Lana Del Rey Blue Banisters crítica do álbum novo

Lana Del Rey abraça mais de si mesma em ‘Blue Banisters’

Cadu Costa

A cantora norte-americana Lana Del Rey lança, nesta sexta-feira (22), Blue Banisters, seu segundo álbum no ano após Chemtrails Over the Country Club, que saiu em março.

A música de Del Rey recentemente se tornou popular com uma espécie de círculo de nomes femininos. Dando a muitas de suas canções uma atmosfera única, mas convidativamente amigável. Se “Dance Till We Die”, de Chemtrails Over the Country Club, foi uma espécie de comunhão matriarcal com algumas de suas heroínas (“Estou fazendo um cover de Joni e dançando com Joan. É meio dificil encontrar amor”); “Blue Banisters”, por outro lado, acha que ela está se dando bem com um pouco da ajuda de amigas menos famosas.

Transformação na música de Del Rey

Esta balada de piano envolvente pondera uma escolha entre se estabelecer na feminilidade convencional e feminina e viver uma vida de artista mais inquieta e solitária: “A maioria dos homens não quer uma mulher com um legado”, canta Del Rey. No final da música, no entanto, ela encontrou uma terceira opção, nem apaixonada nem sozinha, rodeada por “todas as minhas irmãs” que se juntam com um tom diferente daquele que seu ex preferia.

Apesar de todas as críticas que Del Rey recebeu no início de sua carreira por conjurar a solidão de incorporar uma fantasia masculina, tem sido fascinante ver sua música gradualmente se transformar em um espaço aquecido pela amizade romântica e pela solidariedade feminina.

Atuais e belas canções

Blue Banisters segue o folk melancólico aliada à voz quase sussurrante de Lana Del Rey e músicas como “Wildflower Wildfire”, “Beautiful” e “Arcadia” soam tão atuais quanto belas. A artista parece sofrer de amor mas também do mal que há no mundo: “Lá estávamos nós, gritando Vidas Negras Importam em uma multidão. E no Rio Mississipi, vi que você viu quem eu sou”, diz ela em “Text Book”.

Há mais evidências de amor ou a falta dele como na letra de “Black Bathing Suit” (“Se este for o fim, eu quero um namorado. Alguém para comer sorvete e assistir televisão”); ou “Violet For Roses” (“Desde que me desapaixonei por você, me apaixonei novamente por mim”).

Lugar no mundo

No Instagram, Lana Del Rey disse que o novo álbum é o resultado de uma “exploração profunda de sua própria árvore genealógica”, e de seus sentimentos sobre críticas que recebeu por “fingir fragilidade” em sua persona pública.

“Eu devo dizer que tenho amado me mover pelo mundo lindamente – como uma mulher com graça e dignidade”, escreveu. Pouco antes do lançamento do álbum Blue Banisters, no entanto, Lana Del Rey desativou suas redes sociais. O motivo? Não sabemos.

Felizmente, Blue Banisters se destaca por si só, englobando os muitos estilos que ela já dominou: sua voz, seu piano, suas letras e sua sonoridade pensante sobre seu lugar no mundo.

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Ouça Blue Banisters, de Lana Del Rey

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN