‘Kingdom’ (Netflix) – 2ª Temporada | CRÍTICA
Stenlånd Leandro
Em sua 2ª temporada, a série Kingdom da Netflix trouxe consigo um primeiro ano arrebatador. Pouca gente apostou que o seriado coreano poderia triunfar em um nicho há muito batido. Não é à toa que The Walking Dead, apesar do sucesso, já não se vê tanto alarde por aí.
Um tipo de seriado que, à primeira vista, não se há muito interesse. Assim foi o primeiro ano. Com alguns episódios, em sua maioria os três primeiros, bastante enfadonhos, com o decorrer do tempo acabou ganhando o público.
Assim, a segunda temporada de Kingdom veio para mostrar como uma série histórica passada na Coreia medieval consegue unir uma autêntica história de zumbis com o famoso jogo político. Agora, mais do que nunca, é possível entender as razões do tirano Cho Hak-Ju em fazer com que as pessoas sofram ainda mais com os mortos-vivos.
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JOGO POLÍTICO
Tudo não passou de jogo político no passado. O Japão havia invadido a Coreia. Com um exército reduzido de cerca de 500 pessoas contra milhares de Japoneses, Cho Hak não teve alternativa. O vilão havia descoberto uma planta que trazia os mortos, recém falecidos à vida.
Assim, alguns de seus súditos locais, que moravam em um certo local que pouco se dava atenção, foram acoitados até o falecimento. Dessa forma, os trouxeram de volta à vida.
É aí onde o programa torna-se ainda mais especial. Assim como acontece em The Walking Dead, aqui os zumbis nada mais são que um pano de fundo para mostrar as reais intenções de seus comandantes. No entanto, nem todos sabiam disso.
O príncipe Lee Chang, por exemplo, não tinha conhecimento que os zumbis foram usados como armas de guerra. Ele só teve esta dimensão quando a filha de Cho Hak também os usou para fins pessoais.
A tentativa do príncipe em retomar o trono a qualquer custo, removendo o clã de Cho de seu palácio, o levou a uma guerra sem fim contra os moribundos. O personagem acaba tomando a linha de frente e combatendo os mortos-vivos ao lado de seus soldados.
A NARRATIVA
Na 2ª temporada de Kingdom, a coisa fica ainda mais séria e o teor cômico entre a doutora Seo-bi e o corregedor fica de lado.
Aqui não há mais aquela premissa arrastada. A 2ª temporada de Kingdom induz à tensão, ao nervosismo e a roer as unhas para saber o que o final nos reserva. A trama, ainda mais complexa, firma o amadurecimento de Chang ao longo de sua jornada de aprendizado.
Diferente da 1ª temporada, agora a série expande seu universo através de flashbacks. Através deles, vemos o todo o império do Japão Feudal invadir a Coreia sem piedade, desenvolvendo um contexto histórico bastante rico de detalhes que não poderia passar batido.
Isso se prova especialmente importante para a conclusão, que planta ganchos para uma 3ª temporada que pode ser ainda mais grandiosa.
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VEM AÍ A 3ª TEMPORADA?
Com a pandemia do COVID-19 (Coronavírus) ainda não há certeza sobre uma 3ª temporada. Engraçado como as coisas são, pois o vírus se alastra no mundo tão rápido quanto os zumbis em Kingdom. E por esta razão, ainda não há uma confirmação do terceiro ano. Porém, Há ganchos para que a trama continue em escala maior.
Assim, o gosto de quero mais por novos episódios de Kingdom fica. Afinal, novamente o seriado consegue atingir um equilíbrio que poucas conseguiram. Talvez o truque esteja em não quantificar desnecessariamente o número de episódios (que são 6 em cada temporada).
Enfim, se quiserem manter o sucesso do seriado, é melhor que esta não passe do quarto ano ou – como costumam ser todos os seriados muito prolongados – pode acabar se perdendo no meio do caminho e se tornando mais um estorvo no catálogo da Netflix.
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Kingdom
Temporada: 2
Episódios: 6
Direção: Kim Eun-hee e Youn In-Wan
Elenco: Doona Bae (A Viagem), Ji-Hoon Ju (Asura), Seung-ryong Ryu (A Guerra das Flechas)
Produção: Netflix
Distribuição: Netflix
Gênero: ação, ficção, suspense
Ano: 2020
Classificação: 16 anos