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Kompromat O Dossiê Russo crítica do filme 2022

‘Kompromat: O Dossiê Russo’ e o temor contra o país

Bruno Oliveira

A Rússia é um país que sempre evoca polêmicas tanto no mundo real quanto na ficção. A atual guerra que ela provoca ao invadir a Ucrânia gera questionamentos e desnecessária. Por muitas décadas, os russos também foram os principais vilões dos filmes hollywoodianos, graças à Guerra Fria. Tudo o que se sabe sobre o governo e a polícia é que não devemos confiar demais. E o filme Kompromat: O Dossiê Russo (Kompromat) se apresenta como mais uma construção de estereótipo que me faz nunca querer ir visitar esse país. Brincadeiras à parte (mas nem tanto), estamos diante de um bom thriller dramático.

Sinopse

Matthieu Roussel (Gilles Roussel) é um funcionário público francês que trabalha na Rússia. Ele é um bon vivant que valoriza a arte e que gosta de se divertir. De um dia para outro, o Serviço Secreto Russo invade a sua casa e o leva preso devido a uma acusação de pedofilia contra ele. O protagonista não sabia, até então, que estava sendo alvo de um Kompromat. Agora condenado sem ter um julgamento justo e sendo renegado por sua própria nação, só lhe resta fugir.

O que é Kompromat?

Dando uma bela resumida, kompromat são documentos falsos usados para prejudicar um inimigo de estado russo. Ou seja: se desconfiarem de você ou simplesmente não forem com sua cara, eles vão lhe incriminar somente para ensinar uma lição. Acredito que isso deva ser usado contra espiões, mas o que vemos aqui é utilizado de forma pessoal. Devo dizer que esse é um dos meus maiores medos: ser acusado injustamente por algo que não fiz e não ter direito a um julgamento justo tendo toda a opinião pública contra mim.

No início, recebemos a informação de que ele é livremente inspirado em fatos reais. Provavelmente tivemos um caso parecido, mas que o roteiro incrementou como bem quis. Graças a isso, temos uma boa obra daquelas que todos estão contra o nosso protagonista. Os seus momentos na prisão são aterradores. Até mesmo quando ele é solto, a sensação de que está sendo vigiado a cada esquina é de deixar qualquer um maluco.

O plano de fuga é bom e tem belos momentos, mas nada que cause uma grande catarse. As coisas acontecem e simplesmente aceitamos como elas ocorrem. Mais para o final, acabei achando duas cenas um pouco malfeitas. Tive a impressão de que algo foi cortado na primeira ao mostrar, do nada, uma perseguição do agente chefe russo contra nosso protagonista. Enquanto na segunda, ao estar sendo perseguido por pelo menos quatro homens, o roteiro auxilia o nosso herói a enfrentar apenas um, enquanto os outros estão sei lá onde. Detalhes que notei, mas que não acho que incomoda como um todo.

Conclusão

O resultado final de Kompromat: O Dossiê Russo acaba por ser mediano. O filme não nos empolga, mas tem uma história o suficiente boa para conseguir nossa atenção. Pensei que o seu longo tempo de 127 minutos iria me cansar, mas até que foi tranquilo. O longa-metragem, apesar de ser uma ficção baseada em um caso real, me deixou bastante alarmado. Sei que as coisas são aumentadas em muitos níveis para dar uma dramaticidade maior, mas nunca podemos duvidar das artimanhas e maldade do governo russo.