A maturidade chegou para Jimmy & Rats em ‘Só Há Um Caminho a Seguir’
Cadu Costa
Eterno ex-vocalista do Matanza, apresentador do Multishow, ator de séries como Cidade Invisível e figura icônica do rock brasileiro, Jimmy London se reuniu aos Rats, um grupo de rock carioca com raízes irlandesas, folk e country. Agora, com o primeiro disco do Jimmy & Rats, o ULTRAVERSO faz a crítica de Só Há Um Caminho a Seguir.
O trabalho foi lançado em março deste ano e reúne Fernando Oliveira (banjo e bandolim), Kito Vilela (guitarra e voz), Gajo Loko (acordeão e tin whistle), Bruno Pavio (baixo) e Pedro Faucom (bateria) em 14 faixas que mostram um folk-rock-hardcore.
Letras mais maduras
O ULTRAVERSO enfim escutou e pode garantir: é porrada da melhor qualidade! Imagine um Matanza influenciado por Jethro Tull e música irlandesa. Com letras mais maduras que sua banda anterior, Jimmy continua mantém seu estilo vocal agora aliado à variados instrumentos e estilos. O resultado não poderia soar melhor.
As 14 faixas de “Só Há Um Caminho a Seguir” nos leva do mais alto mar aos velhos saloons tão característicos do Matanza, mas aqui, com letras permeadas de questões sociais, homenagens ao Motörhead, e gritos de resistência e força de vontade a todo pulmão, como no single e faixa de abertura “Pra nunca se entregar”.
“Persistência, desobediência
Sangue nos olhos, sede de vitória
Liberdade, irmandade
E insubmissão pra nunca se entregar”
Típico refrão de quem nos ensinou a beber e agora diz para enxergarmos outro caminho. Maturidade sim, amigos.
Só Há Um Caminho a Seguir, do Jimmy & Rats ,é recheado de punk rock mas é um marcante banjo que dita o tom. É sempre a partir desse instrumento que, junto aos riffs distorcidos, começamos a bater nossas cabeças em todos os sentidos.
A jornada segue com “Anne Bonny”, uma homenagem à conhecida pirata irlandesa, que fez o Caribe tremer no século XVIII, em uma canção rápida e direta.
Pontos altos
“Mesmo sem crime algum”, tem Fernando Oliveira dividindo os vocais com Jimmy e seu timbre combina perfeitamente no dueto. O disco vai seguindo no mesmo estilo até “Baltazar” que contém um solo de guitarra muito maneiro e vai fazer todos darem aquela viajada no melhor estilo Lynyrd Skynyrd.
Um dos pontos altos do álbum é a já citada homenagem ao Motörhead, na faixa “M.O.T.O.R.H.E.A.D.” com diversas menções às músicas dos ingleses na letra. “Sai Da Minha Frente” é com certeza uma das preferidas deste autor, inclusive sendo bastante pessoal. Afinal quem nunca? Escute e tire suas próprias conclusões.😅
“A Idade da Razão” aponta para um caminho natural de Jimmy London em sua trajetória musical, mas na canção seguinte, “O Carinho Certo da Pessoa Errada” é um clássico retorno ao velho Matanza. “À Deriva”, a última música, mostra que, de fato, “Só Há Um Caminho a Seguir”. Jimmy & Rats só possui um defeito em nossa crítica: o disco acaba. Mas recomendamos muito!
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