Leia a crítica da série Invasão Secreta (2023), do Disney Plus

A minissérie está disponível no catálogo do Disney+. Créditos: divulgação

Invasão Secreta é o pior momento da Marvel no MCU

Pedro Marco

A quinta fase do Universo Cinematográfico da Marvel segue com sua terceira produção, após a montanha russa de qualidade entre Homem Formiga: Quantumania e Guardiões da Galáxia volume 3. E como já se tornou parte do novo modelo empregado na fase anterior, chegou a hora de adentrarmos em tramas mais extensas e pessoais no formato de séries de TV, lançadas diretamente no Disney+. E como gerada a expectativa desde que vimos o primeiro Skrull no filme da Capitã Marvel, é hora de enfrentarmos a temível série Invasão Secreta.

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Sendo um dos mais celebrados arcos da Marvel nos anos 2000, a invasão secreta trouxe toda a carga da fase escrita por Brian Michael Bendis em sua jornada de espionagem e construção de equipe, em um evento tenso, grandioso e que deixava os leitores com receio de virar a próxima página e descobrir uma verdade terrível sobre o seu herói favorito. Será que as ações do Tony Stark na Guerra Civil ou do Homem-Aranha em seu pacto com o Mefisto ocorreram porque eram Skrulls? Quem é quem diz ser?

E essa ideia sensacional com forte inspiração no cinema thriller norte-americano nos anos 70, uma hora haveria de ganhar as telas, e ninguém melhor para encabeçar essa jornada do que o nosso querido Nick Fury (Sammuel L. Jackson). Encontramos então o nosso querido espião de tapa-olho largando seu autoexílio para encarar suas responsabilidades e embarcar em uma jornada pessoal de justiça, conhecimento e salvação… Ou ao menos era isso que nos era prometido.

Maria Hill e Nick Fury no inicio da trama. Créditos: divulgação

Começo promissor

Com um episódio piloto de tirar o fôlego e um elenco invejável mesmo nos altos padrões estabelecidos pelo UCM, a série se perde em ao mesmo tempo não entregar ação, e ter diálogos que são mascarados pelas atuações acima da média, mas que não passam de explicações expositivas, redundantes e até mesmo desmentidas poucos minutos depois.

A marca de ter um potencial desperdiçado em uma ideia tão grandiosa já havia sido uma crítica ao final da saga nos quadrinhos, e vem sendo uma crítica ainda mais constante na Marvel de What If?… e Loki, e aqui temos o time integrado com mais um exemplo de cartucho queimado.

Rhodes e Nick Fury em Invasão Secreta. Créditos: divulgação

Trama decepcionante

Com uma trama simples que possivelmente funcionaria melhor em um filme de duas horas, que limasse boa parte da tediosa barriga de roteiro que se criou no segundo ato da série, Invasão Secreta é castigada pela falta de elementos surpresas decentes. A única parte realmente adaptada do material original é a covardia em realmente mexer o universo que está estagnado e que poderia reconquistar os fãs perdidos, além de atrair novos.

Assim, com uma morte que não tem peso ou consequências reais ao enredo, a trama deixa para revelar como Skrull um personagem sem apelo, sem pistas palpáveis de que havia sido trocado, e com um link pobre e desinteressante para a vindoura Guerra das Armaduras.

E por falar em James Rhodes (Don Cheaddle), aqui temos o poderoso Máquina de Combate reduzido à um simples guarda-costas que em nada aproveita a sua experiência como usuário de uma armadura armada superpoderosa. Essa redução de poder se torna ainda mais gritante ao olharmos Nick Fury arriscar tudo para pegar um casaco e um tapa-olho que não terão relevância nenhuma para a trama (e que poderiam ser o tempero de surpresa que faltava), e Gi’ah (Emília Clarke) que alcança poderes quase divinos ao mesclar as habilidades de uma dúzia de heróis e vilões, mas se retira para ser uma espiã secreta. Acontece? Sim, mas não no mundo que está carente de heróis, sem uma equipe definida de Vingadores, que precisa de alguém para achar um local para os Skrulls…

Leia a crítica da série Invasão Secreta (2023), do Disney Plus

Gravik, o skrull vilão de Invasão Secreta. Créditos: divulgação

Relacionamentos

Mas só de momentos ruins se fazem a série? De certo modo, não. O decorrer dos episódios traz uma relação interessante entre Fury e Gravik (Kingsley Ben-Adir) com um diálogo memorável e que poderia transformar e evoluir o ex-presidente da SHIELD, se tivesse sido colocado no início da série, para trazer uma importância e empatia com o antagonista, ou mesmo se fosse o Nick Fury na cena.

Estes relances de momentos bons acontecem com frequência, mas são tão arruinados logo em seguida que se tornam esquecíveis. A ideia de um Nick Fury a beira da morte por infecção estava sendo interessante. No entanto, o trailer de As Marvels o mostra vivo. O que parecia uma boa ideia sobre jornada pessoal e a iminência de guerra nuclear, se torna uma inexplicável questão de ego, e assim segue.

Leia a crítica da série Invasão Secreta (2023), do Disney Plus

G’iah, e Talos, os espiões skrull. Créditos: divulgação

Conclusão

Por fim, Invasão Secreta é mais uma abertura de pontas que demorará ou sequer será fechada. Saímos desta jornada cansativa de episódios com uma personagem super poderosa que será reduzida para funcionar neste universo. Nick Fury sai do ponto A ao ponto A, retornando para seu exílio em uma das cenas mais desrespeitosas destes 15 anos de Marvel Studios. Medíocre, desperdiçada e insossa, a série esconde bem suas qualidades, se torna irrelevante para o universo em que ela pertence, e roga para continuar, de fato, secreta.

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Trailer da série Invasão Secreta

Ficha Técnica da série Invasão Secreta

Título original: Secret Invasion
Criação: Kyle Bradstreet
Elenco: Samuel L. Jackson, Emilia Clark, Don Cheadle, Olivia Colman, Ben Medelsohn, Kingsley Ben-Adir, Cobie Smulders, Martin Freeman
Onde assistir: Disney+
Data de estreia: 21 de junho de 2023
Temporada: 1
Episódios: 6
País: Inglaterra
Gênero: Ação, Aventura, Drama
Ano: 2023
Classificação: 14 anos

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
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