

Título original do filme: Infiesto

Direção: Patxi Amezcua

Roteiro: Patxi Amezcua

Duração: 96 minutos

País: Espanha

Gênero: suspense, drama, policial

Ano: 2023

Classificação: 14 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
0

Créditos Galáticos: