Intenso e perfeccionista, trabalho de coreografias amplia imersão em Xógum: A Gloriosa Saga do Japão
Everton Duarte
Xógum: A Gloriosa Saga do Japão, a nova série do FX, está trazendo uma adaptação épica do romance best-seller de James Clavell para o streaming. Ambientada no Japão do século XVII, durante o início de uma guerra civil que moldará um século, a série promete uma narrativa repleta de intrigas, traições e reviravoltas emocionantes.
Sobre a série
O produtor e protagonista Hiroyuki Sanada interpreta Yoshii Toranaga, um personagem que luta por sua vida enquanto seus inimigos no Conselho de Regentes se unem contra ele. Quando um misterioso navio europeu é encontrado abandonado em um vilarejo de pescadores, seu capitão inglês John Blackthorne (Cosmo Jarvis) chega com segredos que podem ajudar Toranaga a mudar o equilíbrio de poder e acabar com a grande influência dos padres jesuítas e comerciantes portugueses, inimigos de Blackthorne.
Os destinos de Toranaga e Blackthorne ficam intrinsecamente ligados à tradutora Toda Mariko (Anna Sawai), uma nobre cristã misteriosa e a última de uma linhagem de sucessão desonrada. Enquanto serve a seu senhor em meio ao tenso cenário político, Mariko deve conciliar sua nova amizade com Blackthorne, seu compromisso com a fé que a salvou e seu dever para com seu falecido pai.
Além de Hiroyuki Sanada, a série conta com uma equipe de dublês e coreógrafos liderada pelo coordenador Lauro Chartrand-Del Valle, cuja experiência em artes marciais japonesas trouxe um nível de autenticidade e realismo para as cenas de ação.
Coreografias: dedicação e parceria
Para Chartrand-Del Valle, a regra mais importante do trabalho de dublê e coreografia é que não pode haver ação apenas por ação – cada sequência tem que se encaixar na história. Desde lutas de espadas e flechas flamejantes até grandes cenas de batalha, tempestades em mar aberto e desastres naturais, não há escassez de diversidade quando se trata do tipo de ação em “Xógum”.
A colaboração com consultores japoneses foi crucial para garantir a autenticidade histórica e cultural da série, bem como para entender como personagens de diferentes estaturas e exércitos interagiriam entre si. O departamento de dublês incluía especialistas em trabalho de espada japonesa e arco e flecha, artes marciais e armas japonesas. dublês japoneses também foram trazidos para aconselhar e ajudar a treinar o elenco e os figurantes.
Um desses especialistas foi o internacionalmente renomado Hiroo Minami, dublê japonês de Hiroyuki Sanada. Além de dobrar Sanada, ele ajudou a instruir atores e outros dublês. Com a quantidade de sequências de luta e volume de artistas, essa colaboração foi essencial.
Sanada foi fundamental para as dublagens e coreografias, participando de ensaios, vindo nos seus dias de folga. Ele ainda permaneceu no set para aconselhar mesmo depois de terminar as filmagens e ajustando até os movimentos mais sutis.
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Dojo alugado
O processo de trazer uma sequência de dublês para a tela naturalmente começou com o roteiro. Mas do ponto de vista prático, era essencial priorizar o tempo de ensaio para os dublês e atores. No início da produção, Chartrand-Del Valle alugou um dojo para começar a treinar sua equipe e fazer avaliações com possíveis figurantes e dublês. Mas ir do dojo para o estúdio não era sustentável. Eles transformaram um espaço vazio no estúdio em uma sala de treinamento. Isso permitiu a Chartrand-Del Valle mover rapidamente entre as sessões de treino e o set e deu aos atores mais acesso a ensaios e tempo de prática.
Chartrand-Del Valle tem uma filosofia que compartilha com sua equipe de dublês. É simplesmente “sem enrolação”, o que significa que ele não quer que eles finjam os movimentos. A outra pessoa conhece a coreografia, então pode ser feita com segurança. Ele diz: “Você assiste a tantos shows com um cara balançando uma espada no alto e seu oponente bloqueando lá em cima. E eu sempre digo, ‘o que vocês estão fazendo lá em cima?'”
Portanto, em Xógum: A Gloriosa Saga do Japão, as lutas de espadas têm no máximo cinco movimentos, como um rápido jogo de xadrez. Diz Chartrand-Del Valle: “Não há necessidade de estender e girar. Essas lutas não aconteceram em Hollywood… elas eram brutais e mortais. Os oponentes miravam no alvo. Era cortar e matar.”
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop.